Política

Osmar Doro, 45 anos, candidato a vereador nas eleições 2020, solicitou o cancelamento e devolveu ainda em junho o valor de R$ 1,2 mil recebido como auxílio emergencial. Ele teve seu nome divulgado na lista do Tribunal de Contas da União (TCU), em 6 de novembro, que analisou os dados do Ministério da Cidadania, cancelando o benefício concedido aos candidatos a vereador que declararam à Justiça Eleitoral ter patrimônio superior a R$ 300 mil. 
Doro, que já foi vereador pelo PDT entre 2009 e 2012, trabalha há 10 anos como representante comercial da Nechamp Alimentos, atendendo mercados, bares, lancherias e restaurantes em Flores da Cunha, Antônio Prado, Ipê, Nova Pádua e Nova Roma do Sul.
Ele conta que no sábado, 14 de novembro, véspera da eleição, recebeu pessoas na sua casa perguntando da veracidade da história e, ainda, “se eleito, se sua candidatura seria cassada”, pois conforme as pessoas diziam a ele, a notícia “está no jornal”. O boato se espalhou, em forma de fake news, alimentado por comentários e informações inverídicas espalhadas por adversários e desinformados. Ele diz que “sementes do mal foram espalhadas para diminuir ou manchar meu trabalho”. E continua: “fui prejudicado até no meu trabalho, pois lido com comerciantes e empresários, que me perguntam sobre a veracidade da informação”, relata. 

O cancelamento do auxílio

Como representante comercial, cujos ganhos são apenas proporcionais ao valor dos produtos vendidos, Osmar teve sua renda praticamente zerada nos primeiros 40 dias da pandemia do coronavírus. Desta forma, ele se cadastrou e solicitou o auxílio emergencial. No mês de maio, ele retornou ao trabalho e com a recuperação de seus ganhos, mesmo que parcial, solicitou o cancelamento do auxílio. Ao acessar o sistema, foi informado de que ele teria que receber a segunda parcela para depois devolver. Consciente da situação e, compreendendo que após a retomada da sua renda o valor não lhe pertencia, no dia 30 de junho, ele devolveu à Caixa o valor de R$ 1.200 referente às duas parcelas já recebidas do Auxilio Emergencial. “Tenho a consciência tranquila”, diz Osmar Doro, acrescentando que “percebi ao voltar ao trabalho, que eu não precisava mais do auxílio emergencial”.