Política

Famurs se manifesta contra a realização das eleições neste ano

Prefeito de Flores diz que precisam ser avaliadas questões mais técnicas, enquanto que prefeito de Nova Pádua apoia a decisão

A Famurs e a Associação Regionais de Municípios do Rio Grande do Sul se reuniram, em uma videoconferência, para debater as eleições municipais. A diretoria da Famurs e os presidentes regionais foram unânimes em confirmar a inviabilidade da realização das eleições em 2020, não somente em outubro, mas também em dezembro. O entendimento dos gestores é de que as eleições não poderão ocorrer neste ano. Os prefeitos defendem que a melhor solução frente à crise de saúde, inclusive do ponto de vista econômico, é a unificação de mandatos e eleições únicas em 2022. Neste encontro entre Famurs e Associações de Municípios também ficou definido que cada regional vai elaborar um documento se manifestando contra a realização das eleições neste ano e encaminhar aos deputados da bancada gaúcha federal.

Para o prefeito de Flores da Cunha, Lídio Scortegagna, existem muitos aspectos envolvidos para essa decisão. Além disso, segundo ele, a decisão precisa ser avaliada pelos profissionais da saúde com base em questões técnicas. “São os médicos e infectologistas que precisam dizer se as eleições são viáveis ou não e não quem tem interesse em ficar ou não no poder. A minha opinião é indiferente até porque fui eleito para ficar até 31 de dezembro de 2020. Se olharmos pelo aspecto econômico que uma eleição gasta, o ideal seria uma única eleição em 2022. Mas é preciso seriedade na discussão”, pontua.

Para o prefeito de Nova Pádua, Ronaldo Boniatti, que participou da videoconferência, as eleições neste ano se tornam inviáveis. “Em dezembro existe o fechamento do caixa, final de gestão, é uma bagunça para as prefeituras. Esse era um ano de recuperação econômica e que estávamos planejando fechar com chave de ouro. Agora, estamos com as receitas comprometidas, vamos receber parcelado, sem planejamento e deixaremos de licitar algumas obras. Acredito que perdemos um ano. Eu seria até favorável a coincidência das eleições em 2022, mas se for também inviável poderia ser em 2021. Pelo menos, que se conceda três messes a mais em 2021 para podermos fechar o ano com tranquilidade. Faz a eleição em março de 2021 e se assume em abril”, diz.

Decisão

Conforme o presidente da Famurs e prefeito de Palmeira das Missões, Dudu Freire, o impacto da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) impossibilita as eleições deste ano. “Durante a reunião, ficou claro que a Famurs e os presidentes das Associações Regionais são contra a realização das eleições de 2020. Prefeitos e presidentes  regionais relataram a inviabilidade do pleito eleitoral por diversos motivos. Com a pandemia fica inviável termos eleitores votando nas urnas, não há como fazer qualquer encontro partidário ou campanha nas ruas, e ainda fica prejudicada a prestação de contas por parte dos gestores, em uma possível eleição adiada para dezembro, por isso defendemos que não haja eleições em 2020”, relatou Dudu Freire.

Outra preocupação seria a aglomeração em único dia de votação dos cerca de 140 milhões de brasileiros habilitados a votar, e dos mais de dois milhões de mesários e servidores eleitorais, que se exporiam uns aos outros, e, portanto, ao vírus, ao enfrentarem filas de votação, urnas e cabines eletrônicas, e cadernos de assinaturas.

Outra observação analisada na reunião está na série de cuidados necessários que uma eleição neste ano teria com cuidados sanitários para diminuir os riscos de contágio, que representaria custos adicionais milionários ao processo de votação. Estima-se que com tais adicionais, o custo das eleições superaria os R$ 20 bilhões, valores que se destinados ao combate do coronavírus seriam de fundamental importância e representariam a salvação de incontáveis vidas. Freire mencionou também que dezenas de países no mundo adiaram eleições em atenção aos cuidados com a pandemia, sem nenhum risco de ruptura democrática.

Nos próximos dias, a Famurs vai mobilizar as 27 Associações Regionais na elaboração do documento com a manifestação contrária das eleições de 2020 para os deputados federais gaúchos.

 - Divulgação
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