Nova Pádua

“Ouvir, compreender e administrar sabiamente”

Itamar Bernardi e Francieli Gonçalves Pan Menegat falam sobre suas pré-candidaturas ao executivo paduense

O Jornal O Florense inicia nesta semana a série de entrevistas com os pré-candidatos à majoritária do município de Nova Pádua. Conheça um pouco mais sobre os pré-candidatos Itamar Bernardi, o Kiko (MDB), pré-candidato a prefeito, e Francieli Gonçalves Pan (PDT), a primeira mulher a estar presente em uma eleição à majoritária de Nova Pádua, como pré-candidata a vice-prefeita. 

Nome: Itamar Bernardi
Idade: 50 anos
Formação: bacharel em Administração e licenciado em Educação Física
Profissão: administrador e professor. Foi prefeito de Nova Pádua por dois mandados consecutivos, entre 2009 e 2016. Atuou como assessor do Ministério da Cidadania e é socio do escritório de contabilidade Marin e Bernardi.
Estado civil: solteiro

Nome: Francieli Gonçalves Pan Menegat
Idade: 36 anos
Formação: licenciada em Química (UCS) e tecnóloga em Radiologia (Ulbra)
Profissão: professora na Universidade de Caxias do Sul (UCS), na Faculdade Fátima e na rede municipal de Caxias do Sul
Estado Civil: casada com Daiton Menegat
Filhos: é mãe de Amanda e espera o nascimento de Felipe

OF: Quando vocês iniciaram a trajetória na política? 
Itamar Bernardi
: Foi em 2000, quando fui candidato a vice-prefeito, com o Dorvalino Pan, pai da Francieli, numa coligação entre o PDT e PMDB. Ganhamos a eleição e administramos entre 2001 e 2004. Em 2004, fui candidato a prefeito, em chapa pura do PMDB, tendo como vice o Elói Marin, mas não conseguimos ganhar. Voltei a concorrer a prefeito em 2008, tendo sido o primeiro prefeito do PMDB a governar Nova Pádua. Fomos eleitos, com o Ronaldo Boniatti como vice-prefeito, e reeleitos em 2012. Em 2017 assumi a Secretaria de Administração e Fazenda do município de Pinto Bandeira e, em setembro daquele ano, fui assessorar o ministro Osmar Terra, em Brasília. 
Francieli Pan Menegat: Oficialmente, está é a primeira vez que estou participando de uma eleição. No ano passado fui eleita presidente do PDT. Mas, convivo com a política desde criança, quando houve a instalação do município e meu pai foi eleito o primeiro prefeito de Nova Pádua.  

OF: O que marcou tuas duas administrações?
Kiko
: Inicialmente queria dizer que nossa vitória foi, para o MDB, um marco importante, pois o partido já havia tentado com outras coligações. Um dos diferenciais da nossa gestão foi a construção do Centro Administrativo. Antes, era um prédio em que cada um tinha sua sala, quase intocável, onde ninguém poderia entrar. Quando lançamos o projeto, uma coisa que eu pedi, não importava o tamanho, era que fosse um ambiente aberto. Um segundo ponto determinante para o crescimento de Nova Pádua foram os acessos de asfalto para os travessões, que o Dorvalino já havia iniciado. Nos dois mandatos, conseguimos ligar todas as comunidades com acesso asfáltico. 

OF: O que você faria diferente?
Kiko
: Eu tenho que pensar. Claro que alguma decisão poderia ter sido diferente, ninguém acerta tudo. Mas eu acho que dentro do que havia sido planejado, dentro do que a gente imaginava de crescimento do município, tivemos vários avanços, ganhamos prêmios na saúde, na educação, além da questão da transparência, da prestação de contas da prefeitura. 

OF: Qual é a sua visão para o futuro de Nova Pádua?
Francieli
: A partir do que já foi falado, temos que pensar sempre em progredir, em fazer cada vez mais e melhor dentro do essencial para o município. Temos que erguer as mãos para o céu e agradecer, porque Nova Pádua não tem grandes problemas. Tem que continuar investindo na agricultura, que é o principal para o município, sem esquecer da educação. É preciso continuar os investimentos em educação e saúde para melhorar cada vez mais a qualidade de vida da população. Temos que pensar também em empregos. Vamos ter que ter um olhar especial para os setores produtivos e para o setor de serviços, valorizar quem é de Nova Pádua. 
Kiko: Como a Francieli falou, não podemos esquecer jamais do nosso foco principal que é a agricultura. Sempre disse, desde minha primeira administração, que são os municípios pequenos que mantem o país. É nestes que as coisas acontecem. Aqui é possível ter uma educação de qualidade, uma saúde de qualidade, uma agricultura muito forte. Porque as pessoas que estão administrando sabem dizer, exatamente, quais os problemas que tem que ser enfrentados. Nós temos a condição de chegar nas propriedades e ver o que pode ser melhorado, para ter um suporte melhor, para o agricultor produzir mais e fortalecer a economia do município. Além disso, nos vamos ter que olhar a questão de geração de empregos, principalmente na área de serviços, pois temos que aumentar a receita própria do município.

OF: Há um projeto em Brasília que pretende extinguir municípios como Nova Pádua... 
Kiko
: Estou acompanhando este projeto e há um forte risco de ser aprovado. Não dá para esperarmos que alguém tome uma decisão contrária. Temos que nos prevenir e buscar o aumento da receita própria. Prefiro não correr este risco, de retornar para Flores da Cunha. 
Francieli: E se isso acontecer, nosso progresso pode ser interrompido. Os dois municípios vão perder. 
Kiko: Nova Pádua cresceu nestes 27 anos e não teríamos tido este aparato de subsídio e ajuda que temos. Isso só foi possível pela autonomia de termos um orçamento próprio.

OF: E o que propõe para o turismo? 
Kiko:
O turismo vem ao encontro do que falamos, em aumento de receita própria. Quando a gente fala em dar prioridade para indústria, comércio e prestadores de serviços, é ali que entra o turismo. O turismo possibilita o aumento de arrecadação de ISS (Imposto Sobre Serviços). Ele vem do incremento que tu fazes trazendo pessoas para cá. Temos que atrair investimentos e empresas que atuem nesta área para Nova Pádua.

OF: O que o município pode oferecer para atrair investidores?
Kiko:
Primeiro é necessário mostrar o que tu tens, como Nova Pádua é conduzida e como se comporta o povo, como é a cultura local. Obviamente, tu vais mostrar as belezas naturais, o povo trabalhador e acolhedor. Depois, teremos que viabilizar leis de incentivo, mostrando porque investir aqui. 

OF: Como é o relacionamento entre PDT e MDB? Por que não continuar o acordo?
Francieli
: O PDT não fez parte do acordo, pois entendia que precisava de outra opção. O pai acabou ficando doente no momento das convenções. E por isso não teve candidato. O relacionamento entre PDT e MDB não é novidade – é histórico em Nova Pádua, desde o início. E agora retomamos. 
Kiko: Não conversamos com outros partidos, pois entendemos que Nova Pádua queria que tivesse outras opções de escolha. Nós participamos do acordo, na eleição passada, mas não tínhamos candidato. A própria votação nos mostra que teve um percentual de votos descontentes, pois tivemos 30% de votos brancos e nulos. Uma pesquisa feita no final do ano passado pelo MDB, mostra que 70% da população de Nova Pádua estava descontente com o acordo, pois queria opção de voto. Daí tivemos que trabalhar esta saída. Depois disso, conversamos com o PDT e chegamos a um acordo. 

OF: Como vocês pretendem desenvolver a campanha? 
Kiko:
Em Nova Pádua a campanha se dá por contato pessoal, temos cerca de 700 famílias. Não vamos ter apresentações ou comícios. Eu acredito que o povo de Nova Pádua já tem ideia de como o MDB e PDT administram Nova Pádua. Esta campanha vai se basear em três ou quatro palavras: ouvir, compreender e administrar sabiamente. Vamos ter que ouvir o povo, compreender o que querem dizer e nós, administrarmos sabiamente para que a gente possa crescer. 
Francieli: Sempre visando o progresso. Na primeira administração não tinha nada, tinha que começar no zero. Mudou muito do que se tem agora. Por isso, temos que ver qual a demanda atual.

OF: E em relação à atual administração? 
Kiko:
Não sabemos quais os projetos do prefeito para os últimos quatro meses. O que está acontecendo, vamos dar continuidade, vendo o que é realmente bom para o município. Em nenhum momento pensamos em cortar alguma coisa. Nova Pádua sabe o que está sendo feito de bom. 

OF: Como vocês pretendem conduzir, se eleitos, o relacionamento com a Câmara?
Kiko:
Nos oito anos que estive como prefeito, nunca tive nenhum atrito. Eu não falo da situação, eu falo da oposição. Tanto é verdade que, com o vereador Miro Tonet, que era da oposição, a gente se alertava quando um ou outro tomava um caminho que poderia não ser o melhor. 

OF: O que negociaram nesta coligação? 
Kiko:
Nada. A Fran foi feliz numa frase: “Kiko, vamos administrar Nova Pádua”. Eu vou lembrar sempre. Não vai ser os secretários ou cargo de confiança que vão mudar a história.

OF: O que o Nova Pádua pode esperar de vocês?
Francieli:
Vamos trabalhar unidos para que o povo receba o melhor em trabalho, seja na questão da agricultura, na educação para continuar sendo referência, na saúde para o aumento da qualidade de vida e na questão de empregos.
Kiko: Minha visão de município está formada e nós vamos administrar, não para um grupo de pessoas, ou para o interesse de uma sigla partidária. Vamos administrar, como já fizemos, para a grande maioria do povo de Nova Pádua. Tanto eu como a Fran temos uma história de 16 anos na vida pública, de trabalhar para o número máximo de pessoas que a gente pode alcançar. Temos que ter esperança de que esta situação da pandemia vai melhorar. Nova Pádua nunca se entregou. Juntos, nós vamos fazer um grande trabalho para Nova Pádua. 
 

Itamar Bernardi e Francieli Pan Menegat.  - Carlos Paviani
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