Nova Pádua

“Foi um ano em que o turismo deu um resultado fantástico”

O prefeito de Nova Pádua, Ronaldo Boniatti, avalia sua administração em 2019 e fala sobre os planos para 2020

Com o término de 2019, as administrações públicas avaliam como foi o ano que chega ao fim. Além disso, planejam como será 2020, ano que tem como principal característica as eleições municipais. Nesta edição, o Jornal O Florense conversou com o prefeito de Nova Pádua, Ronaldo Boniatti (PSDB), para avaliar sua administração em 2019 e elencar os próximos passos. Boniatti é um possível candidato a reeleição em solo paduense.

 

O Florense: Como o senhor avalia o ano de 2019?

Ronaldo Boniatti: Foi um ano de muito trabalho, inclusive interno, de planejamento e novos projetos. Tivemos algumas realizações importantes, com Nova Pádua conquistando posições em instituições a nível estadual e regional: assumi a vice-presidência da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) e integro a diretoria da Associação dos Municípios da Encosta Superior do Nordeste (Amesne).

O turismo deu um resultado fantástico. Um dos pontos positivos foi a pós-inauguração do Belvedere Sonda. De lá pra cá houve um salto muito grande de turistas no município. Novos empreendimentos turísticos foram surgindo – na próxima semana dois deles serão lançados, juntamente com a apresentação de folders e do projeto de revitalização da Avenida dos Imigrantes e praças do município. Inclusive, tivemos uma nova estrutura do Conselho Municipal do Turismo com a reativação de atividades.

Além disso, houve a realização da Feprocol. Nosso orçamento de 2019 despendeu um custo elevado para o evento. Com isso, ao invés de fazermos uma obra, investimos mais na Feprocol. Foi uma grande festa, que repercutiu de forma positiva e nos deixou bastante felizes.

Destaco também a revisão do Plano Diretor – aprovada recentemente; a gestão fiscal por excelência de acordo com a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan); a aprovação das contas municipais de 2017 segundo orientação do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul (TCE); e o encaminhamento do processo de municipalização da VRS-814 – que está para entrar em votação na Assembleia Legislativa. O ano também foi importante porque conseguimos entregar várias obras. 

 

O Florense: E falando em obras...

Boniatti: Nós fizemos a abertura de estradas importantes, como do Travessão Bonito ao Travessão Barra e do trecho do Travessão Mützel em direção ao Bonito – onde, recentemente, terminamos a obra de abertura de quatro quilômetros que vai até a capela do Bonito, sendo que 1,5 quilômetros receberam asfalto.

No Loteamento Baggio foram abertas novas ruas, além da renovação da parte de tubulação e saneamento. Gastamos um valor bem significante na reestruturação. Nesse âmbito, também aumentamos o atendimento de horas-máquina para a agricultura e adquirimos caminhão caçamba para a distribuição de cascalho. Além disso, realizamos terraplanagens para empresas, entre elas vinícolas, estufas, aviários. Outros destaques são os projetos de reformulação da Avenida dos Imigrantes e da criação do Centro Cultural, o qual já fizemos o processo licitatório para início das obras e que estão prontos.

 

O Florense: E 2019 na educação?

Boniatti: Iniciamos os debates para tratar da questão da municipalização do Ensino Fundamental da Escola Luiz Gelain. Já na Educação Infantil, somos a terceira cidade do Brasil e a segunda do Estado que mais investe recursos na educação básica.

Uma nova biblioteca está dentro dos nossos planos. Inclusive, já foi cadastrado o pedido no Ministério da Cultura para a construção deste espaço. Estamos com o projeto pronto e aguardando os recursos. O prédio será construído atrás da antiga subprefeitura – onde hoje se encontra a biblioteca – e fará divisa com a escola. Uma porta será colocada para que os alunos tenham acesso ao local. Com isso, queremos ampliar os programas de parceria com a escola.

 

O Florense: O que o senhor destaca na área da saúde?

Boniatti: A gente vem investindo R$ 1 milhão a mais do que a gestão anterior na saúde. Contratamos novos profissionais para atuação no Posto de Saúde, como uma farmacêutica. Outra questão importante é a do recadastramento. Fizemos uma atualização cadastral de dados, já que o cadastro que havia era muito antigo. Com isso, percebemos quem está frequentando os serviços da saúde. O lançamento do Cartão Saúde serve para diferenciar os direitos das pessoas e facilitar o acesso aos atendimentos, como no hospital. Na verdade, tiramos um ‘raio-x’ do usuário da saúde de Nova Pádua.

Criamos o Conselho Municipal de Assistência Social e o Programa Bel Viver, que proporciona atividades físicas e complementares para a terceira idade semanalmente. Além disso, contamos com uma parceria para a realização de hidroginástica em Caxias do Sul, disponibilizando o transporte.

Também firmamos um convênio com o Hospital São Carlos, de Farroupilha, que irá começar no próximo ano, para cirurgias de alta complexidade nas áreas de traumatologia e ortopedia.

 

O Florense: E as contas públicas?

Boniatti: O fechamento ainda não foi feito, por isso não dá para dizer ao certo os valores. Algumas entradas estão previstas para o final de dezembro. Já estamos programando o término dos empenhos para a organização das questões internas e contábeis. Estamos prevendo um superávit, mas não sabemos de quanto.

 

O Florense: O que o senhor tem a dizer sobre a PEC do Pacto Federativo, que prevê incorporar a municípios vizinhos cidades com até cinco mil habitantes, como Nova Pádua?

Boniatti: Eu sou contra essa questão da PEC que coloca os municípios com menos de cinco mil habitantes ou que não tenham orçamento próprio que supra 10% em extinção. Sou contrário por um ponto principal, primeiro pela forma como foi lançada essa ideia, não consultando a confederação e nem as federações dos municípios, que poderiam falar por todos eles. Os três impostos que eles selecionaram como receita própria, que são o IPTU, ITBI e ISSQN, têm cidades de maior porte, como capitais, que não atingem os 10% com essas receitas. Seria injusto só considerar como receita própria esses três impostos, que são exclusivamente municipais, e não levar em conta o que município produz. O município não gera IPI da indústria? Não gera ICMS? Nós, por exemplo, aqui em Nova Pádua, temos uma receita que recebemos da barragem. Se começarmos a levar em conta essas outras questões que movem a economia do município, com certeza ultrapassa, e muito, a questão dos 10%. O que seria de Nova Pádua hoje voltando a pertencer a Flores da Cunha? Se voltássemos, o que temos como receita não iria na íntegra para Flores. Então Flores ficaria pior, porque receberia toda uma estrutura, e não teria a mesma receita que essa estrutura era mantida.

 

O Florense: Quais são as expectativas para o próximo ano, que será eleitoral?

Boniatti: Nós vamos iniciar o ano com obras, principalmente a da reformulação da Avenida, que já divulgamos. Na questão do turismo, novos empreendimentos serão lançados na próxima semana, além de outros que estão em planejamento para 2020. Será um ano de muitas obras e realizações sem dúvida nenhuma. Espero que seja o ano da educação, que se evolua neste quesito, porque está muito aquém do que Nova Pádua mereceria. No Ensino Fundamental, acho que nós podemos avançar e dar uma educação de mais qualidade.

Quanto às eleições, a gente sabe que o cenário de Nova Pádua sempre se esboça próximo ao pleito. Estamos num período de especulações, assim como será o início do próximo ano. Há uma coligação, com a tendência de que ela siga, mas isso não quer dizer que o cenário seja fixo. Nós temos uma coligação e uma gestão a preservar. Eu espero finalizar a minha gestão com sucesso, da forma como a conduzimos internamente, com um clima bom entre secretários, prefeito e servidores. O cenário político sempre pode nos apresentar surpresas. Existem outros partidos que não estão na coligação e que na última eleição, por opção, não participaram do pleito. Nós esperávamos outro candidato e não teve. Às vezes, as pessoas confundem que nós fizemos um consenso, mas não foi. Na verdade, foi só uma coligação maior do que as de costume, com um partido a mais – que era oposição –, e que estava junto na eleição. Enfim, vamos ver como é que fica essa questão da coligação e aguardar os próximos capítulos.

 - Bruna Marini
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