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Uma jornada pelo afeto humano

Artista plástica florense Tere Finger apresenta 25 trabalhos na exposição Fêmur Cicatrizado, em Caxias do Sul

Uma artista em construção. É assim que se define a artista plástica florense Terezinha Finger Fiorio, que mesmo em desenvolvimento foi capaz de construir os 25 trabalhos da exposição Fêmur Cicatrizado, aberta à visitação na Galeria de Arte Gerd Bornheim, em Caxias do Sul, até dia 30 de julho. Uma obra inteira colorida pelo afeto humano, um dos traços que mais ganham vida nas mãos de Tere.
O nome é uma extensão dessa ideia, inspirada na antropóloga norte-americana Margaret Mead, que localizava o início da civilidade no primeiro osso curado, datado de 15 mil anos atrás, descoberto em um sítio arqueológico. “Era um fêmur, o maior osso do corpo humano, cicatrizado. Isso significa que alguém curou aquela pessoa. Ali começou a civilidade, quando o ser humano começou a cuidar do outro”, explica a artista.
Há oito anos trabalhando diariamente, com afinco, em suas produções, Tere Finger enxergou o conceito que norteava o seu trabalho. “A minha linguagem é dizer o quanto o ser humano precisa gostar um do outro. Eu não tinha isso claro quando comecei, mas essa ideia sempre esteve ali. Eu quero chamar atenção para isto: o respeito e o cuidado que nós temos que ter um pelo outro”, afirma.
Uma lição aprendida com a família, extensa, que sempre colocou como desafio o respeito ao próximo para conciliar diferenças e fazer prevalecer o mais importante: o amor. “Na pandemia, isto ficou ainda mais claro para mim: sem o cuidado com o outro, não tem civilização que sobreviva. Com o vírus, não basta cuidar apenas de si. É preciso cuidar do próximo”, comenta Tere, que já vendeu quadros para artistas famosos, como a atriz global Cássia Kiss.
A clareza de intenções fez amadurecer o trabalho da florense, que hoje se considera mais capaz de traduzir suas ideias para as telas, quase sempre preenchidas com figuras humanas. “O que eu atingi depois de oito anos é a maturidade de saber que só a emoção não existe. A minha primeira exposição surgiu da catarse. Hoje, o meu trabalho tem pesquisa, conceito, muito mais do que um sentimento. Isso só se consegue com trabalho”, afirma.
Por isso, ainda em busca de desenvolver uma linguagem própria como artista, Tere divide o seu tempo entre estudar os processos criativos de grandes nomes da arte, como Van Gogh, Da Vinci e Matisse, e colocar a mão na massa. “Eu trabalho todo dia porque me ajuda a crescer. Não existe inspiração, existe trabalho. O verdadeiro artista nunca para, ele cria o problema e o resolve. Essa é a grandeza de quem se dedica à arte: querer resolver, apresentar uma solução que seja universal, que traga um benefício para a sociedade como um todo”, diz Tere.
Para onde os estudos e as obras vão levá-la no futuro é algo que não preocupa a artista, que considera a coragem uma de suas principais virtudes: “O que me move é a paixão por fazer isso. Não importa saber onde vai dar. Saber onde vai dar já acaba com tudo. A descoberta é o que deixa o artista fascinado”, encerra a florense.
Os interessados em descobrir o que fascina Tere Finger podem visitar gratuitamente a exposição na Galeria Gerd Bornheim, na Casa de Cultura (Rua Dr. Montaury, 1333, Centro) em Caxias do Sul, de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, e aos sábados, das 10 às 16h, até o dia 30 de julho. A exposição tem o apoio das empresas Fante, Florense e Soluzione. Nas sextas-feiras, dias 23 e 30, 15 obras da artista serão sorteadas para o público que comparecer no local.

 - Pedro Henrique dos Santos
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