“Um governo que criou oportunidades”
Após oito anos à frente da administração pública, Lídio Scortegagna se diz satisfeito com o seu trabalho
Oportunidade. Assim podem ser descritos os oito anos de mandato de Lídio Scortegagna à frente da prefeitura de Flores da Cunha. O município cresceu, prosperou e oportunizou aos moradores diversas obras para melhorar a qualidade de vida, além de ações que beneficiaram a educação e o trabalho, a casa própria e a saúde, a cultura e o lazer.
Confira a última entrevista de Lídio como prefeito da cidade.
OF: Que Lídio Scortegagna assumiu a prefeitura em janeiro de 2013?
Lídio: Um Lídio igual ao de hoje, simples, com vontade de trabalhar, de fazer, que sabia o que queria fazer e como fazer. Tinha muita disposição. Busquei pessoas que me assessorassem à altura e que pudessem me ajudar naquele período a construir tudo o que nós construímos. Desde lá, quando assumi, até hoje, as únicas coisas que mudaram foi que ganhei muitos amigos e muita experiência, mas a pessoa Lídio Scortegagna continua sendo a mesma: simples, tranquila, aberta e que consegue visualizar da mesma forma todas as pessoas, seja empresário, agricultor, enfim, todos os munícipes com o mesmo peso.
OF: Quais os aprendizados durante esses oito anos?
Lídio: Oito anos de prefeitura são muito mais que uma faculdade. O conhecimento e o aprendizado que se adquire no dia a dia, seja como gestor ou na comunidade, é imensurável. Até porque as oportunidades que se tem de trabalho, de conhecimento, de criar relações são muito importantes e certamente a bagagem que se leva daqui é de muito conhecimento, repleta de pessoas que nos admiram.
OF: Quais suas principais realizações durante esses oito anos?
Lídio: Eu tive muita dificuldade na vida para chegar a um banco escolar. Então eu diria que o maior legado que nós deixamos foi oportunizar a todos os cidadãos que buscassem um curso superior ou técnico a passagem e a acessibilidade, a facilidade de chegar ao estudo, criando a oportunidade. Evidentemente que depois tivemos várias ações, como na questão de obras, que fizemos muitas obras estruturais, possibilitamos o desenvolvimento e o crescimento para várias empresas, gerando emprego e renda; fizemos a reforma da Praça da Bandeira; estamos realizando a reforma da Praça Nova Trento; possibilitamos a infraestrutura levando a pavimentação, dando mais condições ao turismo; na parte educacional, estamos deixando os recursos para a construção da última quadra de esportes, na Escola Rio Branco; duplicando a Escola São José; criamos e oportunizamos aos nossos gestores e professores o conhecimento com cursos; melhoramos e requalificamos o salário de todos os nossos servidores; na área social, criamos o CRAS, o CREAS, estamos instalando o Procon em um espaço novo; na área da saúde, construímos duas Unidades de Saúde em espaços públicos; reformulamos a Unidade Central e adquirimos o terreno do lado para ampliação, bem como criamos o CAPS; e oferecemos, dentro do programa estimulador e criador de emprego e renda, benefícios para muitas empresas para oportunizar o crescimento e o desenvolvimento do nosso município. Evidentemente que tudo isso somado a tantas outras ações.
OF: E tu estás satisfeito com tudo isso?
Lídio: Com toda a certeza, estou muito feliz. Posso dizer que vai ficar aquele sentimento de saudade, mas eu estou muito contente. Algumas coisas podíamos ter feito diferente esse ano, mas a pandemia nos atrapalhou um pouco, como foi o caso da reforma da Avenida 25 Julho, temos dois acessos que estamos brigando com a EGR, que não estão surtindo efeito e não estão tendo o resultado que precisávamos, mas estamos muito felizes sim, eu e a minha família e todo o grupo de servidores.
OF: Qual foi o melhor momento, nestes oito anos?
Lídio: São vários os bons momentos que tivemos, todos foram especiais, mas o melhor deles foi a minha reeleição. Foi um momento muito gratificante, um momento especial que eu pude fazer um trabalho e depois voltar na comunidade e ter o retorno mostrando que estávamos no caminho certo.
OF: E qual foi o pior momento?
Lídio: O pior momento foi quando tivemos que decidir, quando teve essa indefinição e essa politicagem barata entre o governo do Estado com o governo Federal em relação à pandemia. Foi um momento difícil, eu confesso que foi um período muito ruim, colocou os prefeitos em uma saia justa e, para piorar, estávamos prestes a um processo eleitoral. Mas agora estamos passando por esse momento, mas lá em março foi o pior momento que atravessei e graças ao apoio de algumas pessoas conseguimos superar tudo isso.
OF: Vendo o cenário agora, você faria algo de diferente no início da pandemia?
Lídio: Sim, faria algumas coisas totalmente diferentes, só que nós chegamos em um ponto de sermos amedrontados de tal forma que toda a comunidade queria uma atitude da administração municipal. Quando nós começamos todas aquelas medidas de fechamento de escola, de comércio, toque de recolher, aquele não era o momento correto. Nos foi jogado um balde de água fria e não sabíamos que caminho tomar, justamente dada a briga política dos governos federal e estadual, que continua até hoje. Naquela época, visto hoje, as medidas deveriam ser mais brandas, no sentido de serem educativas. E agora nós estamos numa fase, nesse momento, que a população precisa ter o cuidado, mas por uma irresponsabilidade, de novo, de não acertamos as bandeiras que deviam ser acertadas no passado, hoje a comunidade está se revoltando, por isso ela não está mais respeitando, e nós, entes públicos, perdemos um pouco da credibilidade. O governo do Estado tolerou as bandeiras até passar o segundo turno das eleições e agora quer enfiar goela abaixo algumas situações, como a exemplo de Pelotas. E naquela época, se nós não tivéssemos sido amedrontados que nem fomos, talvez as medidas teriam sido mais leves. Mas como é que nós faríamos algo se nós não tínhamos o conhecimento e quem tinha passava o terror pra gente? São situações um tanto difíceis e comentar o jogo depois de jogado é fácil, mas naquele momento foram tomadas as decisões corretas.
OF: Você avalia o seu segundo mandato melhor que o primeiro?
Lídio: Eu diria que sim, pois tudo foi agregado, o meu conhecimento, a minha experiência durante os primeiros quatro anos, embora nos quatro primeiros nós tivemos muitas ações e isso me garantiu no governo, tanto é que o resultado eu mesmo colhi. No segundo mandato, nós conseguimos utilizar todas essas informações que tínhamos e ampliar e melhorar ainda mais nossas atividades. Nós não paramos em momento algum, como agora nesta semana que estamos entregando mais três ou quatro obras e ações de pavimentação, vamos entregar a antena em Otávio Rocha, trabalho que comecei lá em 2013 com as primeiras reuniões. São sonhos e projetos que a comunidade precisava há muitos anos, assim como a Estrada Velha, uma realidade que está se concretizando.
OF: Qual a sensação, ao encerrar o mandato?
Lídio: De dever cumprido. Eu diria que os oito anos foram de muita dedicação, muito trabalho, praticamente 100% de exclusividade, pois quem trabalha comigo sabe das horas que eu trabalho e onde eu vou.
OF: Com seu mandato vai ser lembrado, daqui há 10 ou 20 anos? Qual o legado que você deixa?
Lídio: Como alguém que ajudou a construir um pouco da história do nosso município, que tentou produzir e fazer o melhor, que deixou encaminhadas algumas propostas de abertura, de crescimento, de desenvolvimento, de geração de empregos. Esses dias me ligou uma senhora agradecendo e ela disse que se não fosse o incentivo da prefeitura, talvez a neta dela não teria se formado, e isso que é importante, que se tenha esse reconhecimento.
OF: Qual seu futuro político e profissional?
Lídio: Nos primeiros dias eu vou descansar um pouco, mas eu ainda sou agricultor e tenho muito orgulho do que eu faço. O futuro a Deus pertence, mas a minha ideia é trabalhar naquilo que eu tenho e depois vamos ver o que acontece nos próximos anos.
OF: É possível pensar em uma candidatura a deputado, daqui a dois anos?
Lídio: Não me passou ainda pela cabeça. A minha meta agora é encerrar o mandato, deixar um bom dinheiro em caixa, o município encaminhado, passar tudo que preciso para o novo prefeito e sua nova equipe para que não venha a ter nenhum problema na transição e muito menos na gestão.
OF: O que faltou fazer em seu mandato que estava previsto?
Lídio: A reforma da Avenida 25 de Julho. Essa reforma nós temos todo o projeto, toda a proposta, toda uma programação, mas com todos esses problemas tivemos que recuar. Lá em março não se sabia qual ia ser o reflexo para agora, dezembro. Se desenhou um diagnóstico e quem nos passou também fez uma projeção. Essa era uma questão que era para termos executado e, infelizmente, não conseguimos. Assim como os dois acessos ao asfalto que estamos fazendo na Linha 80 e o acesso do bairro União, que as obras estão paradas. Nós temos processos dentro da EGR de longa data. A EGR só atrapalhou o nosso governo.
OF: Que conselho o senhor daria para o próximo prefeito?
Lídio: Eles têm que ter confiança no potencial do município, pensar grande, pois Flores da Cunha é um município próspero e tem uma população que trabalha muito. Eles têm que pensar que o município tem muito potencial de crescimento e assim que temos trabalhado, sem apequenar ideias, o município está acima das pessoas e de qualquer outro conceito. Crescer ordenadamente que nem está se propiciando agora, fazendo com que nós atingimos um progresso ainda maior. Acredite e pense num município grande e que siga o trabalho que estamos fazendo que certamente está bem encaminhado.
OF: Qual a sua mensagem final para a população?
Lídio: Quero agradecer a toda a população, aos meios de comunicação, às entidades, aos servidores, que nos apoiaram e nos ajudaram durante esses oito anos e, com certeza, o carinho e o afeto que eu tenho com a comunidade e com todas as pessoas que estiveram junto comigo com o objetivo único de fazer o nosso município ir para a frente. Então só tenho a dizer muito obrigado!
0 Comentários