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Uma festa, muitas mãos

Comunidade de Otávio Rocha não mede esforços para o sucesso da 14ª Fecouva e 4ª Festa do Moranguinho

Mãos de agricultores que cultivam a terra e dela colhem a uva e o morango. Mãos de voluntários, que resgatam o sentimento de união e cooperativismo de uma pequena comunidade que, junta, organiza um grande evento.  Mãos de soberanas e embaixatrizes que divulgam a festividade com elegância por onde passam. Mãos que transformam palhas e linhas em artesanato, e colocam ainda mais sabor na gastronomia local. Mãos de crianças e adultos, homens e mulheres, que não medem esforços para fazer da 14ª Festa Colonial da Uva (Fecouva) e 4ª Festa do Moranguinho, de Otávio Rocha, um sucesso. 
Para transformar esse ideal em realidade, os cerca de 3 mil moradores do distrito florense estão trabalhando diariamente para dar vida aos carros alegóricos, ao trajeto que eles percorrerão ao longo da Avenida Uva Itália, ao salão paroquial e ao largo da Igreja Matriz. De acordo com a vice-presidente da Fecouva, Evelyn Marzarotto, 25 anos, a festa é conhecida por ser comunitária, por ser feita por todas as pessoas da localidade e, como diversos ramos estão acontecendo ao mesmo tempo, grande parte dos moradores está envolvida, de forma direta ou indireta.
“Estamos prevendo uma mudança na festa, no quesito de ampliação. Vamos ocupar todo o largo da Igreja Matriz, que nós já estamos montando as tendas. Toda essa parte entre o salão e a igreja também vai ser utilizada para o espaço de shows e montaremos, também, dentro do salão, toda a exposição comercial,” destaca a rainha da edição anterior do evento. Ela complementa mencionando que, com a chegada das estruturas, foi iniciada a decoração e a montagem do salão, com elementos típicos da cultura italiana. Os alimentos congelados, que são feitos antes, também já começaram a ser produzidos: “Estamos a mil na preparação da festa”, empolga-se. 
No que diz respeito à área destinada para a exposição comercial, ainda conforme Evelyn, a Fecouva contará com cerca de 40 expositores entre roupas, artesanato, gastronomia, mas, claro, o destaque serão os produtos agrícolas, os tratores e as máquinas voltadas à produção rural. “Nós temos alguns espaços determinados, tanto de exposição comercial, como também de alimentação. Na área externa teremos toda a parte de shows e praça de alimentação com uvas, morangos, pão colonial, porções de batata frita, de polenta frita, crepe, e muitas outras opções que visem valorizar os produtos coloniais aqui na nossa região”, elenca.
Sobre as estrelas da festa, a uva e o morango, eles chegarão somente na sexta-feira, dia 11, que é a data de início do evento. A vice-presidente adianta que a exposição das uvas, um dos pontos mais importantes, será a primeira parte do trajeto de visitação.  
“Queremos que as pessoas venham para a nossa festa, tenham experiências aqui e se divirtam. O Vino Pong será uma dessas experiências. Ele surgiu baseado no jogo do Bieer Pong, então nossa ideia é que as pessoas possam jogar – a ideia não é beber,  é ganhar um prêmio. Ele vai funcionar de forma parecida com o jogo dos cavalinhos, que é bem tradicional, no qual o vencedor ganha um brinde,” ressalta Evelyn sobre as novidades do evento.
Em um período marcado pela insegurança em meio à Covid-19, a jovem evidencia a difícil decisão de seguir com a festa. “Acreditamos que precisamos, aos poucos, retomar a nossa vida, as atividades que fazíamos antes, então optamos por continuar com a festa porque assim como outros setores se adaptaram nós estamos nos adaptando para poder seguir todas as regras que precisam ser seguidas. A nossa festa é ao ar livre, então é um pouco mais fácil de trabalhar e nós queremos oferecer um entretenimento gratuito e seguro para as pessoas”, conclui, com a expectativa de poder divulgar a cultura do distrito. 

Do palco aos bastidores 
A Fecouva 2022 será marcada por novidades e, entre as que merecem destaque, está o Núcleo de Inovação, formado por cinco pessoas. O grupo surgiu com o intuito de propor melhorias e desenvolver projetos inovadores para surpreender cada vez mais os visitantes da festa.  
“Esse ano nós pensamos em experiência, a experiência do visitante, eu acho que é isso que encanta, é isso que faz ele querer vir, frequentar e voltar. Então a nossa melhor divulgação é a que o visitante próprio faz, ‘o boca a boca’. E é o trabalho do nosso povo, estamos mostrando o que temos de melhor aqui em Otávio Rocha para encantar as pessoas que vem de fora, para que elas tenham essa experiência da festa da colônia”, enfatiza a princesa da edição anterior do evento, Ingrid Molon, de 24 anos, que também atua na coordenação do Núcleo de Inovação.
A confecção e colocação das bandeirinhas que colorem a avenida principal foi realizada no sábado, dia 29 de janeiro. Conforme Ingrid, durante essa semana os moradores também trabalharam no desenvolvimento de outros materiais: “Já viemos, há muitos dias, criando e auxiliando na produção de coisas que estarão na festa. Temos uma comunidade muito unida e isso é muito bom, sempre conseguimos desenvolver os nossos projetos com a ajuda de todo mundo, estamos com a mão na massa e a produção a mil,” frisa.
“Na última festa nós, de fato, estávamos no palco e hoje estamos nos bastidores, na produção, no envolvimento e na criação. Poder participar e estar nesses dois lados é algo único. Saber que estaremos proporcionando essa experiência para muitas pessoas que visitarão Otávio Rocha é um sentimento de gratidão. É muito bacana porque representamos toda a nossa comunidade, represento a minha própria família e, isso é um sentimento único”, emociona-se Ingrid. 
Vivência que Bruna Marzarotto Zampieri, 33 anos, conhece muito bem. Ela, que foi princesa da 10ª Fecouva, nesta festa auxiliou as embaixatrizes no pré-concurso e, agora, atua junto à comissão dos desfiles e em eventos da organização pré-festa, acompanhando as soberanas na divulgação. 
A voluntária destaca que uma das grandes novidades dessa edição é o fato de a festa ter um tema que norteará o evento e o corso alegórico nos desfiles. “Tem mais várias novidades por aí: nós estamos trazendo de volta as mascotes da Fecouva, a uva e o morango; alguns municípios vizinhos que nós convidamos vão participar da festa; a praça de alimentação vai ser um pouco maior, vai se manter o menarosto – que é o prato típico do município – e também teremos os almoços típicos italianos, que são baseados em fortaia, polenta brustolada e outros pratos que compõem a mesa italiana”, elenca.
Em relação às palestras, programadas para ocorrer durante a semana, segundo Bruna, algumas edições tiveram esse formato e outras não. O objetivo desse ano é a retomada das atividades de segunda a sexta-feira, com palestras voltadas para os agricultores, produtores de morango e uva, questões financeiras, enfim, festividades para todos os públicos.  
“Sempre brincamos que participar da Fecouva é um caminho sem volta. Entramos, às vezes como soberanas, às vezes desfilando uma primeira vez, e é um amor tão grande pela comunidade, pela festa, que não conseguimos nos desligar. Já são alguns anos que estou envolvida e muitas meninas que foram soberanas e embaixatrizes também estão aqui, trabalhando. Então acho que se é uma coisa que abraçamos com o coração, com todas as mãos, nós fazemos acontecer, porque a festa é comunitária e voluntária, esse é o nosso grande diferencial, é o amor pela festa, pelo distrito e pelas nossas tradições, nossos agricultores e tudo que vem junto”, finaliza Bruna, orgulhosa de sua comunidade. 

Confecção das bandeirinhas que dão vida ao distrito desde o último sábado.  - Karine Bergozza
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