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Uma mãe acima de qualquer adversidade

Dona de casa Clari Cavalli Rech ilustra o papel de uma verdadeira guardiã, mais do que especial

Cristian é carinhoso; Igor gosta de colo; Eric é bastante inteligente. Os três são filhos da dona de casa Clari Cavalli Rech, 49 anos, e do agricultor Oscar Rech, 51 anos. Eles representam o real sentido da palavra ‘mãe’ para a dona de casa. Cristian tem 19 anos e Igor tem 13 anos – os dois tiveram paralisia cerebral logo após o nascimento. Eric, 11 anos, não foi ‘planejado’, se desenvolveu normalmente e simbolizou para Clari “a realização como mãe e a confiança plena em Deus”. A história da família Rech pode ser considerada triste, mas também está repleta de alegrias.

Clari sempre desejou ser mãe, tentou por dois anos e pensou em adotar uma criança caso não conseguisse engravidar. Em 1996, engravidou do filho Cristian. Teve uma gestação normal e ficou muito feliz ao descobrir que o primogênito seria um menino. Porém, logo após o parto o filho teve uma convulsão que o deixou nove dias numa Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). O diagnóstico apresentado pelos médicos foi de paralisa cerebral. Apesar da angústia, Clari viu o filho se desenvolver passo a passo. “Mesmo com a dificuldade, foi muito bom ser mãe porque queria muito. Eu me agarrei em Deus e pedi para ter esperança sempre, apesar de ter perdido um pouco da fé no início”, relembra.

Cinco anos depois, Clari desejou engravidar novamente, já que nenhum exame indicava que poderia ter algum problema genético. A gestação correu tranquilamente, só que a história se repetiu. Logo após o parto, o filho Igor teve uma convulsão, foi encaminhado para a UTI e o diagnóstico se repetiu: paralisia cerebral. “Apesar da felicidade que senti, foi triste saber que teria outro filho com o mesmo problema”, diz.

Dois anos depois, Clari acabou engravidando ‘sem querer’. A terceira gestação foi angustiante. Primeiro pelo questionamento de pessoas próximas que a orientavam para um aborto e apontavam “o porquê de ter mais um filho”, depois pelo fato de ter dois filhos que necessitavam de cuidados especiais. “Me agarrei em Deus para ele me mostrar qual era o melhor caminho. Se ele achava que teria força para ter mais um filho com o mesmo problema, então eu ia conseguir ter”, conta. Em 2005, nasceu Eric, o terceiro menino e com um diagnóstico saudável. “Com o nascimento do Eric percebi que Deus não tinha me abandonado e tinha me dado forças para continuar”, recorda.

Hoje, os três são a felicidade da casa. Cristian e Igor frequentam a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), onde têm aulas de fisioterapia, fonoaudiologia e hidroterapia. Eric cursa o 7º ano na Escola Municipal Tiradentes e está ‘adiantado’ no ano escolar. O caçula costuma ajudar a mãe nos cuidados com os dois irmãos. “Às vezes ele sente ciúmes porque os irmãos recebem mais atenção e questiona o motivo de eles serem especiais, mas ele compreende bem as limitações e sempre ajuda”, ressalta a dona de casa.

A convivência é harmoniosa e Clari vive pelos filhos. Cultiva os mesmos medos de qualquer matriarca. “Tenho medo de deixá-los sozinhos ou perdê-los. Às vezes eu choro, em outras dou risadas. O que aprendi mesmo foi nunca perder a esperança e ter muita paciência”, pontua. Os filhos também deram outros ensinamentos valiosos que ela leva no dia a dia. “Aprendi a ser humilde, a valorizar as pequenas coisas, a aprender nas dificuldades e saber que a vida, por mais difícil que seja sempre tem um rumo. Ser mãe foi o melhor que pode me acontecer”, conclui a ‘supermãe’ Clari.

 

Clari com os filhos Igor, Cristian e Eric: comemorar o Dia das Mães é mais do que especial. - Foto: Danúbia Otobelli
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