Nova Pádua

Uma noite animada e repleta de emoções. Assim podemos definir a escolha da Mamma Mia – Edição Especial da 15ª Feprocol, que ocupou o restaurante Parque dos Peixes, no sábado, dia 16, em Nova Pádua. 
O júri do concurso, que teve por objetivo reconhecer e valorizar todas as mulheres que constroem as bases sólidas das famílias e comunidades paduenses, reuniu nomes como: o turismólogo e secretário de Turismo de Caxias do Sul, Ênio Martins; a rainha da 14ª Festa Nacional da Vindima, Fernanda Molon Andreazza; e o secretário de Educação, Cultura e Desporto de Nova Roma do Sul, Cristiano Virgínio Panozzo.
Após muito suspense e ansiedade, o trio de jurados escolheu como Prima Mamma Mia, Gema Fabian Vazzata, de 69 anos, representante da comunidade do Travessão Mutzel. Alice Bedin Baggio foi eleita a Seconda Mamma Mia, ela tem 72 anos e representa a Associação Bela Idade e a Carrocerias Baggio. Veranis Onzi Zanatta, de 71 anos, ficou com o título de Terza Mamma Mia, ela representa a comunidade do Travessão Barra. Já, Ida Molon Vezzaro, de 79 anos, representante da comunidade do Travessão Leonel, foi agraciada como Mamma Mia Simpatia. 
As quatro Mamma Mias receberam como premiação uma viagem para Curitiba (PR), com quatro diárias no Hotel Slaviero Curitiba Centro e poderão desfrutar de muitos atrativos. 
As embaixatrizes da 15ª Feprocol não ficaram de fora da escolha da Mamma Mia, bem como das diversas ações da Festa do Colono e Motorista. A agenda pré-concurso das aspirantes ao título de rainha e princesas da festa contou, neste mês, com aulas de passarela e bate-papos. 
Neste sábado, dia 30, as jovens aprenderão ainda mais sobre a história do Pequeno Paraíso Italiano, com a jornalista Danúbia Otobelli e a historiadora Gissely Lovatto Vailatti. Para o próximo mês, estão previstas palestras sobre ‘História da Música em Nova Pádua’, com a historiadora Nair Panizzon Baroni, e sobre ‘Valorização da Mulher’, com a Engenheira Civil e Doutora em Urbanismo Giovana Ulian, além de bate-papo com as atuais soberanas do evento, oficina de respiração e participação na 40ª Noite Italiana, em Antônio Prado. 
O calendário segue intenso até a grande escolha, na noite de 17 de setembro, que será repleta de surpresas, a começar pelos trajes das candidatas. De acordo com a estilista e uma das coordenadoras gerais da 15ª Feprocol, Taisy Scremin, os vestidos deste ano vão manter os padrões das últimas duas edições, serão todos do mesmo modelo, mas com cinco cores diferentes. “O modelo é uma releitura dos trajes da imigração, então ele fará jus a uma blusa, um colete, uma saia e um avental, mas, por questões de facilidade, optou-se por um vestido. Essa proposta de releitura eu idealizei desde a última edição, há quatro anos, e este ano  o vestido é inspirado em todos os trajes de soberanas que a gente já teve, desde a 1ª Feprocol até hoje”, adianta Taisy, complementando que sua criação também contemplará trabalhos manuais, como bordados, croché e pintura. 
Após o desenvolvimento dos croquis, os vestidos passarão para a fase de confecção, que ficará a encargo do atelier de Diva Chiesa Araldi, em Caxias do Sul. 

A Prima Mamma Mia 

A intensa noite de 16 de julho de 2022 fez bater ainda mais forte o coração de Gema Fabian Vazzata, que jamais apagará da memória o momento em que seu nome foi anunciado como o escolhido para representar o município paduense como Prima Mamma Mia.
Natural do Travessão Paredes, em Nova Pádua, Gema possui três filhos – Valmir, André e Andreia – e dois netos – Nicoli e Gabriel, de 13 e 9 anos. Há dois anos é viúva e, com 69 anos, mora sozinha em sua propriedade no Travessão Mutzel onde, mesmo aposentada, mantém uma rotina diária de atividades. “Eu vou na horta, faço comida, limpo a casa, lavo roupa e se tem algum serviço fora para fazer eu faço. Às vezes saio também, mas como não sei dirigir, vou e volto com o ônibus. Se quero, o meu filho me leva, não tem problema, só não quero ficar atrapalhando o serviço dele na colônia, porque daí ele perde tempo. Mas eu vou do mesmo jeito, sou forte ainda”, conta, com um sorriso no rosto.
Expressão que ela mantém quando fala sobre sua relação com os animais e que, muitas vezes, eles lhe fazem companhia no dia a dia: “Tenho uma vaca, um terneiro, minhas galinhas – porque eu quero ovos da colônia, que é melhor – uma cachorrinha e um gato. Digo que eles fazem parte da minha família, porque eles vêm sempre atrás de mim, são companhias.  Eu gosto porque como eu estou morando sozinha, converso com eles. Tenho meu filho aqui perto, às vezes vou trabalhar com ele na colônia, conforme o serviço, se eu sou capaz de fazer”, confessa Gema, acrescentando que plantam uvas, cebola, alho e possuem um aviário. 
Mesmo com a perda do esposo, a aposentada não esmoreceu diante das dificuldades impostas pela vida e acredita que muitas pessoas a enxergam como uma guerreira. “Uma vizinha me disse: ‘Gema, morreu teu marido, mas tu continua vivendo, sorrindo, fazendo as coisas, participando, tu não está apagada’. É que agora que ele morreu parece que é o fim do mundo, mas não, nós temos que viver, ele viveu a vida dele, agora eu tenho que viver a minha também, tem que ir para frente”, destaca a paduense, ao mesmo tempo em que lembra que os filhos e netos, que moram em outra cidade, ligam toda a semana para dizer que a amam. 
E para seguir com esse otimismo, nada melhor do que vivenciar experiências diferentes, como a de participar do concurso Mamma Mia que, conforme a aposentada, foi uma sensação que ela não tinha experimentado até então. “Fico feliz, é muito bom, gosto muito das minhas colegas e sou grata a elas. Eu achava que todas podiam ser Mamma Mia, porque a gente se ajuda umas com as outras e se tornou uma família, criou um grupo de amigas, não tinha uma pior e nem uma melhor, eram todas iguais”, revela Gema, acerca da união das candidatas durante o pré-concurso. 
Sobre o fato de ter sido agraciada com o título de Prima Mamma Mia na edição especial da 15ª Feprocol, a paduense se mostrou surpresa e feliz com a escolha dos jurados: “Eu não esperava isso, fiquei em choque e achava que nem conseguiria falar. Eu nunca tinha falado em público, nunca, e com aquele choque não foi fácil, mas comecei a falar, me encabulei um pouco, falei o que vinha na cabeça e deu tudo certo”, comemora. 
Gema também evidencia a importância de as mulheres serem mais participativas junto à comunidade e, ao mesmo tempo, se permitirem viver experiências diversas: “As mulheres deveriam participar mais, porque é uma coisa muito boa, a gente aprende muita coisa na vida, é uma experiência diferente e eu digo que seria para elas participarem disso também”, conclui a Prima Mamma Mia.