Florenses no exterior relatam suas rotinas durante a Covid-19
Itália, Estados Unidos e Espanha. Florenses que residem nesses países contam como estão passando pelo coronavírus
Sandra Calgaro, Bianca Giotti e Natane Areze. Três florenses que estão passando pela crise do coronavírus em outros países. Sandra reside na Philadelphia, nos Estados Unidos. Bianca está morando em Sevilla, na Espanha. E Natane na província de Treviso, na Itália.
Mesmo vivendo em países distintos, as três estão passando pela mesma situação: a preocupação com o grande número de casos nos países e também o isolamento social.
A florense Natane Brustolin Areze, 28 anos, mora há um ano e meio na cidade italiana de Mogliano Veneto, na província de Treviso, no Vêneto. Conforme a jovem, a situação parece estar melhor do que há um mês. “Os números de pessoas infectadas e mortos estão diminuindo e as pessoas curadas estão aumentando. Mas o governo decidiu aumentar a quarentena até o dia 3 de maio, totalizando 56 dias de isolamento na Itália”, informa. Algumas empresas, conforme a jovem, já retornaram ao trabalho. “Aos poucos as coisas vão melhorando”, declara.
A região onde Natane mora foi uma das mais atingidas, mas conforme ela a questão sanitária é boa. “Aqui o governo conseguiu administrar bem e já estamos na chamada fase dois, onde estamos voltando à normalidade aos poucos, mesmo sabendo que o normal de antes provavelmente demorará muito para alcançarmos”, destaca. Conforme Natane, antes só podia sair de casa para ir ao mercado ou farmácia. Agora, o governo já liberou para fazer pequenas caminhadas ao ar livre, mantendo a distância e também a utilização de máscara. “Como trabalho em uma cafeteria, ainda estou sem ir trabalhar. O governo disse que bares e restaurantes vão ser um dos últimos a voltar a funcionar. Então não sabemos quando voltaremos”. Natane, por não estar trabalhando neste período, recebe um salário do governo.
Sobre voltar ao Brasil, a jovem diz ainda não ter planos. “Não dá pra fazer muitos planos porque está tudo incerto. Até mesmo na questão de deslocamento. Mas não penso em voltar tão cedo, até porque quero ver como se comporta essa pandemia no Brasil, mas por enquanto vou ficando por aqui”, declara.
A vida na Espanha
Bianca Mascarello Giotti, 24 anos, embarcou para a Espanha no dia 2 de fevereiro para um intercâmbio e há 35 dias está em isolamento na cidade onde reside: Sevilla. Conforme a jovem, até o dia 26 de abril deve se manter a restrição. “Nessa situação, só podemos sair para ir ao mercado e serviços de saúde, todo o resto do comércio está fechado. Há policiamento nas ruas, então a ordem é seguida a risca. Eu vim para cá para estudar um semestre na Universidade de Sevilla, que já definiu as aulas onlines nesse período, até mesmo as avaliações serão nessa modalidade”, informa.
A rotina de Bianca é basicamente acompanhar as aulas e estudar a língua espanhola. “Procuro também fazer alguma atividade física em casa e outras atividades de lazer com minhas colegas de apartamento, como ver séries, cozinhar, jogos online, além de fazer muitas chamadas de vídeo com amigos e família”, conta.
Bianca conta que Sevilla é uma cidade universitária, então todos os dias saía com outros estudantes para parques, áreas verdes e pontos turísticos. “A situação me deixa apreensiva, porque mesmo que esse regime de quarentena termine, dificilmente as viagens de turismo serão permitidas, o que muda completamente meus planos de intercâmbio. Eu voltaria em agosto, mas sem as aulas presenciais e sem a oportunidade de conhecer outros lugares, sem contar a tensão de estar tão longe nesse momento, me faz pensar em voltar antes”, declara. Bianca está em contato direto com o consulado brasileiro para as orientações e assim poder definir os próximos meses na Espanha.
A volta para os Estados Unidos
Sandra Beatriz Calgaro, 52 anos, estava no Brasil visitando a família quando a pandemia começou. Ela conta que teve dificuldades de voltar para os Estados Unidos e que ficou em quarentena ao chegar lá. “Voltei no dia 25 de março. Estava fazendo escala em Brasília quando parou tudo. Não sabia se ia conseguir continuar a viagem e até mesmo voltar ao Rio Grande do Sul. Mas deu tudo certo, consegui chegar em casa”, conta Sandra que reside há 33 anos na Philadelphia.
Quando chegou lá, no dia 26 de março, disse que viu um Estados Unidos bem diferente: todos aflitos. “Moro com uma tia e com meu morado e passei por uma quarentena tendo todos os cuidados para eles não pegarem nada, caso tivesse contaminada”, destaca. Por duas semanas Sandra ficou sem sair de casa e tendo todos os cuidados, sempre usando máscara. “A minha rotina não foi muito afetada, porque não trabalho, mas o coronavírus chegou bem próximo de muitos amigos”, conta. Sandra só sai de casa para ir ao mercado quando possui uma lista de itens grande. “Já temos algumas restrições no mercado. Só podemos comprar, por exemplo, duas garrafas de água. Papel higiênico, papel toalha, álcool e água sanitária não encontramos em lugar nenhum”, informa.
Conforme a florense, 90% da população está respeitando as regras e ficando em casa.
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