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Há cerca de um mês moradores de Flores enfrentaram mudanças significativas no transporte público urbano. A empresa detentora da concessão e que realizava o serviço desde 2012 foi exonerada e uma nova assumiu a empreitada. Passados 30 dias desde que a Flor da Serra aderiu ao serviço, o Jornal O Florense foi conferir como está o transporte público. De acordo com o diretor da empresa, Milton Antunes de Lima, uma média de 400 passageiros são transportados por dia, o que resultou no primeiro mês, de 22 de janeiro a 22 de fevereiro, no transporte de mais de 10 mil passageiros. Desde que assumiu a concessão, novos horários foram inseridos, nova frota foi comprada e novos motoristas estão fazendo os itinerários. “Queremos realizar um bom trabalho e já vemos resultados positivos após um mês. Superou nossas expectativas. O que esperávamos de demanda de passageiros para 90 dias conseguimos no terceiro dia. Estamos bem felizes e queremos mais, porque ainda precisamos melhorar muito”, explica o diretor, que comenta que assumiu um trabalho complicado e da qual a empresa não tinha experiência. “Até iniciarmos o trabalho, éramos leigos no assunto. O transporte escolar, o fretamento de empresa e o turismo, que até então era o que nós trabalhávamos, é uma coisa. O urbano é completamente diferente”, enfatiza.

Conforme Lima, a empresa já investiu R$ 600 mil no transporte urbano. “Adquirimos quatros novos carros, novos funcionários foram contratados, além dos serviços de limpeza e manutenção dos veículos que fazemos diariamente. Este é nosso diferencial”, diz.

Atualmente, a empresa conta com 27 funcionários e 18 carros para todos os nichos de transportes – quatro deles exclusivos para o transporte urbano. “Estamos adequando o transporte para que mais usuários possam utiliza-lo e ter mais confiança. Nossa primeira ideia era reestruturar o transporte público, e estamos conseguindo atender as necessidades da população”. Até junho, a empresa visa aumentar em 50% a demanda. O contrato da Flor da Serra Transporte é até 2023.

Adequações em rotas e horários

Durante o primeiro mês, considerado um teste para rotas e horários, a Flor da Serra analisou alguns pontos que serão discutidos durante o período de março com a Secretaria de Planejamento, Meio Ambiente e Trânsito para colocar em prática. A ideia é readequar rotas e horários. “Tem horários que não possuem demanda e não tem como continuarmos. É o caso de Alfredo Chaves. Em um primeiro momento só havia um horário na parte da manhã. A comunidade solicitou outro no final do dia. Após 13 dias realizando o horário noturno, das 19h15min, 39 pessoas utilizaram o transporte – uma média de três pessoas por viagem. Este horário já foi cancelado porque não compensa, e estamos fazendo o possível para as pessoas entenderem”, esclarece o diretor Milton Antunes de Lima.

Outro caso destacado pela empresa é a linha aos sábados para o distrito de Otávio Rocha. Conforme os dados da Flor da Serra, 41 pessoas utilizaram o transporte desde o dia 22 de janeiro até o dia 29 de fevereiro. “Esta linha ficará mais um mês em teste, até dia 28 de março. Caso continue com pouca demanda, iremos cancelar também”, adianta.

Já outras rotas, que possuem demanda maior, devem receber ampliação de horários. “Nossa ideia não é cortar horários, é atender a população, mas precisamos adequar para ficar bom para os dois lados. Até o final de março estaremos com uma tabela fixa e bem planejada”, afirma.

O que dizem os passageiros

A satisfação dos usuários com o transporte urbano tem sido visível. Pelo menos é o que constatou a reportagem do Jornal O Florense, que realizou a rota Centro/São Gotardo e São Gotardo/Centro. “Está muito melhor, sem comparação. Utilizo quando preciso vir ao Centro, mas está muito mais confortável”, diz a auxiliar de produção e moradora de São Gotardo Marli Teodoro, que elogia a limpeza. “Está ótimo. O ônibus tem mais espaço, é sempre limpo e bem confortável”, pontua a operadora de máquina, Natalina Perondi, que utiliza o transporte toda a semana.

O ônibus novo também chama a atenção dos passageiros. “Agora sim é um transporte decente. Até estou recomendando para as pessoas usarem mais, porque fica bem mais barato”, diz o industriário Carlos José Guimarães Gomes, 61 anos.