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Venda de vinho diminui 4,3% no Brasil e exportações aumentam 33%

A quebra na safra de uva deste ano, que aumentou o custo da matéria-prima, aliada à elevação dos insumos e ao aumento da tributação nos vinhos, impactaram negativamente o desempenho comercial dos principais produtos vitivinícolas no primeiro semestre deste ano. Em praticamente todas as categorias se verificou a subida de preços e, por consequência, o recuo nas vendas. No total, a comercialização dos primeiros seis meses de 2016 foi de –4,35% em relação ao mesmo período de 2015. A exceção foi o vinho fino, que vem mantendo os resultados positivos desde o ano passado, mesmo com tabelas reajustadas.

Para o presidente do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Dirceu Scottá, isso comprova que o setor vitivinícola não está desconectado da situação econômica nacional. “Mas, comparando com outros segmentos, o recuo não foi tão drástico. Talvez, se tivéssemos conseguido reverter a elevação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), poderíamos estar alcançando o mesmo resultado do ano passado”, observa. O dirigente se refere à elevação de alíquota do IPI de um valor máximo de R$ 0,73 por litro para um percentual de 10% sobre o valor de venda da garrafa, que entrou em vigor em 1º de dezembro de 2015.

Conforme o levantamento do Ibravin, o vinho de mesa teve recuo de –5,73%; o espumante, de –9,65%; o suco de uva, de –5,85%. Já a retração na importação de espumantes chegou a 30%. Somando com o resultado dos rótulos nacionais, a categoria encolheu 14,45%. Para Scottá, dois fatores contribuíram para o desempenho menor dos espumantes: a antecipação de compras no final de 2015, para evitar a aquisição de produtos com valores com mais IPI; e o frio mais intenso verificado esse ano, que impulsionou o consumo dos tintos em +13,5%. Para a segunda metade do ano, Scottá explica que a reversão da medida que elevou o imposto sobre os vinhos será crucial para o setor. “Se conseguirmos negociar uma alíquota menor para o IPI, talvez consigamos recuperar uma percentagem do que caiu no vinho de mesa e ter um resultado ainda melhor no fino, pois ele tem impacto direto no preço. Mas ainda é cedo para qualquer prognóstico”, resume o presidente.

Exportações em alta

Com US$ 2,2 milhões exportados em vinhos e espumantes nos primeiros seis meses do ano, o setor vitivinícola brasileiro ampliou em 33,27% o desempenho registrado no mesmo período de 2015. Em volume, as vendas para o Exterior cresceram 26% com a remessa de 835,5 mil litros. O setor também verificou uma melhora no valor médio por litro, passando de US$ 2,51 para US$ 2,65. Os dados foram apurados pelo Wines of Brasil, projeto realizado pelo Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).

Neste primeiro semestre, os vinhos brasileiros foram exportados por 17 vinícolas para 28 países. Entre os mercados-alvo, o destaque foi o Reino Unido, que praticamente triplicou o volume adquirido, passando de 29,7 mil litros para 83,3 mil litros. “As vinícolas hoje estão com distribuidores mais alinhados ao perfil de produto brasileiro. Com isso, passaram a ter mais relevância dentro do portfólio que é trabalhado no Exterior”, aponta Scottá.

 

 - Arquivo O Florense
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