Nova Pádua

Promover um evento que harmonizasse perfeitamente as molduras de uma natureza exuberante com as páginas encantadoras da literatura, tudo isso acompanhado por um bom vinho e o melhor da gastronomia da Serra Gaúcha. Essas foram as principais motivações da Secretaria de Educação, Cultura, Turismo Esporte e Lazer de Nova Pádua e do Instituto Flávio Luis Ferrarini de Nova Pádua e Flores da Cunha para promover a Primeira Feira do Livro ao Ar Livre, na Adega Dom Camilo, em Nova Pádua. 
A abertura da festividade cultural se deu na tarde do sábado, dia 11, na qual os alunos da Escola Municipal de Educação Infantil Profs. Bortolo Bigarella e Idalino Vailatti, embalados pela música Aquarela, do cantor e compositor Toquinho, realizaram uma encenação que envolveu os presentes e deu início ao protocolo. A cerimônia contou com a presença de autoridades locais, dentre elas os prefeitos municipais de Nova Pádua, Danrlei Pilatti e, de Flores da Cunha, César Ulian. 
O patrono, o jovem escritor caxiense Gustavo Tamagno Martins, autor dos livros O Cemitério Misterioso (2017) e O Sótão das Lembranças (2018), também esteve presente e agradeceu pela oportunidade em participar desse momento histórico. “A palavra que resume esses dois dias é gratidão. Em tempos tão sombrios e solitários, essa Feira veio acalentar os nossos corações e nos trazer mais esperança. Não é à toa que as duas obras do Flávio lançadas resumem a principal motivação da Feira: que depois da chuvarada o sol sempre volta a raiar e tudo fica bem”, resumiu o patrono de apenas 21 anos, mas com um extenso currículo. 
A abertura do evento também foi marcada pelo contagiante lançamento da obra póstuma de Flávio Luis Ferrarini, Depois da Chuvarada, um livro de crônicas organizado pela psicóloga, diretora do Instituto Flávio Luis Ferrarini e irmã de Flávio, Madeleine Ferrarini DalleMolle, com o apoio da também psicóloga e educadora Carla Rocha Manosso, da contadora Edite Marin Vailatti e da jornalista Karine Bergozza, integrantes do IFLF de Flores da Cunha. 
Após a apresentação, na ocasião, dezenas de livros foram entregues aos representantes das escolas municipais, estaduais, bibliotecas, entidades culturais, artísticas e autoridades dos municípios. O prefeito de Nova Pádua, Danrlei Pilatti, destacou o trabalho realizado pela União Cultural Paduense, instituída no município, e que foi responsável pela organização da Primeira Feira do Livro ao Ar Livre.
A secretária de Educação, Cultura, Turismo, Esporte e Lazer de Nova Pádua, Josenice Panizzon Bernardi, ressaltou a satisfação de propiciar o lançamento da obra póstuma do escritor, natural de Nova Pádua. “Fazer o lançamento do livro na terra natal de Flávio, na terra do sol, como ele tão bem descrevia no livro. Por sua vez, o curta-metragem emociona porque relata a infância de Flávio quando se descobriu escritor, estimulado por seus professores. Para nós foi um privilégio muito grande”, explicou.
Privilégio que, para a diretora do IFLF de Flores da Cunha, Madeleine Ferrarini DalleMolle, foi transformado em surpresa pela participação e adesão ao evento cultural. “Muitas pessoas vieram conversar conosco sobre suas percepções e impressões da Primeira Feira do Livro ao Ar Livre, organizada entre a prefeitura de Nova Pádua e o Instituto Flávio Luis Ferrarini. A união da comunidade de Nova Pádua e Flores da Cunha foi inédita no sentido de promover, em conjunto, um momento de solidariedade em torno da literatura”, destacou.
Nos dois dias houve música ao vivo com Maicon & Pontel; exposições e apresentações artísticas com: Alessandra Pauletti, Juh Manosso, Vanessa Debon e Eduardo Vezzaro, Banda Santa Cecília; oficina para confecção de pipas, com Roger Castro; contações de histórias em parceria com a Odisseia do Conhecimento. Além de bancas com vendas de livros: Almanaque Cultural, Livraria Arco da Velha, Livraria Paulus, Livraria Clássica e Livraria do Maneco.
A exibição do premiado curta-metragem O Menino da Terra do Sol, baseado no livro autobiográfico e homônimo de Flávio Luis Ferrarini, em formato cine drive-in, no estacionamento da Adega Dom Camilo, também marcou o fim da tarde de sábado e domingo. 
No fim de semana do evento mais de 2 mil pessoas circularam pelo local e foram comercializados em torno de mil livros. 30 obras Depois da Chuvarada também foram adquiridas, de acordo com a linha de frente do Almanaque Cultural, Sandreli Berner Marteninghi. O livro também pode ser adquirido pela livraria da UCS e pelo site da Amazon ao valor de R$ 69,90. 
“Com certeza a feira nos surpreendeu positivamente. Foi muito bom ver a grande adesão e participação da comunidade paduense e florense”, destaca um dos organizadores e linha de frente da Adega Dom Camilo, João Pedro Sonda. 
Sentimento compartilhado pela presidente do IFLF de Nova Pádua, Fernanda Dagnese. “A primeira Feira do Livro ao Ar Livre superou todas as nossas expectativas. Teve uma organização espetacular, tudo foi feito com muito carinho e cada detalhe teve uma participação única de cada um dos integrantes do Instituto Flávio Luís Ferrarini, de Flores da Cunha e Nova Pádua. A prefeitura, as livrarias, o artesanato, a exposição de quadros, o food truck,... o pessoal que auxiliou e cedeu o espaço não mediu esforços para que tudo ficasse perfeito”, explica. 
Depois de dois dias de uma experiência positiva para a cultura, turismo e gastronomia local, fica a expectativa das comunidades para a realização de novas feiras do livro ao ar livre, resultado de uma alternativa adotada em tempos de pandemia, mas, que pelo que depender dos comentários dos visitantes, veio para ficar. 
 “O público engrandeceu ainda mais a feira. Foi tudo lindo. Como diz nosso escritor Flávio Luis Ferrarini ‘Na verdade, não há sonhos impossíveis, o que há são pessoas que acreditam que não podem realizá-lo’. Então, tudo é possível quando se faz com carinho e dedicação”, finaliza Fernanda.