Política

Eleições 2020: Definição de alianças devem ocorrer em julho

PP, PSB, MDB e PDT deverão ter candidatos a prefeitos e bloco formado por PTB, Republicanos e PT deve seguir unido

Com a provável alteração no calendário das eleições, as discussões sobre coligações e candidatos poderão atrasar. Mas, os contatos e reuniões presenciais ou virtuais entre lideranças se intensificaram nos últimos dias e devem seguir na próxima semana.  Pelo calendário atual, o prazo máximo para definição de candidatos é o dia 5 de agosto, mas a data pode mudar.

O Senado aprovou, nesta semana, em dois turnos, emenda constitucional que altera o calendário eleitoral, adiando o primeiro turno das eleições de 4 de outubro para 15 de novembro. O projeto deve ainda ser apreciado pela Câmara Federal.

Ernani Heberle, presidente do PSB, afirma que tudo está indefinido, mas declara que “o PSB já definiu que terá candidato na majoritária e também trabalha com a possibilidade de alianças com outros partidos”. Complementa dizendo: “estamos confiantes de que na semana que vem acontecerão as primeiras definições. Teremos nominata completa para vereador, com 14 nomes, mais presença na majoritária”. Embora remota, os dirigentes não descartam a possibilidade de permanecer na coligação com o MDB. Na quinta-feira, dia 25, o partido reuniu-se para definir os candidatos a vereador e outras estratégias.

O presidente do MDB, Everton Scarmin, diz que já conversaram com todos os partidos que compõem a atual administração, e que o partido vai apresentar o nome para a cabeça da chapa. “Pretendemos decidir até o fim de mês quem será o nosso candidato e as alianças que serão formalizadas nessa caminhada”, relata o dirigente. Ele também disse que há uma forte expectativa sobre as definições do MDB: “todo cenário está esperando por nós”.

O PDT vem debatendo internamente e já realizou encontros com PP e PSDB, “mas tudo em caráter preliminar”, conta o presidente Domingos Dambrós. Ele aposta que “a mudança de data das eleições vai facilitar as conversações”, ganhando mais tempo para as definições.

O Partido Progressista já definiu que terá candidato a prefeito e busca agora costurar alianças. Mesmo internado, o presidente Daniel Gavazzoni, por intermédio da esposa Rosmari, conta que o trabalho vem sendo desenvolvido desde o ano passado, fortalecendo a ideia de candidatura própria. As decisões têm sido baseadas em sondagens e enquetes que vem sendo feitas em intervalos regulares.

Pelo bloco formado pelo PTB, Republicanos e PT, seguem conversas sempre em conjunto com os demais partidos. Antônio Ingles, do PTB, diz que pretendem manter a unidade do bloco, sem prender ninguém, pois acreditam na força política que o conjunto representa. Outro dirigente afirma que é “este é o nosso momento” diante da possibilidade de indicar, através de alianças, um nome para concorrer à vaga de vice-prefeito. Ele salienta ainda que está descartada uma aliança com o PP, mas seguem negociações com PDT, PSB e MDB.

Os nomes na disputa eleitoral
No PSB, as informações que transitam nos meios políticos são de que Almir Zanin abre mão da candidatura a prefeito, deixando a vaga, sem disputa interna, para o ex-prefeito Ernani Heberle. O presidente do partido tem se movimentado bastante, demonstrando disposição para concorrer novamente.

No MDB crescem os debates para definir entre os nomes do vereador Moacir Ascari, o Fera, e o ex-prefeito Renato Cavagnoli. O partido não fez pesquisa, mas avalia contratar.

No PDT, a recente filiação do juiz aposentado e atual procurador do município de Caxias do Sul Sérgio Augustin animou as lideranças. O presidente Dambrós diz que Augustin é um homem experiente e bom administrador, mas o partido ainda não tomou a decisão.

No PP, os debates devem atrasar, em virtude do afastamento do presidente Gavazzoni por motivo de saúde. Formalmente o partido trabalha com os nomes do vereador César Ulian, do ex-gerente da Corsan, Bruno Debon, e do professor e suplente de vereador Jorge de Godoy. Entretanto, nos bastidores, cresce a força do nome de César Ulian.

No bloco formado por PTB, Republicanos e PT, os partidos trabalham com diferentes nomes, mas há quem diga que, por sua atuação na coordenação informal deste bloco, é provável que o nome do vereador Samuel Barros poderia participar de uma chapa majoritária em coligação.

Presidente do PP está hospitalizado
O presidente do PP de Flores da Cunha, Daniel Gavazzoni, está internado desde segunda-feira, dia 22, no Hospital do Círculo, em Caxias do Sul. Ele foi acometido por um enfarto do miocárdio e passou por exame de cateterismo e angioplastia para desobstrução das vias coronárias e colocação de três stents. A esposa Rosmari, relata que ele passa bem, deve sair nesta sexta da UTI e permanecer mais 24 horas hospitalizado, podendo, possivelmente ir para casa.  
Na próxima semana a Executiva irá se reunir para, entre outras questões, avaliar a questão da presidência do partido. “Até lá, saberemos certo o quanto o Daniel ainda ele vai poder se envolver com as questões políticas” explica Rosmari. Em caso de impossibilidade, será designado outro nome para representar o partido.

Novas lideranças buscam espaço na política
Um dos partidos que se propõe a conquistar espaços na política de Flores da Cunha é o PSD, que tem na liderança o jovem empresário da construção civil Michel Venz Renosto. Existente desde a última eleição, quando integrou a aliança que governa o município, o PSD teve uma renovação em seu quadro de filiados, conseguindo reunir diversos integrantes de outros partidos – do PT ao PP, passando pelo PSB, MDB e PDT, da esquerda, do centro e da direita.

Com cerca de 60 integrantes bastante ativos e não podendo organizar reuniões que gerem aglomerações, por conta da pandemia do Coronavírus, os membros se comunicam intensamente pelo WhatsApp. São vários grupos, sendo um com todos os integrantes e simpatizantes e, diversos outros grupos por área de discussão. “No grande grupo todos colocam os assuntos – os problemas, o contexto, o que fazer – e os coordenadores têm a responsabilidade de filtrar, avaliar e formular as propostas políticas que pretendem defender”, informa. O objetivo, conta Renosto, é elaborar propostas para apresentar aos candidatos a prefeito, e apoiar uma candidatura que aceite incorporar em seu plano de governo as sugestões do partido. Ele diz que também não está descartada uma candidatura à majoritária.

O partido estuda a possibilidade de indicar nomes em uma composição com outros siglas, para a vaga de vice-prefeito. “O PP já nos procurou. Eles querem entrar numa parcela da sociedade que nós temos afinidade, mas ainda estamos avaliando”, declara Renosto. “Também conversamos com o PSB, sob a liderança de Ernani Heberle, mas nada está definido”, diz. Outra conversação frequente tem ocorrido com os líderes do Bloco integrado por PTB, Republicanos e PT, que atua de forma conjunta na coligação atual da administração municipal. “Em relação ao Bloco, reconhecemos todas as lideranças, como pessoas, mas há a defesa de ideias que são muito diferentes das nossas”, por isso ele vê dificuldades de aliança com partidos que nacionalmente estão desgastados.

Perguntado sobre os objetivos do partido, Renosto é objetivo. “Estamos apostando em trabalhar as ideias, não necessariamente em candidatos. Se o resultado não for atingido agora, pode ser daqui a quatro anos”, finaliza.

Núcleos de discussão do PSD e seus coordenadores: 
Saúde – Marco Aurélio Paviani, Solange Sonda, Célio Breginski e Franciane  Rocha
Segurança e Mobilidade Urbana – Tenente Vilmar Oliveira, André Toldo, Rodrigo Pena Krumenauer e Clóvis Machado
Turismo e Cultura – Valdeci Menguzzo, Samuel Marcon e Jatir Mosquer
Há outros grupos em formação nas áreas de educação, juventude, assistência social e agricultura. Michel Renosto conta que diversas pessoas que não estão filiadas formalmente, pois o prazo legal pela justiça eleitoral encerrou em 4 de abril, estão participando do grupo. Para ele há um interesse crescente em participar da política, talvez pela forma como estão trabalhando e abrindo espaço para manifestações com sugestões e comentários. “Percebo que as pessoas começaram a se politizar. Dá para fazer diferente”, finaliza Renosto.

Republicanos deve definir apoio na próxima semana
O Republicanos está em fase de reuniões e conversas com diversos partidos, além do Bloco em que atua conjuntamente, na atual administração, com o PTB e PT. O presidente Luis Fernando Rosa relata que já realizaram reunião com o PP, PSB e com MDB. “Só não conversamos com o PDT, pois nem fomos procurados e nem procuramos, ainda, este partido”, relata Rosa. Mas, o partido já estabeleceu a forma de como vão tomar as definições: uma reunião realizada na quinta-feira, dia 25, e outra que vai acontecer na próxima semana, deve definir o futuro do partido.

Na reunião desta quinta, o partido reuniu sua executiva e seus candidatos a vereador. Em debate, estava as três possíveis candidaturas, com as quais já conversaram, para definir apoio do Republicanos à majoritária. Rosa conta que estão em discussão a definição do apoio ao PP, que tem com pré-candidato César Ulian, ou ao PSB, que tem como pré-candidato Ernani Heberle, ou ainda ao MDB, que tem como pré-candidatos Moacir Ascari, o Fera, ou Renato Cavagnoli.

Nesta segunda-feira, dia 29, os 14 pré-candidatos a vereador do Republicanos vão votar. “Queremos garantir que a decisão tomada pela maioria seja acatada e trabalhada por todos”, explica o jovem presidente.  O partido não fará condições para impor candidato à vice, mas está aberto a esta possibilidade.

Em paralelo a definição de que chapa apoiar, o partido prepara seu plano com propostas para as áreas da segurança, saúde, educação e desenvolvimento social. Um dos destaques será à defesa da mulher – propõe a criação de uma coordenadoria da mulher. “Vamos condicionar nosso apoio ao programa que estão desenvolvendo”, explica Rosa. Ele também frisa que há uma tendência de o partido continuar no Bloco com o PTB e PT, mas isto ainda não está definido.

 - Arquivo OF
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