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Trajes para encher os olhos e coroar tradições

Vestidos oficiais da 15ª Fenavindima serão apresentados na próxima terça-feira, dia 31, no Bistrô da Colônia Muraro

Flores da Cunha está em contagem regressiva para a 15ª Festa Nacional da Vindima – Fenavindima. Depois da ansiedade em conhecer a corte que irá representar o município em seu evento máximo, agora, a curiosidade fica por conta dos trajes oficiais que a rainha, Paula Bebber, e as princesas, Bruna de Oliveira Marini e Caroline Foss Lovison, irão vestir para homenagear o ‘Centenário da Colheita’. 
Faltando menos de quatro meses para os festejos iniciarem (22 de fevereiro a 10 de março de 2024), na próxima terça-feira, dia 31, às 17h, no Bistrô da Colônia Muraro, serão apresentados os vestidos oficiais das jovens, que, neste ano, tiveram os croquis desenhados pelos membros da Comissão Social do evento, Samuel da Silva e Eriel Giotti, e estão sendo aperfeiçoados e confeccionados pela estilista Juliana Lazzari. 
Da Silva e Giotti sempre foram muito envolvidos com a comunidade florense e lembram que já consideraram uma alegria imensa o fato de integrar uma das comissões da festa, afirmando que o pré-concurso, com seus mais de 100 encontros, possibilitou novos aprendizados: “Muitas habilidades foram descobertas ali, inclusive a de poder desenhar os trajes, nunca tínhamos feito esse trabalho. E foi bem divertida a forma que a gente chegou no desenho, nós estávamos em um evento e saímos, era depois das 23h, fomos no estúdio, sentamos e brincamos que íamos desenhar os vestidos da corte, mas quando vimos estávamos muito envolvidos mesmo, levando a sério, aí começamos a desenhar até que chegamos em um croqui e falamos ‘meu Deus’. Acho que a aprovação dele foi quando apresentamos para os membros da Comissão Social, mostramos os desenhos, explicamos a ideia, como desenvolvemos, como seria cada parte, que tecido e que trabalho seria utilizado. A comissão amou o desenho e estava aprovado”, empolgam-se ao relembrar. 
Surpresos com a aprovação e reforçando que os trajes contemplariam a história do centenário florense, a dupla explica de onde surgiu tamanha inspiração: “Fizemos um resgate histórico de vários vestidos de outras edições e compilamos para que o traje do centenário tivesse elementos das festas que já passaram. Utilizamos pelo menos uma característica de cada traje, desde a primeira Fenavindima, de todos os trios que passaram, então em algum detalhe vai representar todas as festas e todos os trios que passaram por ela”, destacam os integrantes da Comissão Social. 
Além de elementos de edições anteriores, os trajes também farão alusão ao centenário do município pela utilização da cor dourada que, de acordo com Da Silva e Giotti, predominarão nos detalhes das vestes, com o objetivo de destacar a nobreza e a realeza da festa. “Nesses 100 anos a gente resgatou muita referência de trajes passados, muita história para poder trazer para estes trajes, tanto para o oficial quanto para o de passeio. Por isso, acho que o vestido também se torna centenário, é como se ele fosse uma dedicatória cultural a todas as festas que já aconteceram antes da nossa”, valorizam.
A dupla revela que acredita ser uma das primeiras edições em que os desenhos dos vestidos oficiais já haviam sido esboçados antes mesmo da escolha da corte, no decorrer do pré-concurso, mas que, por outro lado, grande parte dos detalhes foi definida após saber quem seriam ‘as modelos’, afinal, eles procuraram valorizar a personalidade e a opinião de quem iria vesti-los. “A gente sempre deixou e insistiu muito para que a corte tivesse essa autonomia em poder trazer os elementos que fossem importantes para elas, afinal, os trajes são delas e elas que vão carregar. Apenas recomendamos que remetessem aos trajes que elas usaram no dia da escolha, trajes históricos”, adiantam. 
Inspiradas na vindima, as cores também não haviam sido definidas, pois a dupla pensou que as mesmas deveriam ser de acordo com as características do trio vencedor, para realçar o melhor de cada jovem. Além disso, os integrantes da Comissão Social quiseram proporcionar autonomia às escolhidas para opinar nessa importante decisão. “Elas vão ter que carregar esse vestido durante quatro anos, então precisa ser uma cor que elas se sintam bem, que fiquem bem, então a cor foi a principal escolha que elas puderam fazer, a única coisa que a gente pedia era que a cor das princesas fosse igual e, coincidentemente, ficou um trio monocromático”, revelam, acrescentando que, com base nas pesquisas históricas que realizaram, é a primeira vez que os vestidos serão monocromáticos. “O traje da rainha virá com uma cor diferente das princesas, um corte e um modelo diferentes para dar mais destaque, para ornamentar bem entre elas, justamente por ser a rainha, mas ainda trazendo muito tecido e muitos elementos em comum aos vestidos das princesas”, destacam Samuel e Eriel. 
Já em relação aos detalhes nas mangas, cintura, barrado e decote, eles explicam que foi seguido o padrão tradicional, com mangas longas, grandes e volumosas, decotes não tão abertos, mas uma gola imponente. O vestido de passeio, por sua vez, é um pouco mais desconstruído, com uma ideia diferente. “O oficial tem essa coisa do volume, por remeter a grandeza, ao centenário. Então tudo a gente bateu em cima de coisas um pouco pomposas, volumosas, para remeter a realeza”, revelam.
Herança dos imigrantes italianos e parte da história de Flores da Cunha, o artesanato   também será valorizado nas vestes da corte por meio de detalhes em macramê, filé, bordado, pedraria e renda. O trabalho manual ornamentará os vestidos da corte, alguns confeccionados pelo próprio Atelier Juliana Lazzari, outros terceirizados para habilidosas mãos de artesãs da comunidade local. 
“O público pode esperar muito dos vestidos porque eles foram construídos pelo pessoal do ateliê, pela Comissão Social e pela corte. A gente teve essa troca muito legal entre essas três áreas, primeiro pela Paula ser estilista e as princesas serem da área da comunicação, então a gente teve uma colaboração significativa das meninas para os trajes. E mais uma novidade da 15ª Fenavindima é que, pela primeira vez, o trio vai ter dois trajes: o longo, que será utilizado nas principais divulgações, e o curto, que será utilizado para passeios, para dias informais, dias mais quentes, e principalmente para a divulgação na praia, no litoral. Então o pessoal de Flores da Cunha pode se preparar porque vem designs muito bonitos por aí”, empolgam-se Da Silva e Giotti. 
E de designs bonitos a estilista Juliana Lazzari entende. A profissional também foi escolhida por Paula, Bruna e Carol para criar os trajes que elas desfilaram na noite de escolha, por isso, nada mais justo do que ela desenvolver os vestidos oficiais. “Eu acho que ter confeccionado os vestidos da escolha auxilia o meu trabalho, porque eu já conheço elas, tenho intimidade, entrosamento e conheço um pouquinho do gosto delas, afinal, foram meses trabalhado juntas. Por outro lado, sinto que é uma pressão um pouquinho maior para fazer algo diferente do que nós fizemos para a escolha, o que é difícil porque os vestidos estavam bem bonitos e já imprimiam muito da personalidade delas”, revela Juliana, que  destaca estar trabalhando desde a escolha, ao lado de Samuel e Eriel, na parte da criação dos trajes e que eles devem ficar prontos bem próximo ao dia da apresentação: “Leva bastante tempo porque eles são bem trabalhados e o que mais demora é essa questão de criar, de juntar as ideias, de escolher o tecido, é um trabalho bem minucioso”, explica.
Em relação ao sentimento de ter desenvolvido os trajes da escolha e, agora, estar criando os trajes oficiais da corte, a estilista revela: “Ter feito os vestidos delas para a escolha foi um orgulho, então imagina quando chamaram os nomes e as três eram minhas? Fiquei muito alegre e acho que recebi mais abraços de parabéns que elas, foi muito legal. E, agora, fazer os trajes oficiais, é uma honra. Primeiro porque são as ‘minhas’ meninas, porque trabalhei com elas bastante tempo, e também porque para quem trabalha com isso, é um tipo de traje muito bacana de fazer, que permite usar muito a criatividade e tem muito trabalho manual! Estou muito feliz”, comemora. 
Essa é a terceira Fenavindima que Juliana se envolve diretamente na confecção das vestes, a primeira vez foi na 13ª edição quando fez os vestidos de escolha da Janaína Massarotto, que foi rainha, e de Débora Viapiana. Na festa passada a estilista foi convidada para produzir todos os 15 trajes da escolha – foram todos no mesmo modelo. “Da corte é a primeira vez que eu faço os oficiais, e isso é uma realização, uma alegria muito grande, um sentimento muito bom”, emociona-se, ao mesmo tempo em que adianta o que o público pode esperar dos trajes a serem apresentados no dia 31. 
“Vão ser vestidos bem elaborados, próximos do que geralmente vemos, mas, ao mesmo tempo, bem diferentes, e com um pouquinho da personalidade delas. Procuramos colocar alguns elementos que já conhecemos e muitos trabalhos manuais. Não posso dar muitos spoilers mas dá para esperar algo bem bonito, sofisticado e que vai bem de acordo com a festa e com essa proposta do centenário, que é uma inspiração em todas as outras festas. Espero que seja algo que surpreenda, que agrade e que seja de encher os olhos”.

Eriel Giotti, Juliana Lazzari e Samuel da Silva com a corte da 15ª Fenavindima. - Karine Bergozza  - Eriel Giotti/Divulgação
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