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Uso do cinto não parece ser obrigatório em Flores

Em levantamento realizado pelo jornal O Florense, de 496 veículos observados, 250 tinham pelo menos uma pessoa, na parte da frente, sem o item obrigatório

O uso do cinto de segurança é indispensável e obrigatório, inclusive no banco traseiro. Pelo menos é o que determina o Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Porém, apesar da existência de inúmeras campanhas que incentivam a utilização do item, em Flores da Cunha a quantidade de condutores que ignoram os apelos chama a atenção. O jornal O Florese foi às ruas e fez um levantamento por amostragem. Em pouco mais de duas horas foi verificado que, dos 496 veículos que passaram pela Avenida 25 de Julho, entre as ruas Dr. Montaury e John Kennedy, 250 tinham pelo menos uma pessoa sem o cinto, o que representa 50%.

O descaso não se restringe apenas a não utilização do equipamento. Alguns condutores, além de não usarem o item, trafegavam pela via falando no celular. Em certos momentos, a faixa de pedestres parecia apenas uma pintura ilustrativa no asfalto, sem a menor simbologia para os condutores mais apressados. Para completar o quadro de desrespeito, crianças estavam sentadas no colo do caroneiro, ambos sem o cinto de segurança, assim como o motorista. Não é possível traçar um perfil daqueles que não utilizam o aparato. Homens, mulheres, jovens e idosos cometem a infração. Inclusive, quem deveria fiscalizar ou, simplesmente, dar o exemplo, como policiais da Brigada Militar (BM) e funcionários da prefeitura, que também foram vistos circulando com veículos oficiais sem utilizar o cinto.

Ao questionar alguns dos motoristas irregulares, a resposta chegou a ser engraçada: “Em Flores eu não uso, mas quando vou a Caxias, sim”. Para o comandante da BM local, capitão Juliano André Amaral, o percentual de 50% é expressivo, considerando que o índice deveria ser zero. Porém, ele concorda que se a fiscalização no município fosse mais rigorosa, o quadro poderia ser revertido. De acordo com dados fornecidos pela BM, responsável pela fiscalização do trânsito na cidade, em 2011 foram realizadas 697 autuações, sendo 79 (ou 11%) pela falta do item básico de segurança.

O oficial afirma que atualmente não dispõe de PMs especialmente para fiscalizar o trânsito. “Na verdade, todos os policiais sabem que podem adotar a postura de autuação e advertência, quando identificada a infração. Porém, essa não é a recomendação. Primeiro, porque eu não tenho recurso humano disponível para esta finalidade e nem pretendo desencadear esse tipo de ação. Segundo, porque não é uma prioridade minha, enquanto política de comando. A meu ver, nós temos outras questões mais importantes. Hoje, o trabalho do policiamento ostensivo/preventivo está focado na prevenção do crime”, afirma Amaral, ressaltando que não deixam de atender a população sempre que são solicitados para casos de veículos estacionados em locais proibidos. “Nessas situações nós vamos até o local e, se constatada a irregularidade, nós notificamos”, complementa.

Educação
De acordo com a justificativa do capitão, a fiscalização especificamente do uso do cinto de segurança é inviável, pois demanda muito tempo, já que o policial precisa abordar o veículo, informar o condutor sobre o motivo pelo qual foi parado e fazer o preenchimento da documentação operacional e recolher a assinatura do mesmo. “O mínimo de tempo necessário para uma abordagem assim é de 15 minutos. O policial até pode anotar a placa e multar, como acontece em outras cidades. Porém, essa é uma prática que eu não admito aqui. A pessoa tem que saber o motivo pelo qual foi notificada, pois o objetivo é que ele aprenda e corrija seu erro. Nossos policiais não atuam pelas costas”, pondera.

Para o comandante, o uso do cinto de segurança é uma questão de educação e de civilidade. “Acredito que falta consciência aos motoristas. Usar o cinto é uma postura que todos devem adotar, por respeito a si próprio e aos seus familiares, não apenas por medo da multa. A Brigada tem muito a melhorar na questão da fiscalização, mas essa a responsabilidade também é do condutor.”

Ações para 2012
O capitão adianta que para este ano estão programadas, em parceria com o Departamento de Trânsito da prefeitura, a realização de diversas ações preventivas, com o objetivo de conscientizar motoristas para a responsabilidade no trânsito. Também está programada a compra de um radar móvel para a BM. O equipamento será utilizado dentro do município, pois, segundo o oficial, existem pontos da área urbana onde os motoristas abusam da velocidade. O melhoramento da sinalização de trânsito é outra prioridade. “Até o mês de fevereiro nós estamos com parte do efetivo deslocado para outras atividades como a Operação Golfinho, a Festa da Uva e o Rodeio Internacional de Vacaria. Por isso, destaco que essas operações serão desencadeadas somente no mês de março”, avisa.


Porque usar o cinto de segurança
- O cinto de segurança tem a finalidade de proteger os ocupantes de um veículo em caso de acidente.
- Em caso de impacto, o cinto não deixa que as pessoas sejam projetadas contra as partes fixas ou mesmo para fora do veículo.
- Existem estatísticas de acidentes que comprovam a eficiência do uso do cinto em caso de uma colisão, capotamento ou qualquer outro tipo de acidente. Em uma colisão entre veículos a uma velocidade de 65 km/h, os passageiros sofrem um impacto equivalente a 820 quilos e, se ocorrer entre veículos que seguem em sentido contrário e colidem frontalmente, as velocidades são somadas, aumentando assim a gravidade, principalmente se os ocupantes não estiverem usando o cinto.
- Com o impacto, um simples objeto deixado no banco traseiro do carro poderá ser projetado e ter seu peso aumentado em até 50 vezes. Por isso, ressalta-se que os passageiros do banco traseiro também são obrigados a utilizar o cinto.

Legislação
- A não utilização do cinto de segurança é considerada uma infração, tanto pelo condutor quanto pelo passageiro do veículo.
- A penalidade é multa de R$ 127,69 e 5 pontos na Carteira Nacional de Habilitação.

Fonte: Departamento Estadual de Trânsito (Detran).


Pena para quem não usa é multa de R$ 127,69 e 5 pontos na CNH. - www.sxc.hu/Divulgação
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