Segurança

Cuidado com os perigos da rede

Entre outros golpes digitais, clonagem de WhatsApp está fazendo vítimas pelo país – em Flores foram pelo menos dois casos no último mês

Se você receber uma mensagem de algum amigo ou familiar pedindo dinheiro emprestado ou para que você faça algum depósito bancário para ele, fique atento, você pode estar caindo em um golpe. No último mês, pelo menos dois casos de clonagem de WhatsApp aconteceram em Flores da Cunha – um deles em uma conta particular e outro em contato comercial de uma empresa –, onde os golpistas pediram por depósitos de valores aos contatos das vítimas pelo aplicativo de mensagens. Em um dos casos, o prejuízo ficou perto dos R$ 3 mil. Para não cair nesses golpes, uma ligação para confirmar a situação pode ser o suficiente, além de procurar utilizar as ferramentas de segurança oferecidas pelo aplicativo.
De acordo com a delegada Aline Martinelli, nenhuma ocorrência do golpe por WhatsApp foi registrado junto à Polícia Civil de Flores da Cunha, em contrapartida, outros crimes digitais vêm se multiplicando no município. “Os crimes praticados via internet têm sido constantes em nossa cidade, especialmente extorsões de fotografias ou dados e estelionatos. É cada vez mais frequente situações em que as pessoas têm suas contas invadidas, sejam elas de redes sociais ou bancárias, mediante transferências. Desta forma, indivíduos roubam senhas e contas e, após, exigem das vítimas o depósito de valores. É um delito muito difícil de investigar, porém os criminosos deixam rastros, sejam pelos acessos às contas citadas, sejam pelos dados bancários que fornecem. A Polícia então rastreia estas contas, contudo, tais contas são de outros Estados e, muitas vezes, também utilizam dados falsos. Não é comum que as contas de WhatsApp sejam clonadas, contudo, Caxias do Sul tem registrado inúmeras ocorrências”, destaca.
Em Flores, os crimes relacionados à internet mais comuns são os estelionatos por meio de páginas ou sites de compra e venda. “A Polícia Civil alerta que não efetuem quaisquer pagamentos antes de receber os bens comprados, bem como que esperem o tempo de compensação dos cheques quando estiverem vendendo algum bem”, complementa a delegada.

Os golpes
Os dois casos de clonagem de WhatsApp registrados em Flores seguiram o mesmo modelo: a vítima é escolhida quando cadastra um anúncio em uma plataforma online, onde disponibiliza seu número de WhatsApp para contato. No caso da empresa, foi anunciado um veículo que estava para negócio e, do homem de 40 anos, uma motocicleta – os casos aconteceram em sites diferentes. Os golpistas, então, entram em contato com a vítima por meio de mensagens se passado por funcionários da empresa de comércio eletrônico. O funcionário alega que é necessário fazer uma verificação do código do cliente, seja por algum problema com sua conta no site ou para manter ativo o anúncio. “Recebi do site uma mensagem sobre a verificação da veracidade do meu anúncio, juntamente com o código de verificação via SMS. Eu não pensei duas vezes para enviar o código. Até então nunca tinha ouvido falar deste golpe”, conta a  vítima, que preferiu não se identificar.
Com posse do código verificador enviado pela vítima – que na verdade é o código de ativação da conta do WhatsApp –, o fraudador ativa o aplicativo em outro aparelho celular e, então, passam a mandar mensagens para amigos e familiares da vítima pedindo empréstimos para alguma despesa. “Logo que enviei o código, o aplicativo no celular da empresa parou de funcionar. Na hora até pensei que teria sido alguma atualização, mas depois vi que todos os códigos que eu inseria eram inválidos. Os criminosos ficaram cerca de 24 horas em posse da nossa conta e só não obtiveram lucro porque fomos ágeis na questão de resolver o problema e avisamos de imediato nossos clientes. Depois disso, a empresa trata de assuntos relacionados a depósitos de valores somente por telefone e não mais pelo aplicativo de mensagens”, conta gerente comercial.
No caso do homem, eles não tiveram a mesma sorte. “Dois amigos acabaram fazendo o depósito e só depois entraram em contato comigo por telefone, e foi aí que percebi que algo estava errado com meu aplicativo e cancelei a linha imediatamente. Ficou o prejuízo de quase R$ 3 mil e o aprendizado de estar mais atento às questões relacionadas à internet. No mesmo dia registrei uma ocorrência policial e estamos buscando mais informações junto ao aplicativo para um possível ressarcimento destes valores. Depois disso acabei, inclusive, trocando de linha, mas meus amigos perceberam que o número passou a utilizar uma foto de perfil do site de vendas, provavelmente para tentar outros golpes, o que também denunciei junto à polícia”, conta o homem.

Como se precaver
Uma das ferramentas mais úteis para evitar que o WhatsApp seja utilizado indevidamente é ativar a ‘Verificação em Duas Etapas’. O aplicativo oferece uma camada especial de segurança, que exige senha de seis dígitos durante o login e também periodicamente durante o uso do aplicativo, para ajudá-lo a não esquecer a senha.
Ao ativar este recurso, você terá a opção de inserir seu endereço de e-mail. Este endereço será utilizado para que o WhatsApp possa enviar um link para desativar a verificação em duas etapas caso você esqueça a senha e também para ajudar a proteger sua conta. Se você receber um e-mail para desativar a verificação sem tê-la solicitado, não clique neste link. Outra pessoa pode estar tentando registrar seu número no WhatsApp.
Para ativar a verificação, vá até suas configurações do WhatsApp.

Facilidades X Insegurança
Se a internet veio para facilitar a vida das pessoas, também atraiu a criatividade dos golpistas. São inúmeros crimes que fazem com que o número de registros de ocorrências sobre alguns golpes por meio das redes sociais e aplicativos aumentem cada vez mais. 
Entre os mais frequentes estão a extorsão mediante chantagem com fotos íntimas das vítimas, e estelionato por clonagem do WhatsApp. Esses golpes são classificados como extorsão, cuja pena é de quatro a 10 anos de reclusão; e estelionato, que prevê de um a cinco anos de prisão.
 

Golpistas se passam por funcionários de sites de comércio eletrônico e, após conseguirem ativar o WhatsApp da vítima em seus aparelhos, pedem dinheiro aos seus contatos. - REPRODUÇÃO
Compartilhe esta notícia:

Outras Notícias:

0 Comentários

Deixe o Seu Comentário