Nova Pádua

Assunto que tem mobilizado a comunidade escolar em Nova Pádua, a municipalização da educação ganhou um novo capítulo nas últimas semanas. No dia 6 de março, o prefeito Ronaldo Boniatti reuniu-se com a titular da 4ª Coordenadoria Regional da Educação (4ª CRE), Viviani Devalle, para tratar das questões da área. Na ocasião, foi protocolado um ofício solicitando ao Estado a transferência da gestão da educação para a administração municipal.

Preocupado com a situação da educação na rede estadual, Boniatti vem manifestando o quanto a educação é importante para o futuro do município. “É uma discussão muito ampla. Vai além da falta de professores e, sim, de um currículo escolar, um plano pedagógico que vá ao encontro das necessidades para o desenvolvimento das crianças e jovens dentro de um contexto atual, um constante aperfeiçoamento dos professores, didáticas de ensino e propostas inovadoras de aprendizagem”, frisa o prefeito.

Em 2019, um estudo apresentou alternativas para as melhorias da educação de Nova Pádua. Os dados foram apresentados em assembleia no salão paroquial, para o Movimento pela Educação e para o Círculo de Pais e Mestres da escola. A conclusão, conforme o prefeito, foi de que a melhor e mais eficiente opção seria partir para a municipalização. “Chegamos ao nosso limite”, destaca Boniatti.

Viviani ressalta que a falta de professores vai além da vontade da coordenadoria, pois, existe uma dificuldade muito grande dos profissionais se inscreverem para lecionar em Nova Pádua devido ao deslocamento. Conforme o prefeito, a coordenadoria fará uma proposta de estudo sobre essa municipalização, que será avaliada pelo município e pela comunidade escolar. Atualmente, a municipalização abarcaria cerca de 205 estudantes do ensino fundamental da Escola Estadual Luís Gelain.

À frente do Movimento pela Educação, criado para fomentar o debate sobre a questão no município, a massoterapeuta e conselheira tutelar Marta Aparecida Viegas Perondi, 33, acredita que municipalizar a educação é o melhor caminho para melhorar a qualidade do ensino diante das dificuldades do Estado em suprir a demanda, especialmente no que diz respeito ao preenchimento de vagas de docentes. “A municipalização tem muitos pontos positivos, entre eles, valorizar os profissionais com um concurso público e plano de carreira, ter monitores para alunos com necessidades especiais e acesso mais rápido à Secretaria da Educação. Ter um quadro completo de profissionais é um dos principais benefícios”, acredita Marta, mãe de uma aluna do Jardim A da Escola Municipal de Educação Infantil Professores Bortolo Bigarella e Idalino Vailatti.

Conforme o prefeito Ronaldo Boniatti, a municipalização da educação não resultaria em despesas extras ao orçamento do município. Segundo ele, atualmente, as depesas da pasta com folha de pagamento representam atualmente 30% do orçamento, percentual que chegaria a 35% em 10 anos. No Estado, a média é de 48%.