O começo do fim da pandemia
Uso de máscaras em locais abertos e fechados, públicos e privados, torna-se facultativo
Depois de Flores da Cunha ter acatado o decreto do Gabinete de Crise para o Enfrentamento à Covid-19 no RS, na quarta-feira, dia 16, que libera o uso de máscaras em ambientes ao ar livre, foi a vez da desobrigação da utilização da mesma em ambientes fechados, tanto públicos quanto privados.
Na última segunda-feira, dia 21, a diretoria da Associação dos Municípios da Encosta Superior do Nordeste (Amesne) recomendou aos municípios que a compõem a retirada da obrigatoriedade do uso das máscaras também em locais fechados. Após reunião do Centro de Operações de Emergência (COE), foi publicado o Decreto nº 6.320 que determinou como facultativa a utilização do equipamento de proteção individual no município florense.
No entanto, o uso segue sendo obrigatório em todos os estabelecimentos de saúde e no transporte coletivo, bem como para pessoas que estiverem com síndromes gripais. Além disso, aconselha-se a utilização em locais de grande circulação de pessoas e para os munícipes com doenças autoimunes, obesidade, doença neurológica, doença cardiovascular, síndrome de Down, diabetes mellitus, doença renal crônica, doença crônica descompensada, em uso de medicações imunossupressoras, em tratamento oncológico e gestantes.
“Nós estamos no começo, estamos retomando agora e dando os primeiros passos para ver o fim da pandemia. Tivemos todo o processo de vacinação, de restrição da parte econômica, de eventos, depois a retomada de alguns eventos, a liberação, e agora a flexibilização do uso da máscara. Então isso vai ser acompanhado e vai nos mostrar como é que vai se comportar o vírus no nosso país, no nosso estado e no nosso município, nas próximas semanas”, defende a secretária municipal da Saúde, Jane Paula Baggio.
De acordo com a secretária, o cenário atual se mostrou favorável a essa decisão, no entanto, esse processo de retomada de uma situação de vida normal é muito novo e nada impede que, caso se tenha uma resposta negativa, a secretaria se posicione junto ao poder público para recuar nas liberações. “É com alegria que nós, profissionais da saúde, também comemoramos essa retirada das máscaras, mas, sempre no alerta e na preocupação. O serviço de saúde é sempre muito vigilante, porque o vírus ainda circula, então reforçamos que a pessoa que tem algum sintoma respiratório precisa continuar usando a máscara. As que têm algum risco, as imunossuprimidas, as que não tem o esquema vacinal completo, que tenham muito cuidado e um dos cuidados para esse público ainda é o uso da máscara”, destaca Jane.
Apesar dessa flexibilização, a secretária faz um apelo à comunidade para que não seja necessário dar um passo atrás nessas decisões: “Quem ainda não completou seu esquema vacinal, quem ainda não tomou segunda dose ou dose de reforço, que venha até o Centro de Saúde que a vacina vai estar disponível, com toda a nossa equipe, um serviço de saúde pronto para que a gente consiga ter muito mais pessoas imunizadas e protegidas”, finaliza.
A opinião nas ruas
Para saber o que os munícipes pensam sobre os decretos que desobrigam a utilização de máscaras, o Jornal O Florense foi às ruas para ouvir a comunidade, que se mostrou dividida em relação ao tema. Se por um lado, comemoram a possibilidade de retomada, por outro, estão receosos, afinal, o vírus continua existindo.
“É melhor segurar a máscara, de agora em diante vem o frio, muda o clima e teria que continuar usando. Porque vai que volte tudo de novo, aí não é fácil”, defende Inês Pelicioli Lusa. Opinião compartilhada por Rita Giotti, que destaca: “Seria melhor sem, mas é bom se cuidar ainda”.
Jacinta Piazza afirma: “Eu sempre levo junto, sempre tenho ela na bolsa”. Já Adelina Lusa Bolzan acredita que vai ser difícil tirar a máscara de vez: “Os que mais sentem são aqueles que perderam alguém da família, tem bastante gente que morreu por causa do vírus. Se eu vou em um lugar onde tem bastante gente eu uso, tem que usar”, enfatiza.
Por outro lado, Julieta Trentin acredita que o mais importante seja manter a higienização correta das mãos: “Eu acho que a máscara não interferiria em nada – quem não pegou vai pegar um dia e já está quase todo mundo vacinado. Eu acho que as pessoas têm que ter bastante higiene, mas não é a máscara que vai proteger. As pessoas têm elas que pôr o pé no chão para que a gente não precise usar máscara”.
Esse é o mesmo ponto de vista de Cecília Fiirst: “Para quem usa óculos a máscara é ruim, é bem desconfortável, e quando saía tinha que usar, fazer o quê. Em casa eu não uso, mas quando saía, principalmente nos dias nublados, ficava difícil até para caminhar porque não enxergava direito”, revela ao mesmo tempo em que se diz favorável à flexibilização, também, em ambientes fechados.
Durante a realização desta enquete encontramos pessoas com e sem máscara circulando pelas ruas do município, mas, a maioria ainda utilizava a proteção, revelando que as medidas de segurança ainda estão sendo levadas a sério, mesmo mais de dois anos após o início da pandemia.
A flexibilização no Pequeno Paraíso Italiano
Antes mesmo da publicação do decreto do Gabinete de Crise para o Enfrentamento à Covid-19 no RS, na quarta-feira, dia 16, liberando o uso de máscaras em ambientes ao ar livre, Nova Pádua já havia determinado, na segunda-feira, dia 14 essa flexibilização.
Na sexta-feira, dia 18, após reunião do Centro de Operações de Emergência em Saúde Pública (COE-COVID-19), o município decretou o uso da máscara facultativo também em lugares fechados, seguindo a decisão de diversos municípios da Serra Gaúcha. A partir da medida, a utilização do equipamento de proteção individual segue sendo obrigatória na Unidade Básica de Saúde Dom Henrique Gelain, consultórios médicos e no transporte de pacientes do Posto de Saúde.
De acordo com o diretor de Saúde Pública de Nova Pádua, Paulo Andre Paliosa, a decisão trata-se de um consenso entre o Comitê Técnico da Amesne – que elaborou um esboço, com dados técnicos e epidemiológicos que comprovam uma queda significativa dos casos e internações de Covid-19 – e o COE de Nova Pádua, que avaliou os dados e verificou a mesma tendência entre os paduenses.
“Observamos que mais de 95% da população apta a se vacinar já realizou ao menos uma dose da vacina e, mais de 90% a segunda dose. Entendemos que o coronavírus será uma constante em nossas vidas e que precisamos retomar as atividades cotidianas. O decreto municipal desobriga o uso de máscaras, mas, recomendamos que as pessoas com comorbidades e idosos continuem utilizando, além disso, ressaltamos que em algumas situações a máscara ainda é obrigatória, como aos pacientes sintomáticos, casos confirmados e seus contactantes, no transporte coletivo e em estabelecimentos destinados à prestação de serviços de saúde, tais como: postos de saúde, farmácias, clínicas odontológicas e de fisioterapia”, explica Paliosa.
Cabe ressaltar, portanto, que os cuidados devem continuar e os paduenses que ainda não completaram o esquema vacinal devem fazê-lo junto à Unidade Básica de Saúde Dom Henrique Gelain: “Nós continuamos com o processo de testagem super ativo na UBS. Estamos focados na orientação e divulgação sobre a importância da vacinação, afinal ela é considerada uma das mais relevantes e consolidadas intervenções em saúde pública no Brasil e no mundo, é segura e salva vidas”, conclui o diretor.
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