Supermercados garantem abastecimento
Agas afirma que não há risco de faltar itens de primeira necessidade nas gôndolas
A paralisação de atividades em diversas áreas por conta da Covid-19 não deve resultar em desabastecimento nos supermercados. A garantia é da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), segundo a qual não há risco de faltar itens de necessidade básica nas 4,7 mil lojas do setor no Rio Grande do Sul. “Pontualmente, poderão faltar em alguns supermercados itens cuja curva de demanda sofreu grande impacto, como o álcool gel. Produtos como papel higiênico, bebidas e alimentos, entretanto, estarão com seus estoques abastecidos sem quaisquer prejuízos aos consumidores”, diz a entidade, em nota.
Em Flores, os dois maiores varejistas também afastam a possibilidade de gôndolas vazias. No Supermercado Vermelhão, conforme a diretora de Compras, Francine Zamboni, a tendência é que não haja desabastecimento, especialmente no que diz respeito aos produtos da cesta básica. “Talvez alguns produtos que dependam de importação possam sofrer algum impacto, mas nada que não se reponha em, no máximo, uma semana”, explica Francine. Em contrapartida, quase todos os itens tiveram aumento de preço, segundo a gestora, sem revelar o percentual de acréscimo.
No Supermercado Andreazza, o objetivo é o mesmo: garantir que nenhum produto esteja faltando, principalmente os de alimentação e higiene. “Nosso maior compromisso, hoje, é abastecer a população para não gerar o caos, porém não estamos divulgando as ofertas do dia porque acreditamos que não seja momento para isso. Todos os dias tem itens em promoção, apenas não divulgamos como fazíamos anteriormente”, afirma o relações públicas Felipe Andreola, responsável pela assessoria de comunicação da rede.
Adotando medidas de proteção para evitar aglomerações e frear a propagação do coronavírus, os supermercados viram a presença de consumidores reduzir pela metade nas duas últimas semanas. “Comparando com o mesmo período de fevereiro, entre os dias 23 e 28, o número de clientes diários diminuiu em torno de 50%. Já estamos vendo uma realidade diferente nesse início de semana, um pouco mais movimentado. Porém, continuamos com as limitações para evitar aglomerações”, contabiliza Francine.
Orientações aos associados
Em comunicado distribuído aos associados no início da semana, a Agas informa que está trabalhando, junto ao Governo do Estado, órgãos de imprensa e indústria, para minimizar os efeitos decorrentes da pandemia do coronavírus sobre a cadeia do abastecimento. A entidade salienta os posicionamentos institucionais, com o intuito de tranquilizar a população gaúcha e nortear as ações dos associados.
O primeiro deles é garantir, em entrevistas e manifestações públicas, o abastecimento pleno de itens de primeira necessidade à população. Outra orientação é evitar, em qualquer hipótese, chancelar aumentos de preços registrados nos diferentes elos da cadeia. “Nosso papel, neste cenário de tensão e incertezas, é acalmar os ânimos e semear tranquilidade, evitando jogar luz a aumentos de preços advindos da indústria. Não é interessante entrarmos em conflito com a indústria, nem acendermos nos meios de comunicação o debate sobre majorações em preços. Recomendamos aos associados que façam valer a lei da oferta e da procura, não adquirindo produtos de fornecedores que praticarem preços abusivos. Também solicitamos que atuem, em suas comunidades, como agentes informadores dos consumidores, sobretudo nas redes sociais, respondendo com responsabilidade os questionamentos sobre altas de preços”, diz o texto.
A Agas sugere aos associados que, à medida do possível, sejam parceiros de pequenas indústrias e distribuidores neste momento delicado da economia, flexibilizando políticas estabelecidas para empresas com dificuldade de capital de giro. Esta flexibilização poderá dar-se através da liberação de desconto de títulos com bancos, utilização de factoring e melhorias em taxas de antecipação, dentre outros.
Por fim, os associados são estimulados a participar, em suas comunidades de atuação, de ações filantrópicas que visem o combate à fome e ao colapso econômico. “Este momento será superado em breve e precisamos capitanear o processo de retomada da normalidade”, conclui o documento.
Índice de ruptura
Um estudo da consultoria Neogrid, especializada em gestão de supermercados, divulgado na terça-feira, dia 31, mostra como estava, naquele dia, o índice de ruptura (falta de produtos) em 20 mil lojas de todo o Brasil. Os dados refletem problemas com estoque e reposição das lojas e não o desabastecimento por parte da indústria.
Veja a lista dos 10 itens que mais estavam em falta no dia 31:
1. Álcool de limpeza
2. Leite longa vida
3. Toalha de papel
4. Vinagre
5. Sabão em pedra
6. Lenço de papel
7. Grão de bico
8. Massas
9. Papel higiênico
10. Farinha de trigo
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