Nova Pádua

Uma história que embalou (e ainda embala) muitas histórias

Na próxima quinta-feira, dia 20, Banda Santa Cecília celebra seu 110º aniversário

Seja pelo canto ensaiado de seus integrantes ou pelo som simultâneo de instrumentos como o trompete, o trombone e o clarinete, uma coisa é certa: a Banda Santa Cecília, de Nova Pádua, fez e faz muito mais que música. Não é à toa que estamos falando do conjunto mais antigo do estado em atividades ininterruptas, são 110 anos de história, mais de um século tocando o coração das pessoas e encantando ao levar o nome do Pequeno Paraíso Italiano aos confins do universo, afinal, não há fronteiras para a música. E na próxima quinta-feira, dia 20, a tradicional melodia cheia de arranjos dará lugar a uma canção clássica que atravessa gerações e servirá para celebrar o 110º aniversário da entidade: um uníssono parabéns a você! 
“É impossível falar da história do município de Nova Pádua sem falar da Banda Santa Cecília. As duas histórias se confundem muito, pois a banda fez parte da emancipação do município de Flores da Cunha, em 1924, e também da emancipação do município de Nova Pádua, em 1992, sendo assim, ela já pertenceu a mais dois municípios: Caxias do Sul e Flores da Cunha. O conjunto também está ligado ao nascimento da Feprocol, tendo em vista que a festa teve origem na comemoração do aniversário de 70 anos da Banda Santa Cecília. Por isso, a relação é muito forte e as histórias do município e da Feprocol tem a banda como protagonista, o que nos enche de orgulho”, recorda o vice-presidente da Banda Santa Cecília, Joel Panizzon, de 35 anos. 
Conforme Panizzon, que ocupa o cargo há oito anos e, antes, esteve por três como 1º secretário, a paróquia é uma incentivadora incansável das atividades da entidade e uma das responsáveis por viabilizar sua presença nos mais importantes acontecimentos, sejam alegres ou tristes. “Levar o nome da banda pelo Brasil e para outros países é dar continuidade a um trabalho que vem sendo muito bem feito há 110 anos, representa também manter nossas tradições, nossas raízes, nossa cultura sempre viva e, com isso, contribuir para a construção de uma sociedade com bases sólidas, preparada para o futuro e que tenha orgulho da sua cultura”, ressalta o músico, que ingressou no conjunto há duas décadas e, desde então, toca trompete.
A paixão pela música foi herdada da mãe, Edite Tonet Panizzon, que cantava nas liturgias da igreja e fez parte do Coral Santa Cecília, portanto, ela sempre foi uma grande incentivadora e, de certa forma, responsável pelo envolvimento do filho com esse universo. “Naquela época eu ia levar ela para os ensaios e por estar lá acabava participando junto, com isso surgiu a curiosidade de aprender a tocar algum instrumento e, naquele momento, o atual maestro, Lino Peccati, me convidou para fazer parte da banda; aceitei o convite e o desafio de aprender a ler partitura e tocar um instrumento. Posso dizer que dali em diante surgiu um ‘apego’ pela banda, que fez com que isso acabasse virando uma paixão, que só aumenta. É um orgulho enorme fazer parte dessa história e ter o privilégio de estar junto com pessoas muito especiais que se dedicam muito e fazem com que a banda permaneça sempre atuante e alegre”, revive o vice-presidente, acrescentando que atualmente o conjunto é formado por 20 componentes, o mais jovem, Marcelo Pecatti, de 19 anos, e o mais experiente, Próspero Menegat, de 82 anos. 
Os ensaios, conforme Panizzon, ocorrem quase que semanalmente e as apresentações variam de acordo com a época, a demanda e os acontecimentos. Mas as músicas mais tocadas seguem sendo as do folclore italiano como Mérica Mérica e Reginella Campagnola, seguidas do folclore gaúcho. Tradições que consagram ainda mais a banda: “A homenagem prestada pela Feprocol em 2023, onde a banda foi o tema principal da festa, nos deixa muito felizes e com sensação de dever cumprido. Representa também a colheita dos frutos que foram plantados há 110 anos e sempre foram cultivados por muitas mãos, com muito zelo e carinho por todos que passaram pela banda – sejam eles músicos, maestros, dirigentes e apoiadores que, de forma voluntária, fizeram com que ela se tornasse reconhecida como a mais antiga do estado em atividades ininterruptas”. 
E para comemorar a data, o vice-presidente destaca que na próxima quinta-feira, dia 20, será realizado um evento de lançamento e apresentação do documentário que conta um pouco da história da banda. Já no dia 27, a Câmara de Vereadores de Nova Pádua também promoverá uma Sessão Solene em homenagem à entidade. Panizzon reforça que a ideia é que as festividades se estendam e, para o mês de agosto, está previsto um baile retrô em comemoração aos 110 anos. Afinal, as celebrações e homenagens para mais de um século não cabem em um mês.
“A Banda Santa Cecília faz parte da história de Nova Pádua, sendo nosso maior patrimônio cultural imaterial. Suas melodias e sons, aliados à nossa cultura de fé, trabalho e força, foram os pilares para que a entidade chegasse aos 110 anos de história e muita música. Durante essa trajetória, praticamente todas as famílias paduenses tiveram participação na banda, com algum músico tendo feito parte dessa entidade. Desejo que a banda tenha continuidade e sucesso neste trabalho encantador de promover, através da musicalidade, os nossos valores e o nome de Nova Pádua, seja na região, no Estado e no Brasil. Em nome do Poder Público, agradecemos aos músicos pelo talento e comprometimento com a entidade, marcando presença em todos os atos cívicos do município. Recentemente, na 15ª Feprocol, valorizamos a importância da Banda Santa Cecília nas 15 edições da festa e nos 31 anos de Nova Pádua”, parabeniza o prefeito, Danrlei Pilatti. 

Dentre tantas participações, a Banda Santa Cecília esteve presente no lançamento do projeto de restauro da Subprefeitura de Nova Pádua, o primeiro bem tombado do município.  - Gabriela Fiorio/Arquivo OF
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