Segurança

Campanha incentiva mulheres a denunciarem violência

Polícia Civil apoia ação em farmácias para que mulheres mostrem X na palma da mão

Mulheres vítimas de violência doméstica no Brasil poderão pedir socorro junto a farmácias de forma silenciosa e sem chamar atenção de seus agressores. Ao mostrar para o atendente ou farmacêutico um X vermelho na palma da mão - escrito com batom, esmalte ou caneta, por exemplo -, ele irá entender se tratar de uma denúncia e acionará a Polícia Militar. Com a adesão de quase 10 mil farmácias, a campanha Sinal Vermelho Contra a Violência Doméstica é uma idealização do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e foi lançada nos canais do YouTube das duas instituições.
Segundo a Conselheira do CNJ, Maria Cristiana Ziouva, a campanha é uma resposta ao crescente número de casos envolvendo violência doméstica durante o período de isolamento social. "A perda do emprego, o aumento do consumo de bebidas alcoólicas e a diminuição das condições econômicas em associação à convivência forçada são fatores que contribuem para o aumento das tensões nas relações domésticas e familiares", analisa.
Para ela, o contexto dificulta o acesso da vítima a canais oficiais de denúncia ou a pessoas de sua confiança que poderiam ajudá-la. "Nesse sentido, essa é uma campanha de caráter humanitário e de solidariedade social, mas muito simples, pois basta um X vermelho na mão da vítima para que outra pessoa compreenda a situação", complementa.
Para a presidente da AMB, a Magistrada Renata Gil, mulheres estão morrendo porque não conseguem denunciar, não conseguem buscar pelas Deam - Delegacias Especializadas no Atendimento à Mulher. "Os números são tristes no país e no mundo e têm crescido a medida que o isolamento continua", afirma ela, citando estados como o Acre e o Maranhão, onde casos de feminicídio aumentaram em 300 e 150%, respectivamente. Ela lembra, no entanto, que outras medidas como a da campanha também tem mobilizado Executivo e Judiciário. "Está sendo editada uma lei para que a Polícia Militar priorize atendimentos de casos de feminicídios e estupros", revela.
A vice-presidente do Conselho Nacional dos Chefes de Polícia (CONCPC) na Região Sul e coordenadora do Fórum Permanente de Enfrentamento à Violência contra Mulher, delegada Nadine Tagliari Farias Anflor, também participou do lançamento da campanha. Chefe de Polícia do Estado do Rio Grande do Sul, Nadine celebra a iniciativa. "É preciso diminuir o número de casos subnotificados (aqueles que não chegam ao conhecimento da Polícia) e ampliar as formas de combate à violência doméstica, de maneira simples e desburocratizada, assim como nos mostra a campanha", elogia.

 - Polícia Civil/Divulgação
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