Segurança

Mobilização comunitária contra a insegurança

Vizinhos do Granja União criaram um grupo no WhatsApp para alertar sobre situações suspeitas nas ruas do loteamento florense

Assim como no Estado e em todo o Brasil, Flores da Cunha não está livre da insegurança que preocupa a população e que, infelizmente, cresce. Na última semana, duas famílias foram feitas reféns durante assaltos no interior – somente no primeiro semestre deste ano, segundo dados da Secretaria da Segurança Pública (SSP-RS), foram mais de 200 ocorrências entre furtos e roubos no município. Frente a esse panorama, o simples ato de abrir o portão de casa a qualquer hora do dia é bastante temerário e, nesses momentos, ter um contato próximo com vizinhos pode ajudar. Pensando na simples ação de unir a vizinhança pela segurança comum, um grupo de moradores do loteamento Granja União concretizou uma forma prática e que está sempre na palma da mão para se comunicar e alertar sobre movimentações estranhas ou suspeitas.

Desde julho deste ano cerca de 60 residências integram o grupo ‘Vigias do Granja União’, grupo criado no WhatsApp, aplicativo de mensagens instantâneas para smartphones, onde os vizinhos compartilhar entre si tudo o que possa comprometer a segurança de todos. O objetivo é um só: ter mais proteção. “Tive a ideia depois que minha casa foi arrombada e itens foram furtados. No mesmo dia criei o grupo com o intuito de todos se ajudarem pelo bem comum. Sempre pensamos que essas coisas acontecem somente com os outros, e quando passamos pela situação acreditamos que podemos nos ajudar mais”, admite o marmorista Eduardo Rampon, 31 anos.

Em busca de segurança, Rampon e os vizinhos decidiram se unir. Por enquanto, eles não perceberam uma diminuição nas ocorrências locais, mas procuram controlar tudo o que acontece nas ruas do Granja. “A maior movimentação do grupo é sobre alertas de carros ou pessoas estranhas, com isso todos ficam mais atentos. Até mesmo as famílias que vão viajar estão avisando no grupo”, complementa a analista de departamento pessoal Bruna Fernanda Brum, irmã de Eduardo. O grupo é destinado especialmente para moradores do loteamento, interessados em participar podem procurar um dos integrantes – todos podem adicionar novos membros, desde que os conheçam.

Participação das polícias

Ter um grupo de segurança do seu bairro no WhatsApps pode se tornar uma ação ainda mais efetiva com integrantes que atuam nas polícias Civil ou Militar. Para o tenente da 2ª Companhia do 36º Batalhão de Polícia Militar, Artêmio Poltozi, a proximidade entre vizinhos é a forma mais eficiente de evitar furtos e roubos em residências, além de manter sempre contato com a polícia. “Iniciativas como essa são de suma importância, uma vez que a segurança hoje se faz por meio da integração com a escola, o bairro, os vizinhos, a imprensa, e a sociedade como um todo. O maior aparato de segurança não vai substituir o vizinho, pois na hora que você vai entrar ou sair de casa, se for abordado, os bandidos terão rapidamente acesso a toda a residência. Enquanto você não pode chamar a polícia porque está rendido pelo assaltante, alguma pessoa próxima viu e pode acioná-la. Os vizinhos precisam se conhecer e saber um pouco da rotina uns dos outros, mas com foco na segurança e qualidade de vida”, destaca Poltozi.

Com residência em Vacaria, o tenente faz, inclusive, parte do grupo de WhatsApp do seu bairro, do qual participa ativamente e já viu arrombamentos serem evitados pela rapidez das mensagens enviadas pelos vizinhos. “Para uma família que não tem sua casa invadida e seus bens furtados, veja a importância e o valor que ações como esta têm. Os moradores podem contar com a Brigada Militar, podem entrar em contato conosco para incluir um policial no grupo e vale a orientação: as mensagens não substituem a ligação para o telefone 190”, adverte o policial.

 

Cuidados para criar um grupo

Usar o WhatsApp da maneira correta é fundamental para o sucesso do grupo e para a garantia da segurança de toda a vizinhança. Algumas dicas divulgadas pelas polícias do país são bem simples e ajudam na tarefa:

– Antes de incluir os vizinhos no grupo, se informe sobre o telefone ou WhatsApp da polícia, procure uma delegacia ou mesmo a viatura que faz a ronda em sua região e informe que estará criando um grupo de WhatsApp com os seus vizinhos com o intuito de melhorar a segurança de todos e informar sobre problemas de segurança na sua vizinhança. Desta maneira você começa o grupo incluindo em primeiro lugar a autoridade policial que irá ser informada sobre qualquer situação suspeita na sua vizinhança.

– Ao receber os contatos dos vizinhos para serem cadastrados no WhatsApp você deve, antes de cadastrá-los, entrar em contato solicitando o seu endereço, com o objetivo de confirmar sua entrada no grupo de segurança da vizinhança. Você pode, inclusive, enviar um informativo para o endereço comunicando de que foi solicitada a inclusão do telefone e pedindo a confirmação do número de celular. Após a confirmação, você inclui a pessoa no grupo com toda a certeza de que ela mora mesmo na vizinhança.

– É importante que o grupo tenha regras bem definidas para não se perder em meio a mensagens que nada tenham a ver com o propósito do grupo.

 

Através de mensagens pelo celular, moradores do Loteamento Granja União se avisam em casos de movimentações suspeitas. Alguns dos integrantes são a aposentada Zelci Lazarotto, o filho dela, Márcio Lazarotto, a analista Bruna Fernanda Brum, e o irmão Eduardo Rampon, idealizador da iniciativa. - Camila Baggio/O Florense
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