Segurança

Motoboys florenses estão com medo

Em 15 dias, três roubos semelhantes foram registrados com trabalhadores de telentrega

“Trabalho com medo”, conta o motoboy de 37 anos que somente em 15 dias foi assaltado em duas ocasiões – dias 10 e 25 de julho – enquanto fazia entregas de lanches em Flores. Trabalhando na profissão há 15 anos, sendo oito no município, o homem diz que nunca havia sido assaltado. “Os dois assaltos foram bem semelhantes. Eles pediram o lanche via aplicativo WhatsApp, mandaram a localização, e quando cheguei para fazer a entrega eles já cercaram a moto”, relata. No primeiro assalto, no dia 10 de julho, no Bairro São Pedro, quatro assaltantes levaram cerca de R$ 500 e os lanches. Já no segundo roubo, no Bairro Villaggio, dois assaltantes levaram os lanches, uma quantia em dinheiro e o celular do motoboy. “A primeira vez fiz o boletim de ocorrência na Brigada Militar, mas pedi pra não divulgarem. Fiquei com medo. Eles estão armados e não sabemos o que pode vir a acontecer”, afirma. No segundo assalto, o motoboy desconfiou da ação, mas não conseguiu fugir a tempo. “Cheguei no endereço e buzinei. Vi que ninguém saia da casa, então quando estava indo embora, dois homens chegaram correndo e anunciaram o assalto. Não deu tempo de reagir”. Conforme o relato do motoboy, não morava ninguém no endereço encaminhado pelos assaltantes. Os dois roubos ocorreram na parte da noite. “Estou trabalhando com medo, mas não vou deixar de fazer o que eu gosto, pois adoro o que faço”.
Outro registro de roubo a motoboy ocorreu no dia 17 de julho, também à noite, na Rua Alberto Mationi, no bairro São José. O motoboy de 29 anos foi surpreendido por três assaltantes. “Quando cheguei na casa, que estava descrita na localização, percebi que tinha algo errado. Parecia abandonada. Mas, uns metros abaixo um homem me acenou. Logo vi que era um assalto. Ele chegou armado e depois outros dois homens saíram de trás de um caminhão que estava estacionado na quadra. Minha maior preocupação era com a moto, mas só levaram os lanches e dinheiro”, relata. Conforme a ocorrência, o motoboy estava com aproximadamente R$ 100, que foram roubados. 
Os três roubos registrados em 15 dias preocupam os motoboys. Para tentar inibir as ações eles criaram um grupo no WhatsApp, que visa alertar sobre ações suspeitas.  “Somos oito motoboys e criei esse grupo para tentar amenizar essa situação. O intuito, quando recebemos um endereço estranho, é avisar no grupo, e caso algum não esteja fazendo entrega, acompanhar o outro. Precisamos nos unir”, enfatiza. O motoboy assaltado destaca que a maioria das telentregas são nos mesmos endereços, por isso quando um lugar diferente é chamado a apreensão toma conta. “Estamos revoltados. Trabalhamos duro no sol, na chuva, no frio, para ganhar o nosso dinheiro e acabamos sendo assaltados”, declaram. 
Os três roubos registrados estão sendo investigados pela Polícia Civil. “Não há suspeitos, uma vez que as vítimas não forneceram dados precisos e seguros dos possíveis assaltantes”, aponta a delegada Aline Martinelli. Registrar a ocorrência formalmente é outro ponto importante que deve ser feito pelos cidadãos. “É preciso que a atendente solicite o nome completo da pessoa, verifique o endereço e até mesmo peça detalhes da casa ou edifício para tentar ao máximo evitar esses acontecimentos. A obtenção de dados é fundamental”, declara o capitão da Brigada Militar (BM), Daniel Tonatto.

 - Gabriela Fiorio
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