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Um sonho que se tornou realidade

Instituto Flávio Luis Ferrarini foi inaugurado na noite desta sexta-feira em memória ao escritor

Todo grande projeto tem início com uma ideia simples. E assim também aconteceu com o Instituto Flávio Luis Ferrarini, que foi inaugurado ontem, dia 5, na sede própria localizada na Rua Frei Eugênio, 948, no Centro de Flores da Cunha. Uma ideia que foi tomando forma com trabalho coletivo, positividade e união. “Ter um projeto para incentivar a arte e as diversas formas de cultura sempre foi um sonho do Flávio, e estava nos nossos projetos”, destaca Madeleine, uma das irmãs do escritor.

Com a fatalidade que resultou na morte de Flávio, em junho de 2015 (acidente de trânsito na ERS-122), a família, seguindo os bons exemplos de bondade e amor deixados pelo escritor, se uniu a um grupo de amigos para se engajar em projetos para o bem. Primeiro veio a campanha Doe Sentimentos Positivos e após o Couri Iluminati, uma caminhada de luz. Essas ações foram planejadas por meio do Vivace, um espaço de psicologia idealizado por Flávio, a irmã Madeleine e a colega Nair Picolli Curra, e que ganhou apoio de muitos amigos. “Quando percebemos, estávamos formando um grupo cheio de energia que realizava ações do bem e para o bem”, destaca Nair, contando que desta forma surgiu o grupo Unidos pelo Bem.

Ferrarini publicou mais de 20 livros e era colunista de jornais da região, incluindo O Florense. Ele era natural do Travessão Paredes, em Nova Pádua, mas morava em Flores da Cunha e trabalhava como publicitário em Caxias do Sul. Ele deixou a esposa Rosane, o filho Roger, a mãe Ernesta, as irmãs Margarete e Madeleine, e as sobrinhas Tatiana e Maisa.

Como os melhores acontecimentos da vida, tudo ocorreu de maneira despretensiosa e com o apoio da corrente do bem que se formou, a ideia de um espaço para realizar ações e promover cultura foi tomando forma. “Na verdade, inicialmente a ideia foi criar somente uma página em uma rede social para postar trabalhos do Flávio e manter viva a sua obra entre os que admiram seu trabalho. Mas acompanhando a divulgação do trabalho de outros escritores falecidos, surgiu a ideia de fundar uma entidade cultural para realizar ações para todos, motivando as pessoas em suas vidas, como o Flávio nos deixou de exemplo”, explica Madeleine.

 

Voluntariado

O trabalho com a criação do Instituto vem acontecendo por meio de um grupo voluntário que se reúne desde o início do ano, onde cada integrante colabora da sua maneira. “O grupo de voluntários traz muita energia para o lugar, aqui sentimos o real sentido de equipe e temos o sentimento de pertencer a este lugar e a este projeto”, destaca Nair. Entre as voluntárias, Simone Variani ajudou na decoração e organização do espaço. “A ideia foi criar um espaço aconchegante, com objetos representativos da trajetória do Flávio e da nossa cultura. Trabalhamos também com o reaproveitamento de materiais para tornar o projeto mais sustentável”, frisa Simone.

A família do escritor reforça que o local é para incentivar a arte local e não somente um memorial. “O nome do Flávio foi utilizado para representar todos nós que acreditamos no bem, e sabemos que a base para a solidariedade vem da cultura, que engloba também a educação, a arte e a psicologia. Todos os tipos de arte serão aqui encontrados”, destaca Madeleine. Na agenda das próximas atividades estão programadas oficinas de pintura, psicologia, literatura e fotografia, que serão divulgadas posteriormente.

Vanice Gelain Sonda é outra voluntária que não mede para ver mais ações tomando forma. “É um prazer participar desse projeto maravilhoso e colaborar com o que posso fazer, seja pintar móveis, organizar o espaço e divulgar ideias do bem”. A esposa de Flávio, Rosane Mascarello Ferrarini, apoiou a ideia desde a criação e tem a certeza que o trabalho de Flávio terá continuidade com outras pessoas. “É uma honra para a família receber o apoio de tantos voluntários, e poder incentivar a integração cultural neste espaço. Um trabalho que está sendo feito com responsabilidade, amizade e muita alegria”, define.

 

A inauguração

O dia 5 de agosto foi escolhido por ser a data de aniversário do escritor Flávio Luis Ferrarini. Na ocasião, foi lançado oficialmente o livro pocket Tira-gosto – poemas #saborear com prazer, obra póstuma inédita. Os livros serão vendidos por R$ 10. Toda a renda será revertida para ações e projetos do Instituto.

A noite reservou também atrações culturais como o SOU – Cantadores de Histórias, performances musicais com Lucas Carpeggiani, Poliana Alves Silveira e Gerson Zamba Silveira, Gustavo Andriguetti e Bruno Padilha e Dudah Foss, esquete teatral com as irmãs Giseli e Geise Menegat, leituras de poemas do Flávio feitas por Arcangelo Zorzi (Maneco) e exposição de arte com obras feitas a partir dos poemas do livro em lançamento.

Uma das primeiras ações do Instituto a movimentar a cidade é o projeto Arte pelas Ruas, que é um painel de flores que está exposto na entrada do local. Quem participar da inauguração é convidado a levar flores artificiais para compor o painel. Uma maneira simples de expressar alegria e sentimentos positivos. “Convidamos todos para participar e perceber o quanto de amor o Instituto carrega, com ações para colocar a arte onde ela deve estar: no meio das pessoas”, pontua Madeleine.

Informações sobre as oficinas e os projetos do Instituto podem ser obtidas na fanpage facebook.com/institutoflavioluisferrarini ou pelo email institutoflavioluisferrarini@gmail.com.

 

 - Camila Baggio/O Florense  - Camila Baggio/O Florense  - Camila Baggio/O Florense Integrantes da família do escritor e publicitário reforça que o local é para incentivar a arte local e não somente um memorial. - Larissa Verdi/O Florense
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