Política

Eleições 2016: “A derrota tem que nos ensinar a ser melhores”

Com os votos de 6.029 florenses, terminou neste domingo, dia 2 de outubro, a disputa eleitoral pela Prefeitura de Flores da Cunha da candidata a prefeita Roberta Verdi (PP) e de seu vice, Luiz Antônio Pereira dos Santos (PDT), da coligação ‘Aliança Flores é Mais’. Com 30,2% dos votos, a vitória escapou, mas esta que foi a estreia de Roberta na política indica ser o ponto inicial de uma vida que tem a política como forma de ver e vivenciar o mundo. Aos 31 anos, a advogada e professora universitária liderou encontros e comícios em comunidades pequenas e grandes, sempre levando como principal bandeira uma política renovada não apenas de políticos, mas também da forma como a população a enxerga. Uma bandeira que tremula para a direção das pessoas como prioridade.

Próximo às 18h, antes ainda da conclusão da apuração de votos, mas com resultado numericamente definido, a candidata Roberta já conversava com a imprensa na casa de partidários, no bairro Aparecida. Rodeada pelos pais Marilene Maurina Verdi e Ermenegildo Verdi, ela manteve no olhar a tranquilidade que preservou por toda a caminhada política. Contou que no domingo se manteve com a certeza de dever comprido e, às 11h, compareceu a sua seção eleitoral no salão paroquial para votar. Apesar do resultado com boa diferença, Roberta garante que não deixará diminuir seu envolvimento com a política. Acompanhe a entrevista com a candidata.

 

O Florense: Como você avalia a campanha eleitoral?

Roberta: Eu tive 45 dias para mostrar quem sou e minhas ideias. Tive um opositor que teve quatro anos para isso. Estudo e trabalho muito, e 30% da população confiou em mim, mesmo que a maioria não me conheça. Essas foram as pessoas que consegui encontrar, as que conseguiram me ouvir, o restante não tive tempo para visitar e mobilizar. Entendo que as pessoas que me ouviram votaram em mim e por isso me sinto uma vitoriosa. É muito bom ganhar, mas entre perder de pé e ganhar ajoelhado, prefiro sempre perder de pé. Fizemos uma campanha muito limpa, muito honesta, todos nós pregamos a mesma coisa, que é a renovação política e foi o que conseguimos atingir.

 

O Florense: O que teria faltado para a vitória?

Roberta: Tempo. A maior dificuldade é que muitas pessoas não me conheciam, e ainda existe a cultura de que tem que votar em quem conhece, indiferente se é bom ou ruim. Dentro dos 45 dias também precisamos de um tempo para começar a engrenar, porque nossa aliança se deu no último dia, então também para nos afinarmos entre os partidos precisou de um tempo precioso. Peguei ainda uma fase de transição na política e essas mudanças de certa forma me deixaram em desvantagem. E, claro, hoje sou muito maior do que quando comecei essa caminhada, em uma próxima vou chegar mais forte.

 

O Florense: Quais são os planos para o futuro? Eles incluem a política?

Roberta: Às 8h de segunda-feira estou voltando para a universidade para dar minha aula. Vou voltar para minha vida e minha profissão, da qual foi muito batalhada por mim. Termino meu doutorado até o final do ano e pretendo viajar ao Exterior para concluir minha pesquisa. Mas a política está sim nos meus planos, ela sempre esteve dentro de mim e não vai ser agora que isso vai mudar. Tenho muito que aprender, afinal entrei na política agora, tenho os meus ideais, mas muita coisa pode ser modelada e preparada para quem sabe daqui a quatro anos ou para outros rumos políticos. Mesmo se eu não vier a concorrer a um cargo, sempre vou estar junto ao meu partido como um pilar forte e importante, porque a política faz parte de mim. Não podemos achar que a derrota tem que nos tirar do caminho, a derrota tem que nos ensinar a ser melhores, e eu vou estar me preparando para ser melhor do que fui nesses 45 dias.

 

O Florense: Algum agradecimento ou recado para os seus eleitores?

Roberta: Agradeço primeiramente aos presidentes dos meus partidos. Ao PP por confiar em mim. Agradeço também ao PDT por ter aceitado a coligação com o meu nome para concorrer. Tenho que agradecer as pessoas que trabalharam muito por mim, que estão tristes, mas eu digo que não, porque não perdemos nada, ganhamos muito, ganhamos amizades, respeito e aprendizado. Quero agradecer também as pessoas, porque a cada 10, nove me recebiam com um sorriso no rosto, me abraçaram e me agradeceram por estar lá. Agradeço cada sorriso e cada abraço, porque isso me deu muita força nestes dias.

 

Os sempre companheiros de Roberta Verdi, os pais Marilene e Ermenegildo acompanharam a apuração dos votos ao lado da filha. - Camila Baggio/O Florense
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