Mais auxílio ao agricultor paduense
Um dos serviços bastante solicitados pelos produtores é a abertura de novos açudes, limpeza e ampliação destes reservatórios. Em 2022 foram 5.372,14 horas de máquinas terceirizadas e esse número só aumenta
O auxílio de máquinas aos agricultores paduenses tem aumentado nos últimos anos da administração municipal. O poder Executivo tem ofertado, em grande escala, máquinas terceirizadas. Demanda esta, que deve ser feita junto a Secretaria da Agricultura e Meio Ambiente, onde nove empresas da região estão cadastradas para a realização destes serviços.
O secretário da pasta, Gelson Sonda, explica que os subsídios têm crescido ano após ano, prova de que os munícipes paduenses estão investindo em melhorias nas propriedades e diversificando as produções. Em 2018, foram utilizadas 1.908,36 horas de máquinas terceirizadas. No ano seguinte, esse número aumentou para 2.872,11. No último ano da administração anterior (2020) foram 5.105,18 horas.
Em 2021, por sua vez, a administração atendeu uma demanda antiga dos agricultores: os serviços de pequenas máquinas, incluindo miniescavadeira de esteira e minicarregadeira. Com o acréscimo das mesmas, o ano fechou com 6.023,42 horas de máquinas aos agricultores e empresas do município, que tem 30 horas gratuitas/ano e são usadas no destacamento, terraplenagem, abertura de estradas e valas e, principalmente, na abertura de açudes.
Para o prefeito municipal, Danrlei Pilatti, esses investimentos são fundamentais para auxiliar os agricultores na modernização das propriedades e no enfrentamento das fortes estiagens que atingiram o Estado e o município nos últimos anos.
Na prestação de contas do exercício de 2022, realizada nos meses de abril e maio deste ano, nas comunidades do interior, os dados levantados mostraram que foram contabilizadas 5.372,14 horas de máquinas terceirizadas aos munícipes paduenses. Um dos serviços que tem sido bastante solicitado pelos agricultores é a abertura de novos açudes, limpeza e ampliação destes reservatórios, com o objetivo de reduzir os prejuízos da estiagem. Só em 2022, foram 250 pedidos de limpeza e ampliação e 85 para novos açudes.
Doze microaçudes em 90 dias
Essa demanda por limpeza, ampliação e novos açudes fez com que Nova Pádua aderisse ao Programa Avançar na Agropecuária e no Desenvolvimento Rural – Eixo Estratégico Irriga + RS, do Governo do Estado, por meio do qual 12 propriedades rurais paduenses foram contempladas com a abertura de microaçudes.
“O Programa Avançar prevê a disponibilização de até 24 horas máquina de escavadeira hidráulica para construção de cada microaçude. Destas horas, 80% do valor é custeado pelo programa e 20% a contrapartida é da prefeitura municipal”, explica o secretário da Agricultura e Meio Ambiente, Gelson Sonda.
A construção dos microaçudes, que tem em torno de 0,1 hectare, começou em agosto deste ano e a expectativa é que todos os 12 sejam construídos em 90 dias “Possuir reserva de água gera segurança para os agricultores familiares em períodos de estiagem. Muitos gostariam de ter irrigação nas suas plantações, mas não instalam justamente por não possuir água em suas propriedades rurais. A construção destes açudes visa melhorar a disponibilidade de água, sobretudo nos períodos de estiagem severa, cada vez mais comuns”, reforça o secretário da pasta.
Um benefício que o agricultor Rafael Tonello, de 46 anos, passou a ter disponível desde o início deste mês. “Essa medida vai auxiliar a ter água estocada durante os dias de falta de chuva e períodos de escassez de água, pois eu não tinha nenhum açude para irrigação e para os animais beberem água aqui na propriedade”, destaca o produtor de uva, milho e cebola da localidade do Travessão Divisa.
Conforme Tonello, a construção do açude ocorreu de 3 a 5 de agosto e não lhe trouxe custo algum: “Não precisei gastar nada com inscrição, projeto e máquinas. Eu me inscrevi no WhatsApp da Emater quando lançaram o programa do governo e foi tudo de graça”, revela.
O Pequeno Paraíso Italiano só não foi contemplado anteriormente pela iniciativa, segundo o Engenheiro Agrônomo do Escritório da Emater/ASCAR de Nova Pádua, Willian Heintze, porque se trata de um programa novo no Estado, neste setor, mas que já beneficiou, anteriormente, outros segmentos como a segurança, por meio de entregas à Brigada Militar.
“Todos os municípios que tiveram interesse foram contemplados. O programa, assim como qualquer contrato com o Estado, tem suas normas e algumas prefeituras não quiseram se adequar a elas, acharam que era economicamente inviável e acabaram não fazendo adesão, diferente de Nova Pádua, que foi até o final e contribuiu muito. A gente teve uma equipe boa para fazer as avaliações e conseguimos realizar uma ótima divulgação do programa, com vários inscritos”, esclarece Heintze, acrescentando que muitos municípios se inscreveram, mas tiveram poucos produtores – menos de 10, que era o mínimo exigido inicialmente (após foi ampliado para 12).
Nesse sentido, o engenheiro agrônomo destaca que a união de todos foi fundamental para a conquista de mais esse benefício para o município paduense. De acordo com ele, tudo foi feito de forma ágil e colaborativa entre a Emater/ASCAR, a Secretaria da Agricultura e Meio Ambiente, a prefeitura e o Conselho da Agricultura, afinal, o tempo era muito curto. “Que bom que Nova Pádua manteve essa adesão porque é um investimento público para benefício dos agricultores, voltado para a questão de segurança hídrica e muitos municípios não aderiram, eles acharam que era ‘muito trabalho para pouca verba’. Mas construir esses açudes, e qualquer açude, gera uma segurança na propriedade porque essas famílias vão poder ter reservas de água para irrigação e para fornecer aos animais. Isso gera uma estabilidade também no fluxo hídrico porque a água que fica nos açudes é liberada aos poucos pelo lençol freático, pelos córregos, e se não tem nenhuma estrutura de captação, quando chove essa água simplesmente escoa rapidamente, ainda mais nas áreas de lavouras, e vai rio abaixo, o que acaba causando problemas nas áreas mais baixas”, sinaliza. Heintze acredita que, além da irrigação e da reserva de água, os microaçudes sejam fundamentais por contribuírem para a bacia de captação como um todo, estabilizando o fluxo da água, portanto, diminuindo aquele fluxo explosivo de uma chuva muito forte e depois mantendo o ciclo hidrológico: “Vai liberando água aos poucos, na forma de irrigação para o solo e evaporação para o ar, ou acaba sempre vazando por durabilidade ou pelos ladrões de açudes, e em períodos que não está chovendo melhora a questão do fluxo, que é algo que era feito naturalmente, antigamente, pelas florestas”, conclui.
A abertura destes microaçudes impulsionará ainda mais o crescimento e o desenvolvimento da agricultura familiar em Nova Pádua.
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