Geral

Uso inadequado da máscara

Existe um alto grau de contaminação quando equipamento de proteção é utilizado de forma errada

Com a obrigatoriedade do uso de máscaras em todo o Estado, a população passou a usar o equipamento de proteção. Porém, o que mais se vê nas ruas é o uso inadequado ou incorreto da máscara. E isso é um sinal de alerta para a população, já que segundo os infectologistas, existe um alto grau de contaminação quando o equipamento é utilizado de forma errada. “O uso universal tem sentido, mas é necessário cuidado, pois utilizar a máscara de forma incorreta pode deixar a pessoa exposta ao vírus. Além disso, está comprovado que o uso gera uma falsa sensação de proteção e a pessoa acaba relaxando nas outras medidas de prevenção”, explica o infectologista Matheus Todt, alertando que lavar as mãos ainda é a forma mais eficiente de se proteger.

Para um uso eficiente, são necessárias algumas precauções. O primeiro é ter cuidado ao colocar ou retirar o acessório. Há suspeita que profissionais de saúde na Itália se contaminaram ao remover os Equipamentos Individuais de Proteção (EPI), portanto a orientação é segurar na alça quando for retirar a máscara, evitando contato com a área úmida. Em seguida, é recomendável lavar a mão. Também é necessário cuidado para não tocar na máscara e no rosto com a mão suja.

Outra medida importante é trocar o equipamento a cada 4 horas ou quando estiver molhado. Portanto, é indicado ter entre 4 e 5 máscaras caseiras em casa, que podem ser lavadas após o uso com água e sabão. De acordo com o infectologista, produto artesanal pode ser feito em tecido ou papel, mas neste caso é necessário buscar um material mais resistente, mesmo assim seria descartável. Nos dois casos, o especialista recomenda dobrar o material para formar duas camadas de proteção.

A máscara protege a boca e nariz, contudo também há risco de contágio pela mucosa dos olhos. Por isso, é indicado evitar aglomeração e manter o isolamento social mesmo para quem está de máscara. "Usar máscara inadequadamente é como não usar. Temos que manter em cima do nariz e da boca, para proteção completa. Uma vez que está no queixo, em cima da boca, mas com o nariz de fora é inadequado”, diz o profissional que ressalta: “A máscara não dá garantia total. Ajuda, mas não ajuda 100%. A contaminação acontece pela proximidade. Não vamos nos deixar levar por uma falsa sensação de segurança que a máscara pode nos dar. Se não, no final das contas, ela pode perder o seu valor”.

Durante a prática de exercícios

A prática de atividades físicas durante a pandemia e o uso de máscaras durante o exercício são dúvidas constantes. Especialistas recomendam que o ideal seria praticar atividades em casa, já que academias estão entre os lugares com níveis mais elevados de contágio. Mas, para quem é atleta ou não consegue treinar em casa, existem recomendações e precauções para evitar uma possível contaminação pelo coronavírus. É preciso cuidar para que a máscara não caia com os movimentos e tenha que colocar as mãos toda a hora para arrumar. Outra dica é que na hora de treinar, as máscaras de tecido mais leve atrapalham menos a respiração. Corridas e outros esportes que provocam mais suor e maior frequência respiratória podem deixar a máscara úmida ou molhada. Com isso, ela perde a eficácia e o propósito do uso. Assim, o melhor é optar por máscaras mais anatômicas, de tecidos mais maleáveis. O uso de máscaras de tecidos mais firmes e menos absorventes, como poliéster são indicadas também. As tradicionais bandanas usadas por atletas em dias de frio são melhores do que o não uso de materiais de barreira.

Quem for para a academia deve levar mais de uma máscara e trocar quando ficar molhada ou se ultrapassar as duas horas recomendadas para a máscara de pano.

“A pessoa respira com mais vigor durante a atividade física e, sem nenhuma proteção, poderia espalhar o vírus numa distância maior do que quando está em repouso. O ideal é sempre evitar aglomerações e manter o distanciamento social, mas, como vemos que isso não está acontecendo, as pessoas devem, sim, usar máscara e manter uma distância maior do que dois metros”, explica o professor de infectologia da UFRGS e infectologista, Luciano Goldani.

Orientações sobre o uso

Cuidados

- Nunca usar máscaras em crianças menores de dois anos ou em pessoas com dificuldades respiratórias.

- Máscaras bem utilizadas podem reduzir a probabilidade de contaminação, mesmo que não eliminem totalmente essa possibilidade.

- Não há estudos que deem segurança sobre o uso de máscaras de pano, TNT, papel e outros materiais. Apesar disso, é plausível que, se usadas corretamente, ofereçam uma barreira física que reduza a contaminação.

- Máscaras de qualquer tipo, quando usadas de forma incorreta, podem dar uma falsa sensação de segurança e piorar a possibilidade de contágio.

 - A máscara deve cobrir completamente o nariz e a boca, sem espaço nas laterais.

- Jamais tocar o rosto.

- Para colocar e retirar a máscara, tocar apenas nas alças laterais das mesmas. Não tocar na máscara.

- Lavar as mãos antes de colocar e logo após retirar a máscara.

- A duração da máscara é de cerca de duas horas. Caso a máscara fique úmida, trocar por uma nova máscara seca.

- Descartar a máscara imediatamente após a remoção: coloque a máscara num saco plástico e ate a máscara antes de descartar no lixo doméstico não reciclável (no caso das residências).

- No caso dos serviços de saúde, descartar as máscaras usadas como os demais resíduos sépticos (hospitais, clínicas, laboratórios, farmácias, etc.) por conter ou potencialmente conter vírus e outros patogênicos.

- No caso das máscaras de pano, estas podem ser lavadas com sabão ou água sanitária, deixando de molho por 20 minutos e, se possível, secar ao sol e passar a ferro.

- O uso da máscara é individual e a mesma não deve ser compartilhada com outras pessoas.

- Não reutilizar máscaras descartáveis.

Fonte: Organização Mundial da Saúde (OMS)

 

 - Divulgação
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