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Um texto para o futuro

Estudantes do 8º ano da Escola Interativa projetam como será o mundo pós-pandemia

Futuro. Desde o início da pandemia, foi o desejo de muitos pular direto para ele, quando, espera-se, o mundo estará finalmente livre do vírus. E foi ao futuro que os alunos do 8º ano da Escola Interativa se dirigiram no texto escrito para o livro ‘Nossas Produções 2020’, que há quase duas décadas registra a visão de estudantes, professores, coordenadores e famílias da instituição sobre os momentos mais marcantes de cada ano. Em 2020, o tema não poderia ser outro: a pandemia provocada pelo coronavírus.
“E aí, querido Futuro, é que o sapato aperta: tudo mudou. Sinto falta dos meus amigos, da escola e de todos os ambientes que antes frequentava livremente. Temo pelas pessoas que amo e que são mais frágeis e vulneráveis ao vírus. Sobre o dia de amanhã não temos certeza de como ele será, mas sabemos que iremos passar por uma grande crise, e que sem dúvida, abraços, beijos e encontros com amigos terão muito mais valor!”, diz o texto, publicado na edição intitulada ‘Um ano para NÃO esquecer’.
Se depender dos 14 alunos da turma, essa publicação, de fato, não será esquecida. “Quando a gente ficar mais velho, nós vamos poder mostrar essa lembrança para nossos filhos, nossos netos, principalmente da situação que estamos passando. Será como uma cápsula do tempo do que a gente estava sentindo”, emendam as colegas Laura Lusa, Júlia Bulla e Julia Andrighetti.
O texto, assim como a frase anterior, foi produzido em conjunto. Quem explica é o aluno João Rigotto: “Nós escrevemos por volta de maio, pensando que a pandemia iria terminar em julho, agosto. Assim, surgiu a ideia de fazê-lo pensando no futuro, como seria quando tudo acabasse. Todo mundo fez seu texto, a profe pegou uma parte de cada e moldou num único texto”.
A professora responsável foi Taísa Verdi, conselheira da turma, que valoriza o registro histórico sobre um ano atípico em todos os sentidos. “Quando olhamos para a Segunda Guerra Mundial, por exemplo, nós temos muito material registrado, mas não enxergamos pessoas. Aí pegamos ‘O Diário de Anne Frank’, um relato de uma menina de 13 anos, dizendo “estou angustiada, sozinha, quero ver meus amigos”. São as mesmas reações que vimos nos textos da turma. No futuro, em meio a todos os números e dados sobre a pandemia, nós vamos identificar que nesse período existiram pessoas, adolescentes, através do poder da narrativa”, comenta Taísa.
Para os alunos, a oportunidade foi de colocar no papel os sentimentos que tinham em meio a um tempo tão turbulento, segundo a diretora Eroni Mazzochi Koppe. “As pessoas que vão ler sobre isso no futuro, vão ter dados, pesquisas. Mas o que conta mesmo, para a parte humana, é o que nós sentimos, o que estamos passando. Foi o que colocamos no texto”, diz a estudante Laura.
E por falar no futuro, como ele será para os alunos do 8º ano da Escola Interativa? Segundo eles, um tempo no qual as pessoas serão mais empáticas e pacientes. Um mundo onde as pequenas coisas serão valorizadas – e, claro, onde o vírus já não exista mais. Porque além de dúvidas e angústias, a pandemia os trouxe ensinamentos que, assim como a edição “Nossas Produções 2020”, nasceram para jamais serem esquecidos.

Alunos do 8º ano da Escola Interativa sonham com um futuro mais empático depois da pandemia. - Pedro Henrique dos Santos
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