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Um problema antigo, mas ainda atual

Um mês após o início do ano letivo, escolas da rede estadual sofrem com a falta de professores

A falta de professores em Flores da Cunha e Nova Pádua continua mesmo depois de um mês do início do ano letivo. A situação costuma ser comum nas escolas da rede estadual que, em maior ou menor grau, estão enfrentando o problema nos dois municípios – para além das dificuldades já impostas pela pandemia.
Das seis escolas estaduais de Flores da Cunha, quatro sofrem com a falta de professores. Uma das únicas que está com o quadro completo é a Horácio Borghetti. Já a escola Prof. Pedro Cecconello lida com uma ausência momentânea: “Só está faltando uma professora de Matemática, que está em licença gestante, mas ela retorna agora em abril”, diz a diretora Rosa Mara Neves Mathias, que com a volta da docente contará com o quadro completo.
Já as demais instituições de ensino carecem de professores em diversas áreas do conhecimento, como é o caso da escola São Rafael, que não tem docentes para as disciplinas de Física, Sociologia, Matemática e Ensino Religioso. A escola Professor Targa está com falta de professores para os alunos do Ensino Fundamental, das séries finais do turno da manhã, nas disciplinas de Português (para o 6º ano), Matemática (para 8º e 9º anos) e Espanhol e Inglês (para todas as turmas do 6º ao 9º ano).
“Nos últimos anos, a falta de professores é constante. Neste  ano, está faltando menos do que em anos anteriores”, comenta a diretora do Frei Caneca, Patrícia Paula Pontalti. No colégio, ela relata que a defasagem no quadro se resume a algumas turmas, nas disciplinas de Física e Literatura.
Enquanto isso, a realidade observada na escola Antônio Soldatelli é um tanto diferente. Precisando de professores de Matemática em todas as turmas do 6º ao 9º ano, além de Língua Inglesa e Língua Espanhola, a diretora Jozeane Cristina Bergoli Kloch viu o problema aumentar agora em 2021. “Nos últimos dois anos, o quadro estava muito estável. Tinha mudanças, professores suficientes para todas as áreas, foi agora este ano que deu essa falta de professores”, observa Jozeane. 
Além do déficit de professores, alunos e educadores precisam se esforçar ainda mais no modo de ensino à distância. Alguns estudantes não têm um computador ou um celular com acesso à internet, o que dificulta o ensino, mas em geral a grande maioria está bem engajada nos estudos. Não só eles, mas os professores também estão tentando dar o seu melhor, se reinventar: apesar do aumento do trabalho nesta forma de ensino, estão disponíveis a qualquer hora para os alunos e pais tirarem suas dúvidas.
Para suprir os conteúdos das matérias em que falta o docente, a direção e a coordenação das escolas se desdobram, elaborando atividades para que ninguém seja prejudicado. “Enquanto for online, a gente ainda consegue resolver a situação, postando algumas atividades. Mas se houver o retorno do presencial e a gente ainda não tiver esses professores, vamos ter alguns problemas”, alerta Jozeane. Nesse caso, novamente caberá à direção e à coordenação trabalhar em sala de aula as disciplinas carentes de profissionais. 
Em Nova Pádua, a falta de professores também preocupa: segundo a diretora da escola Luiz Gelain, Lenita Sonda, a instituição precisa de um professor de Sociologia  e outro de Filosofia, ambos para três aulas. Comparados aos cinco faltantes em março de 2020, a situação é menos delicada, mas mostra que, no novo normal das escolas, o maior problema ainda é antigo.

 - Valdinéia Tosetto
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