Geral

Você tomaria Cloroquina?

Médicos florenses divergem opiniões

Nesta semana, o município de Flores da Cunha recebeu 2,5 mil comprimidos de Cloroquina 150mg. A medicação foi encaminhada para o Sistema Único de Saúde (SUS) pelo Governo Federal. Mas, os médicos florenses possuem opiniões distintas sobre o uso (ou não) do medicamento. 
O cardiologista Ezequiel Toscal declara que não recomenda o uso. “Eu não recomendo pela falta de evidências, mas têm alguns médicos que estão recomendando”. Conforme Toscan, se algum paciente quiser usar a medicação ele não condena. “Mas é uma discussão sem fim, também nos grupos de médicos. Eu, pessoalmente, acho que a gente deve prescrever um remédio porque ele faz bem, e não porque ele não faz mal, mas a vontade do paciente deve ser levada em consideração. Informo, e se for a vontade dele, prescrevo”. 
Conforme o médico, já houve casos de pacientes que pediram o remédio. “Eles não estavam doentes. Todos que pediram foi para ter a receita em casa caso tivessem sintomas”, finaliza. 
O clínico geral Tiago Moschen, que atua como coordenador do Pronto Socorro do Hospital Fátima, também não está utilizando o medicamento. “Não tem nenhuma indicação comprovada. E ultimamente os pacientes não perguntaram mais. Como todos têm acesso a informações de qualidade, vejo que também compreendem que os riscos são maiores”, afirma.
Já o médico Valério Santini, mesmo que não tenha nenhuma comprovação científica, recomenda uma das três substâncias que têm ação antiviral: hidroxicloroquina, ivermectina e nitazoxanida. “Essa ação antiviral não está comprovada cientificamente no tratamento da Covid-19, mas ela está comprovada que in vitro, ou seja, quando tu pega o vírus e coloca num recipiente junto com essas substâncias, elas inibem a proliferação deste vírus. Mas como é uma doença nova, nós não temos estudos científicos que provem que é 100% garantido que esse remédio funcione contra o vírus”, relata. 
Na opinião de Santini, o uso das substâncias “é o que nós podemos oferecer no momento”, informa ele, que já prescreveu receitas dos remédios. “Também podemos usar junto com uma dessas três substâncias a azitromicina e o corticoide. Já tive vários casos recentemente que prescrevi o uso de algum desses medicamentos. E eu não sei se, caso eu não tivesse usado, as pessoas estariam curadas”. 
O Comitê de Operações Especiais e a Secretaria da Saúde de Flores da Cunha emitiram uma nota oficial, no dia 16, informando que “o tratamento do paciente é um ato exclusivamente médico. Assim, a gestão de saúde municipal optou por não aderir a nenhum protocolo off label (medicação precoce) de tratamento para Covid-19, deixando a critério do médico os melhores protocolos para cada paciente”. 
A medicação no município só pode ser disponibilizada mediante receituário médico e termo de responsabilidade assinado pelo paciente.

 - Divulgação
Compartilhe esta notícia:

Outras Notícias:

0 Comentários

Deixe o Seu Comentário