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Valência e seus cenários incríveis

Complexo da Ciudad de Las Artes y Las Ciencias é um dos destaques

A primeira impressão de Valência pode ser algo inesperado, mas isso depende de como você planejar seu roteiro. No centro histórico, nada de surpresas: prédios belíssimos, que contam a própria história da arquitetura, incluindo muitas igrejas. Isso faz sentido quando se está num país onde 94% são católicos. Mas, saindo do centro em direção à costa, se chega num cenário de ficção científica. O complexo da Ciudad de Las Artes y Las Ciencias é algo incrível, com seus prédios brancos e de linhas futurísticas. Até parece coisa de outro planeta.

Foguetes em qualquer celebração

A Espanha é formada por 17 comunidades autônomas. Ainda que não tenham o mesmo status e independência política de um país, cada uma delas tem seu próprio parlamento, símbolos e línguas oficiais (além do castelhano) e, claro, orgulho de sua cultura e tradições.
Valência é a capital da Comunidad Valenciana, terra das fallas (que significa chama, facho) e de muito barulho, já que estourar foguetes é o passatempo preferido por lá durante essa e qualquer outra celebração. A programação é extensa durante as fallas, mas no final, os bonecos ricamente decorados de até 30 metros que se espalham pela cidade são todos queimados, ao som de muito foguetório. A festa acontece por cinco dias, todos os anos em março e celebra São José, o padroeiro dos marceneiros. Nove de outubro é o dia da Comunidad Valenciana. Além do barulho e fumaça dos foguetes, há desfile de carros alegóricos contando a história da reconquista cristã da cidade, que antes de 1238 estava sob o domínio muçulmano. A dança valenciana, que acontece no mesmo dia na Plaza de La Vírgen, é um espetáculo a parte.

Ciudad de Las Artes y Las Ciencias
Usar bicicleta em uma cidade litorânea como Valência é fácil e não requer muito preparo. Além do mais, a cidade está coberta por ciclovias, ao longo das ruas e áreas verdes. Na verdade, antes de 1957, o cinturão verde de sete quilômetros que hoje envolve a cidade era ocupado pelo rio Turia. Depois da grande enchente que alagou Valência naquele ano, o rio foi desviado do centro e no fim das contas, a cidade ficou mais arborizada.
A praia de Valência é ampla, tem alguns bares, mas nada de muito especial. No entanto, no caminho em direção à praia se chega ao famoso cartão postal de Valência: Ciudad de Las Artes y Las Ciencias. Depois do gótico e barroco do centro histórico, dos séculos de história guardados nos museus, a sensação é de que se entra por um túnel do tempo e se chega numa realidade paralela, numa Valência do futuro.
O complexo da Ciudad de Las Artes y Las Ciencias tem a assinatura dos arquitetos Santiago Calatrava e Félix Candela, e envolve cinco prédios principais: Palau de les Arts Reina Sofia (opera e teatro), L'Hemisfèric (planetário e cinema Imax), El Museu de les Ciencies Principe Felipe (museu interativo de ciências) e L'Oceanografic (maior parque oceanográfico e aquário da Europa). O primeiro prédio foi inaugurado em 1998 e o último deles, há cinco anos.

 




Fotos Giovana Zilli / Divulgação

A Espanha e seus vinhos e gastronomia

Os vinhos espanhóis são classificados em sistemas de denominação de origem similar aos franceses, italianos e portugueses, através do selo Denominación de Origem (DO), criado em 1932. A maioria dos vinhos elaborados na Espanha fazem parte de uma das mais de 60 DOs, mas existem outros sistemas de qualidade. A Denominación de Origen Calificada (DOCa) foi criada em 1991, e até agora, apenas vinhos das regiões de Rioja e Priorat tiveram o privilégio de conquistar tal designação. No entanto, denominações de origem não são usadas apenas em vinhos. O famoso jamón serrano, azeites de oliva, queijos e vinagres também têm sistema de denominação geográfica e controle de qualidade.
Ao observar o rótulo de um vinho espanhol, pode haver uma outra “classificação”. Os termos Crianza, Reserva ou Gran Reserva estão relacionados ao período e método de envelhecimento do vinho. Crianza, envelhecimento mínimo de 24 meses, sendo 6 em carvalho; Reserva, período mínimo de 36 meses, 12 deles em carvalho e Gran Reserva, 60 meses no mínimo, incluindo 24 meses em carvalho.
Vinhos sob a DO -Valência são identificados de acordo com quatro sub-regiões: Alto Turia, Valentin, Moscatel de Valencia e Clariano. Ainda que não tenha maior produção, Moscatel de Valencia é uma das mais conhecidas, por seus brancos aromáticos e licorosos.
Além do moscatel, a horchata de chufa é outra bebida fácil de encontrar em Valencia. Ao invés de uvas, tubérculos de uma planta conhecida por chufa são o ingrediente principal. O gosto, a aparência e a textura dessa bebida doce, leitosa e não- alcoólica são tão únicos quanto o próprio nome que a identifica. Não admira saber que a chufa cultivada em Valencia também tem sua própria denominação de origem.
Já a chamada “água de Valencia”, de água não tem nada. Esse coquetel foi criado no final dos anos 1950, mas se tornou popular na cidade apenas 20 anos mais tarde. A receita é simples: suco de laranja a gosto, uma medida de gin, uma de vodca, uma pitada de açúcar e uma garrafa de Cava.

Paella
O prato mais famoso da cozinha valenciana é também o mais recente. A paella valenciana se originou no século 19, sendo normalmente preparada com frango e coelho, ou então frutos do mar, alem de arroz, tomates e vagens. O açafrão e outros temperos como a páprica e a pimenta não podem faltar em qualquer que seja a receita. Arroz a banda é outro prato tradicional em Valencia e consiste em arroz cozido com caldo de peixe. Já o fideua mais parece uma paella em que o arroz foi substituído por massa do tipo noodles. E como no resto do país, as tradicionais tapas são o prato favorito – depois da paella, é claro.
Maiores informações sobre o vinho de Valencia e seus produtores você encontra no site www.vinovalencia.org

 - Giovana Zilli / Divulgação
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