Nova Pádua

A greve de professores da rede estadual de ensino no Rio Grande do Sul, liderada pelo Cpers-Sindicato, teve início no dia 18. Na Escola Estadual de Ensino Médio Luiz Gelain algumas professoras aderiram ao movimento – três ainda estão em greve. As docentes de Língua Portuguesa (do 6º ano ao ensino médio), História e Geografia (do 7º ano ao ensino médio), Artes, Literatura, Língua Espanhola e Inglesa (do 6º ano ao ensino médio) não retornaram para a sala de aula. O quadro da escola é composto por 19 professoras, sendo uma diretora, duas vice-diretoras e uma coordenadora. Além delas, a instituição conta com uma merendeira, uma monitora e uma auxiliar de limpeza. Segundo a diretora, Lenita Sonda, cada professor é livre para aderir à greve ou não. “Os alunos vêm para a escola e participam das aulas com os professores que estão aqui. Quando eles têm aula com as professoras que estão em greve, eles permanecem nas dependências da escola”, diz. Conforme Lenita, o ano letivo está previsto para terminar no dia 13 de dezembro. Porém, antes do término, será preciso recuperar as horas do período da greve. 

A mobilização

A greve é uma reação contra mudanças propostas pelo governo Eduardo Leite (PSDB) que atingem o plano de carreira dos docentes. Além de modificar carreiras, o pacote encaminhado à Assembleia Legislativa extingue benefícios, aumenta a alíquota previdenciária de parte do funcionalismo e trata sobre o fim de adicionais por tempo de serviço. A categoria já sofre com um grande processo de defasagem: são cinco anos sem qualquer reposição salarial, acumulando perdas inflacionárias superiores a do poder aquisitivo desde novembro de 2014. Em relação ao Piso Nacional, a defasagem do Magistério chega a 102%. Além do congelamento, os salários dos professores são quitados com atraso e/ou parcelamento. Após ato de protesto contra o pacote na terça-feira, dia 26, o Cpers-Sindicato informou que a greve continuará até que o governo retire a pauta encaminhada aos deputados.