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VÍDEO: Mobilização estadual pela saúde no Mês da Misericórdia

Na manhã do dia 1º de agosto foi realizada no Hospital Pompéia de Caxias do Sul uma reunião expositiva sobre a realidade e o impacto da crise no sistema público de saúde. O encontro abriu a programação do Mês das Misericórdias – em referência a 15 de agosto, o Dia das Misericórdias no Brasil – movimento que quer alertar a sociedade e sensibilizar os governos para a situação crítica vivenciada pelo setor, principalmente devido à falta de repasses de recursos por parte da União. A reunião foi conduzida pelo superintendente-geral do Pompéia e presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos do RS, Francisco Ferrer.  

No Estado são 245 santas casas e hospitais filantrópicos. Das 762 mil internações pelo SUS realizadas no Rio Grande do Sul em 2014, 573 mil, ou 75,2%, foram realizadas por essas instituições. As dívidas do setor somam hoje R$ 1,6 bilhão, entre salários, tributos, fornecedores e bancos, agravadas pela defasagem entre os custos dos serviços e os valores repassados pelos governos estadual e federal. A tabela do SUS não é reajustada desde 2003. As consequências desse desequilíbrio são o endividamento crescente, a depreciação física e tecnológica, redução de leitos, fechamento de hospitais e urgências e emergências superlotadas, entre outros.

Para melhorar esse quadro, as santas casas e hospitais filantrópicos reivindicam o pagamento imediato de R$ 144 milhões referentes aos programas de atendimento; o estabelecimento de um cronograma de pagamentos das parcelas subsequentes até o fim deste ano; e a liberação de um recurso emergencial para custeio de R$ 150 milhões. “Os hospitais filantrópicos têm um custo menor que um hospital público, mas não recebemos esses recursos. Como sobreviver, prestando 73% da assistência ao SUS, com uma situação financeira dessas? Reconhecemos as dificuldades do Estado, mas estamos falando do atendimento à saúde e temos que buscar uma negociação. O Rio Grande do Sul não aplica os 12% do orçamento em saúde, como determina a lei”, afirmou Ferrer. De acordo com ele, uma das ações do Mês das Misericórdias é o ajuizamento de ações judiciais contra a União, cobrando os repasses. “A situação da saúde está no limite e é grave. Se conseguirmos o deferimento dessas ações na Justiça, teremos a oportunidade de negociar com a União e buscar uma solução”, explica Ferrer.

No mesmo dia, em Flores da Cunha, funcionários e a direção do Hospital Fátima, usando roupas pretas, fizeram um minuto de silêncio como forma de adesão ao manifesto da Federação. Abaixo, confira um depoimento em vídeo da diretora administrativa do Hospital, Andreia Francescato Vignatti, sobre a mobilização estadual em prol da saúde.

 

Placa na fachada do Hospital Fátima foi colocada como forma de protesto. - Camila Baggio/O Florense

Mobilização Pela Saúde No Mês da Misericórdia

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