Segurança

Condenado Flávio Sidinei Bett pelo feminicídio de Maria José Wolff

Réu, que já estava cumprindo regime fechado, tem pena estimada em 16 anos, 10 meses e 20 dias

17 de julho de 2020. Uma data que marcou Flores da Cunha e que nesta terça-feira, dia 12, no Fórum do município, teve um veredito final por volta das 18h.
Flávio Sidinei Bett foi condenado pelo Tribunal de Júri da Comarca de Flores da Cunha pelo homicídio da companheira, a diarista Maria José Wolff, 39 anos.
Bett, que já estava cumprindo regime fechado no presídio do Apanhador, irá ficar recluso pelo período de 16 anos, 10 meses e 20 dias. Os 745 dias que ele esteve cumprindo pena na penitenciária serão debitados do total.
A pena foi dividida em 12 anos de prisão pelo feminicídio e 4 anos, 10 meses e 20 dias pelo incêndio que teve aumento de pena devido ao motivo de acobertar o crime mais grave. 
O réu foi julgado por quatro crimes: lesão corporal no âmbito doméstico, homicídio duplamente qualificado, incêndio e morte de animal doméstico.
Bett, em seu pronunciamento, chamado de auto-defesa, negou o homicídio, mas afirmou que durante a madrugada do dia 17 foi até a casa onde vivia com Maria, saindo de lá antes de tudo acontecer. Bett também afirmou históricos de brigas entre ele e Maria. 
No primeiro depoimento à Polícia Civil, no dia do ocorrido, Flávio negou a ida até a casa.
O promotor de justiça Stéfano Lobato Kaltbach, afirmou que o crime não ocorreu no ímpeto, e foi um fato pensado. E que a vítima foi morta por golpes de um material contundente na cabeça e não em decorrência do fogo. Kaltbach ainda declarou o trabalho árduo da polícia e a frieza do réu.
O corpo de Maria foi encontrado carbonizado no dia 17 de julho de 2020, no que restou de sua residência, localizada na Rua Dom Finote, no bairro São José, após um incêndio. A sessão foi presidida pelo juiz Daniel da Silva Luz, que assumiu a Comarca florense no início de 2022. O júri foi composto por cinco homens e duas mulheres. Na acusação estava o promotor de justiça Stéfano Lobato Kaltbach. Na defesa do réu atuaram os advogados Airton Barbosa de Almeida e Alceu Barbosa Velho. 

O julgamento 
O julgamento iniciou às 9h com o sorteio dos componentes do júri e, logo após, duas testemunhas foram ouvidas: a então delegada da Polícia Civil de Flores da Cunha, Aline Martinelli, e o policial Diego Borba. Em seguida, ocorreu o interrogatório do réu. Na parte da tarde, o promotor de Flores da Cunha, Stéfano Lobato Kaltbach, responsável pela acusação, teve cerca de 1h30min para mostrar as evidências sobre o crime. O julgamento ainda contou com a fala do advogado de defesa de Flávio Bett. Após houve réplica e tréplica.

Relembre o caso 
O corpo da diarista de 39 anos foi encontrado carbonizado no que sobrou da residência localizada na Rua Dom Finote, no bairro São José, depois que as chamas consumiram totalmente o andar superior da moradia no dia 17 de julho de 2020. O laudo pericial de necropsia apontou como causa da morte traumatismo craniano. Maria apresentava sinais de agressão. 
A perícia do incêndio informou que não haviam falhas elétricas no imóvel e que houve dois pontos principais de foco do incêndio sugerindo intervenção externa.
Conforme a delegada da época, Aline Martinelli, a suspeita era de que ela tinha sido morta pelo companheiro, de 43 anos, com quem vivia há alguns anos. O homem foi preso no dia seguinte, dia 18 de julho de 2020, e encaminhado à Penitenciária Estadual do Apanhador, em Caxias do Sul. 
Natural de São Joaquim (SC), a doméstica chegou em Flores da Cunha em 2013, e tinha três filhos.
Um dia antes do homicídio, Maria e Flávio haviam brigado e a diarista chamou a polícia. No dia do incêndio, conforme investigação da delegacia de polícia e de imagens de câmeras, o companheiro foi até a casa de Maria antes do incêndio e deixou o local logo após o início do fogo.

Flávio Sidinei Bett foi condenado pelo Tribunal de Júri da Comarca de Flores da Cunha. - Gabriela Fiorio. O réu foi julgado por quatro crimes: lesão corporal no âmbito doméstico, homicídio duplamente qualificado, incêndio e morte de animal doméstico. - Gabriela Fiorio
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