Depoimento Covid-19: Sérgio Dal Alba
“Eu não levei a sério no começo, eu achei que dava apenas nas outras pessoas”
“Eu comecei a me sentir mal no dia 5 de fevereiro. Estava indo para a praia fazer um trabalho junto com meus filhos e senti aquele mal estar, dor no estômago, como se tivesse me atacado o fígado. No sábado, não tinha mais resistência, nós estávamos em um sítio e qualquer banco que eu encontrasse eu sentava. No domingo a gente voltou e fui direto para o hospital em Caxias do Sul. O médico me consultou, me disse que os sintomas eram de Covid, mas que eu devia fazer o exame na terça-feira, porque precisa de uns dias – aqui comecei a tomar medicação. Então, na terça-feira de manhã, coletei e no fim da tarde eu fiz outro teste aqui no Vitaclin. Aqui já deu na hora que era positivo, e lá (em Caxias) na quinta-feira me ligaram pra que eu fosse para lá que era positivo também.
Eu me sentia cansado e com aquele mal estar. Via que eu respirava, mas era bem mais cansativo. Eu estive na quinta-feira no hospital e eles me fizeram uma tomografia do pulmão, fizeram exame de sangue, e fiquei lá até de madrugada para esperar tudo ficar pronto, mas não me deram mais medicação. Voltei pra casa e fiquei assim até no próximo domingo, dia 14. Eu estava em casa, de manhã, numa boa, fui caminhar um pouco e aí, quando fui entrar pra dentro de casa, me lembro que não enxergava bem, ficou tudo turvo, e cai. Eu lembro do Samu, que veio me buscar. Me levou para o hospital e eu fiquei por seis dias, desde o primeiro dia com oxigênio e com antibiótico até que o médico me liberou pra ir embora.
Eu não levei a sério no começo, achei que dava apenas nas outras pessoas. E é aí que está o problema, vejo que a maioria hoje acha que não dá na gente, tanto que assim, eu perdi meu sogro na semana passada, a minha sogra e a minha cunhada saíram na segunda-feira, dia 8, do hospital, ficaram 15 dias hospitalizadas e saíram bastante debilitadas, porque tu fica fraco. Eu jamais achei que fosse me pegar, e foi de uma hora pra outra que perdi o sentido e fui para o hospital. Os efeitos da Covid matam e as pessoas têm que começar a levar isso a sério, porque hoje é muito triste tu ouvir no rádio, todos os dias, que pegaram uma festa com 40, 50 pessoas, parece que estão brincando com a vida.”
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