Um novo olhar para a educação municipal
Novo secretário da Educação, Itamar Brusamarello, projeta o ano de 2021 que promete ser cheio de desafios
A Rede Municipal de Ensino passará por mudanças no ano letivo de 2021, a começar pelo comando: na administração de César Ulian, a Secretaria de Educação, Cultura e Desporto estará nas mãos de Itamar Brusamarello. A nova equipe assumiu no dia 4 de janeiro e já se movimenta para garantir que tudo esteja preparado para a volta às aulas, um desafio ainda maior devido às incertezas da pandemia.
O trabalho começou no fim do ano, durante o período de transição. A equipe se agilizou para apresentar a proposta de calendário letivo já no primeiro dia de trabalho. E foram duas propostas, enviadas pela internet aos professores que, mesmo de férias, puderam escolher a mais adequada. Assim, ficou definido que as aulas na rede municipal começam no dia 15 fevereiro e seguem até 17 de dezembro, com o recesso escolar ocorrendo entre 19 de julho e 1º de agosto.
A princípio, o retorno seguirá os protocolos praticados até então: com as aulas alternadas entre presenciais e online, no modelo híbrido de ensino, tendo os pais o direito de escolher se permitem ou não o retorno dos filhos às escolas. Depois, a expectativa é pelas normativas estaduais, discutidas com o Ministério Público, que podem mudar os protocolos a partir do mês de março, inclusive com a possibilidade de retorno obrigatório.
Por enquanto, a Secretaria Municipal de Educação trabalha com a conjuntura atual da pandemia. Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), planos de contingência, transporte, merenda, livros didáticos: tudo está encaminhado para a volta das aulas. Antes disso, haverá um trabalho de formação com diretores, professores e colaboradores das escolas. “Estamos praticamente prontos para começar. Planejamos um cenário com Covid e outro sem. Se o modelo tradicional voltar, temos um cenário pronto para isso”, afirma o secretário Itamar Brusamarello.
Mesmo nesse cenário de incertezas, o objetivo da pasta é transmitir a todos um serviço público de qualidade. “Nós precisamos ir à escola, marcar presença ao lado do professor, do aluno, dos pais. Uma educação humanizada, que busca eficiência, eficácia. Sabemos que o momento é diferenciado, mas podemos fazer o nosso melhor nesse momento também”, comenta o secretário.
“Juntos pela educação”
Na questão pedagógica, há novos planos a serem desenvolvidos a partir de 2021. Caminhando em um modelo sóciointeracionista, Flores da Cunha vai implementar, aos poucos, metodologias ativas, com o objetivo de tornar o estudante o protagonista do ensino. Através de conceitos como gamificação (dinâmicas de jogos para melhorar o aprendizado) e salas de aula invertidas (nas quais o professor compartilha o conteúdo previamente e usa o espaço físico para discussões e esclarecimentos), a ideia é estimular o docente a ser um mediador do conhecimento.
“Esse é um processo lento, porque é preciso formar professores nessa linha”, diz Brusamarello, que sugere também a continuidade do ensino remoto,mesmo depois da volta integral das aulas presenciais, e busca novas ferramentas para serem implementadas na rede municipal. “Não estou criticando a gestão anterior, que fez um trabalho correto. Mas nós temos um olhar diferente. O caminho é o mesmo: a educação. É a forma de caminhar que muda”, completa.
O lema da Secretaria passa a ser “Juntos pela educação” a fim de demonstrar a disposição em ouvir a comunidade, discutir de forma conjunta as ideias e atender cada um de acordo com as suas necessidades, seja ele professor, pai, aluno ou colaborador. “O resultado da união é muito maior, muito mais respeitado. Quero visitar as escolas, sair para ver a realidade, como estão os lanches, o transporte. Conhecer os problemas para poder melhorar”, promete o secretário.
Um resultado concreto dessa união é o convênio com escolas particulares para atender a grande demanda por vagas na Educação Infantil, além das oferecidas nas escolas municipais Irmã Tarcísia (que atende crianças de 0 a 3 anos e 11 meses) e Santa Terezinha (crianças de 4 e 5 anos).
Com a parceria alinhavada, agora é a hora de conduzir cada criança às escolas mais adequadas, obedecendo alguns critérios, em especial o socioeconômico. “Nós já temos todas as fichas. Estabelecemos as regras, cumprindo o que a lei determina. Vamos chamar os pais e fazer o encaminhamento para a escola escolhida no termo de solicitação. Se não tiver vaga, a gente encaminha para outra mais próxima”, explica Brusamarello.
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