Saúde

“A naturologia não é fragmentada, ela compreende o todo”

Acadêmica do curso, Brenda Carolina da Silva Duran, revela os benefícios da aromaterapia e comenta sobre a associação das Práticas Integrativas ao misticismo

A naturologia ou naturopatia, como também é conhecida, é uma vertente da medicina que utiliza terapias alternativas ligadas à natureza, onde todos os tratamentos incluem práticas de exercícios e atividades físicas e mentais como massagem, meditação, respiração, visualização, entre outras. Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece, de forma integral e gratuita, 29 procedimentos de Práticas Integrativas e Complementares (PICS) à população.
De acordo com o Ministério da Saúde, as PICS são abordagens terapêuticas que têm como objetivo prevenir o agramento de doenças, a promoção e recuperação da saúde, enfatizando a escuta acolhedora, a construção de laços terapêuticos e a conexão entre ser humano, meio ambiente e sociedade. Estas práticas foram institucionalizadas pela Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no Sistema Único de Saúde (PNPIC).
Dentre os 29 procedimentos disponibilizados pelo SUS está a aromaterapia que,  segundo a Federação Internacional de Aromaterapeutas (IFA) pode ser reconhecida como: “Uma antiga arte e ciência de misturar óleos essenciais extraídos de plantas e outros compostos vegetais para equilibrar, harmonizar e promover a saúde do corpo e da mente”.
Para Brenda Carolina da Silva Duran, acadêmica de naturologia pela Faculdade da Serra Gaúcha (FSG) e aromaterapeuta, a naturologia a escolheu desde criança. “Cursei Direito, mas sempre gostei do contato com a natureza. Quando algum familiar adoecia, eu fazia massagens, chás, cataplasmas, imposição das mãos, Reiki, levava benzer. Lembro que há 22 anos eu colocava meditações guiadas para minha mãe relaxar, no CD (porque não existia Youtube). Mas tudo era muito intuitivo, movido somente pelo amor e pelo desejo de cuidar”, relata Brenda, que após cursos, retiros e vivências, conheceu a graduação em naturologia: “Resume o que sempre fui”.
A acadêmica revela que a vontade de trabalhar com aromaterapia surgiu no pós-pandemia, depois de alguns exames de rotina: “Foi constatado que estava com excesso de alumínio no organismo, e isso poderia ser em decorrência do uso de produtos sintéticos, da própria alimentação. Comecei então a estudar cosmetologia natural, e já na graduação de naturologia, me foram apresentados os óleos essenciais como aliados da saúde e do bem-estar”, conta Brenda, frisando que os óleos essenciais devem ser utilizados com responsabilidade, nunca esquecendo de que se tratam de componentes químicos.
No que diz respeito aos benefícios da aromaterapia e das Práticas Integrativas, a aromaterapeuta enfatiza o potencial de prevenir e tratar doenças de forma complementar, aliadas, sempre, a medicina convencional “As Práticas Integrativas buscam afastar a pessoa do círculo vicioso dos maus hábitos, promovendo o cuidado e o autocuidado nos aspectos físicos, emocionais, mentais, sociais e espirituais, evitando a superlotação dos postos de saúde, o altíssimo custo e consumo de fármacos dos quais a população em geral se tornou dependente” revela Brenda, destacando que os óleos essenciais são benéficos até mesmo no tratamento de cânceres. “Segundo o Instituto Nacional do Câncer, os óleos essenciais que possuem ação antiviral, antibacteriana e antifúngica, podem contribuir no aumento da imunidade de quem passa pela quimioterapia. Conforme um estudo do Instituto de Oncologia do Paraná, o óleo essencial de limão ajuda a combater os enjoos provocados pelos tratamentos oncológicos”, exemplifica. 
A acadêmica também revela que os óleos essenciais, por meio de estímulos olfativos, via inalação, podem ajudar quem perdeu o olfato pós-Covid e que há estudos sobre o tema: “Pessoas que a princípio não conseguiam sentir nenhum cheiro, aos poucos, foram sentindo um aroma de sua preferência como rosa, alecrim, cravo, hortelã, eucalipto e, em semanas, o olfato foi voltando”. 
De forma geral, a aromaterapia não possui malefícios diretos, apenas algumas contraindicações, e claro, o uso sem critérios. “Por exemplo, o óleo essencial de Alecrim é maravilhoso, mas é contraindicado para pessoas hipertensas, epiléticos, gestantes e crianças menores de 12 anos. Lavanda é a rainha dos óleos essenciais, mas se revela tóxica se ingerida. Os cítricos causam queimaduras se a pele for exposta ao sol. Hortelã, cravo e canela também podem causar irritação e dermatites se utilizados puros na pele. A ingestão raramente ou quase nunca é recomendada”, explica a aromaterapeuta, complementando que todos os óleos essenciais devem ser utilizados diluídos e com responsabilidade, visto que não são misticismo, tratam-se de componentes químicos responsáveis por diversas funções essenciais de defesa e sobrevivência das plantas. “E claro, se há algum malefício, ele ocorre principalmente se a pessoa abandonar o tratamento indicado pelo médico, isso nunca é recomendado”, completa.
Além da aromaterapia, Brenda também trabalha com outras Práticas Integrativas como reflexologia podal, meditação e Reiki, e ainda revela o desejo de atuar com massagem bioenergética. “Segundo Wilhelm Reich, psiquiatra austríaco e discípulo de Freud, em alguns pontos acumulamos, no corpo físico, energia advinda de nossas histórias de vida, de nossas dores, das vezes em que foi preciso ‘engolir o choro’. Essa energia é raiz de doenças como depressão, ansiedade, sentimentos de medo, de culpa, de vergonha e pode ser liberada através do toque amoroso e da massagem, com manobras voltadas para este fim”, comenta.
Capazes de reduzir o estresse, aumentar o bem-estar, a qualidade de vida e o padrão de felicidade, além de prevenir, tratar ou amenizar sintomas e doenças, segundo o Governo Federal, as PICS estão presentes em 54% dos municípios, distribuídos pelos 27 estados e Distrito Federal e todas as capitais brasileiras. Para Brenda, a presença e o reconhecimento dessas práticas incentiva a melhor qualificação dos profissionais e favorece que mais pessoas tenham acesso a estas práticas, que até então eram desconhecidas ou estavam limitadas a consultórios e clínicas particulares. “Sempre salientando que não substituem a medicina convencional, são complementares”, finaliza.
Residente em Flores da Cunha, Brenda atende no município vizinho, Caxias do Sul. Para conhecer o trabalho da acadêmica em naturologia e aromaterapueta, basta entrar em contato via Instagram @floreser.cosme ou pelo WhatsApp (54) 9.9620.5968.

Brenda Carolina da Silva Duran, 45 anos, destaca que a naturologia a escolheu, pois esteve envolvida com a atividade desde a infância. - Karine Bergozza
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