Nova Pádua

São muitos os paduenses que, ao revisar suas memórias, encontram alguma atividade importante de suas vidas que tenha relação com o Esporte Clube Paduense. Tanto na área esportiva, como na área social ou cultural. O Clube com maior número de vitórias no futebol – 12 de 24 campeonatos – não tem mais formação esportiva. Em sua sede, que já abrigou inúmeras comemorações, festas e até coroação de rainhas da Feprocol, as atividades estão paralisadas há alguns anos. Apenas acontece, aos sábados, um churrasco para alguns frequentadores organizado por Idalino Tormen e, aos domingos, o Clube abre para jogo de cartas. Com mais de 70 anos de história, a agremiação precisa se reerguer. E, esta nova realidade, está prestes a acontecer.

O atual presidente, Valdemar Pan, 59 anos, diz que a ideia é construir uma nova sede para o Clube. “Já temos uma proposta, um estudo da nova sede. Uma reunião já estava programada, em março, os convites feitos, mas tivemos que suspender por causa da pandemia”, conta o presidente. Nesta semana, alguns membros da comissão que é integrada pelo presidente Valdemar Pan, pelo vice-presidente Inácio Sonda e, ainda, por Nelson Sonda, Alvírio Tonet, Claudiomiro Tonet, Gelson Pan e Olimar Alessi, reuniram-se para conversar e programar as atividades que serão desenvolvidas.

Inácio Sonda explica que a ideia é aprofundar os detalhes do estudo elaborado pelo engenheiro Rafael Sonda e pela arquiteta Deise Bett Sonda, e traçar um plano de trabalho. No plano, está a proposta de motivar novamente os associados que, em outras épocas, já chegou a 114, para definir, em Assembleia, o futuro do Clube Paduense. 

Projeto 
Rafael Sonda e Deise Bett são os autores de um estudo prévio para a construção de nova sede do Clube Paduense. A estratégia, explica Rafael, seria construir uma sala comercial, aproveitando o desnível que o terreno possui. O Clube teria entrada pela Rua Prof. Carlos Mantovani e as instalações comerciais, pela Rua Bortolo Bigarella. A venda ou aluguel deste imóvel poderia gerar uma receita para a construção do novo Clube, a exemplo do que foi realizado no Clube Independente, em Flores da Cunha.

A proposta em estudo contempla duas etapas. Na primeira, seria construído o salão de festas para até 350 pessoas, com bar, cozinha e banheiros. Na segunda etapa seria construída a quadra de bochas e instalações para jogos. Toda a obra teria cerca de 930 m².

O engenheiro estima que, considerando as condições mínimas para esta obra, o investimento necessário gira na ordem de R$ 1,3 milhão. Ele explica ainda, que para dar início é necessário a regularização do imóvel, o qual seria construído em dois terrenos que já são de propriedade do Clube e, parte dele em área que seria doada ao Clube, de propriedade da família Sonda, pelos herdeiros do ex-prefeito Ivo João Sonda, o qual teria expressado ainda em vida esta possibilidade. 

O início 
O padre Antonio Galioto, no livro “Nova Pádua e sua história”, conta que por volta de 1948, sob a liderança de Arlindo Bigarella, Cristiano Bedin, Rugero Bedin, Modesto Sonda e Luiz Sonda, foi feito o primeiro campo de futebol, dentro da vila, perto de onde hoje está a sede do Clube Paduense. “Foi a primeira vez que os moradores de Nova Pádua viram um trator de esteiras que a prefeitura de Flores da Cunha mandou para remoção de terra do novo campo”, conta Galiotto. “Quando pronto, os dois times da época, Morcegos e Periquitos, se fundiram e surgiu o Paduense”, acrescenta o historiador.  A fundação definitiva deu-se em 11 de maio de 1949.

O passado do Clube é repleto de fatos e conquistas importantes. Vitórias em campeonatos de diversas modalidades, bailes, casamentos, atividades sociais, ensaios da Banda e do Coral Santa Cecília. Enfim, um passado que, por si, justifica que seja feito algo no presente para garantir a continuidade do Clube Paduense para o futuro. Se tudo der certo, em 2024, quando o clube completar 75 anos, as comemorações poderão acontecer na nova sede.