Promotor alerta sobre facções criminosas em Flores
Stéfano Lobato Kaltbach ocupou tribuna livre da Câmara de Vereadores para falar sobre criminalidade
“Estamos vivenciando um momento absolutamente grave”. A fala é do promotor de Justiça de Flores da Cunha, Stéfano Lobato Kaltbach. Ele ocupou a tribuna livre da sessão da segunda-feira, dia 25, na Câmara de Vereadores de Flores da Cunha, para falar sobre segurança. E sim, podemos nos preocupar tanto quanto o título desta nota. Kaltbach falou sobre a chegada de facções criminosas ao município. “A cidade está sendo, aos poucos, permeada, digamos que invadida, por algumas pessoas que definitivamente não são bem-vindas, nem aqui nem em lugar nenhum. Estamos vivenciando um momento absolutamente grave em termos de segurança pública, quando temos a notícia que facções conhecidas estão montando suas sedes aqui em Flores”, lamentou o promotor.
No tempo em que falou aos vereadores, Kaltbach explicou que esses criminosos chegam alugando e adquirindo imóveis, persuadindo moradores e prometendo a eles vantagens, como o pagamento de água e luz, por exemplo. Um silêncio comprado com dinheiro e medo. “Esses fatos já são de conhecimento da Brigada Militar e Polícia Civil, temos uma situação de segurança pública que exige, neste momento, uma atenção extrema por parte de todas as instituições. É fundamental o nosso trabalho conjunto, se nós não agirmos assim, não chegaremos a lugar algum”, reconheceu.
A violência vem motorizada
Este foi outro argumento do promotor Stéfano Lobato Kaltbach, que lembrou da Guarda Municipal (mais alguém aí lembra?). Para ele, essa não é uma ferramenta de “efeito imediato” sobre a redução ou controle da criminalidade, mas sim uma forma de coibir a chegada de pessoas mal intencionadas. “A violência não vem a pé, não vem de bicicleta, ela vem motorizada. Por isso, se tivermos guardas de trânsito atuantes certamente conseguiremos inibir a chegada de muitos atos de violência. Além disso, precisamos lançar mão da tecnologia, como o projeto de cercamento eletrônico do Conselho Comunitário Pró-Segurança Pública (Consepro)”, exemplificou.
Kaltbach também citou o exemplo da prisão ocorrida no dia 11 de fevereiro, quando a BM deteve um homem que teria vindo para o município para assumir o tráfico de drogas no bairro União. “Não podemos imaginar que, depois que eles estejam instalados aqui, vamos conseguir combatê-los. Temos que evitar a chegada deles, evitar que possam se enraizar de alguma maneira nessa comunidade”, concluiu.
Entradas e saídas
O projeto de lei que dispõe sobre a instalação de câmeras de segurança, faixas elevadas e cancelas automáticas nas vias públicas de acesso aos loteamentos, de autoria do vereador Moacir Ascari, o Fera (MDB), e que ainda está sendo analisado por comissões da Câmara, também foi citado pelo promotor. “Todos esses equipamentos nos loteamentos, que proporcionam quaisquer forma de parcelamento urbano, serão muito bem-vindos. Isso não tira o direito de ir e vir, mas limita o acesso rápido que, normalmente, é utilizado para a prática de crimes”, completou. Atualmente, o projeto é analisado pela Comissão de Constituição e Justiça.
O vereador César Ulian (Progressistas) aproveitou o momento para dizer que já está protocolada uma emenda buscada por ele, no valor de R$ 100 mil, destinada pelo deputado federal Covatti Filho (Progressistas), e que visa a compra de câmeras de videomonitoramento.
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