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Sinônimo de amor e dedicação

O Florense conta histórias de duas mães que viveram momentos difíceis e hoje são felizes ao lado de seus filhos

Os dias foram diferentes, porém, as dificuldades, semelhantes. Tanto a caxiense que reside em Nova Pádua há mais de 19 anos, quanto a florense do bairro Aparecida tinham um sonho. E conseguiram concretizá-lo. Elas se tornaram mães, seus bebês nasceram prematuros, e as adversidades dos anos passados hoje se transformaram em felicidade, “com as bênçãos de Deus”, como afirmam Cátia Tonello, 43 anos, e Diva Guarese Zen, 47 anos. Neste domingo, Dia das Mães, elas ganharão, além de presentes, o carinho dos filhos.

Em Nova Pádua, aquela semana de junho de 2006 estava fria. O inverno estava prestes a começar, e os gêmeos Yuri e Yago completavam seis meses na barriga de Cátia, diretora da Câmara de Vereadores paduense. Ela trabalhou até o final de maio e, por recomendação médica, deveria ficar em casa para repousar. “Comecei a vomitar e a preocupação aumentou. Estava mal, não sabia o motivo. Meu marido me levou para o Hospital Nossa Senhora de Fátima, cheguei às 19h e, duas horas depois, fizeram a cesariana. Pensei que nunca chegaria ao hospital, pois a estrada parecia ter ficado mais longa”, relata Cátia.

Após avaliações médicas, a equipe do hospital optou pela cirurgia, já que um dos bebês, Yago, que nasceu depois, estava com o cordão umbilical envolto no pescoço. “Um dos nenês estava sofrendo, era o Yago. Os batimentos do coraçãozinho eram mais lentos”, lembra a mãe. Depois da cesárea ela ficou ainda mais aflita. Um dos médicos mostrou-lhe rapidamente Yago e o levou da sala. O marido, o coordenador de assistência técnica Ari Tonello, 40 anos, filmava os partos, mas não desligou a máquina, tamanho o nervosismo. Chorando, ele contou a familiares que um dos bebês teve problemas.

No vídeo é possível ver um médico massageando o peito de Yago, que demorou alguns segundos para soltar o famoso choro de recém-nascidos. Com Yuri, de 2,8 quilos, estava tudo normal. As atenções foram voltadas para Yago, que saiu do ventre de Cátia pesando 2,45 quilos. “O Yago foi transferido direto para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Pompéia, em Caxias do Sul, onde ficou três dias. Nunca vou esquecer daquela terça-feira chuvosa”, diz, referindo-se ao dia 20 de junho, data na qual se tornou mãe novamente – além dos gêmeos ela tem Brenda, seis anos. “Eu queria vê-lo, sabia que o Yuri estava bem; eu queria que os dois estivessem bem.”
Outra preocupação com Yago foi um nódulo na nuca. “Era um caroço feio. Os médicos investigaram e, após uma tomografia, descobriram que se tratava de um pouco de gordura, que ficou acumulada devido ao cordão ter enrolado no pescoço. O organismo absorveu a gordura em um mês e meio. Mas até os médicos me dizerem que não era nada grave...”, relembra Cátia, que precisou se deslocar ao Pompéia para amamentar Yago enquanto esteve hospitalizado. “Ele me olhava como se quisesse dizer ‘Tu veio me buscar?’ Meus filhos foram vitoriosos”, sentencia.


Uma espera de 22 anos

Enquanto Cátia Tonello se preocupava com os gêmeos Yuri e Yago em Nova Pádua, em 2006, a embaladora Diva Guarese Zen, 47 anos, estava mais tranquila em Flores da Cunha. Uma tranquilidade que veio depois de um período conturbado. Casada com o operador de máquinas João Zen, 58 anos, ela tentou engravidar por 22 anos. O casal pensou em adoção quando Diva soube que estava esperando Mateus, hoje com nove anos de idade. “A notícia veio no momento certo, quase adotamos uma criança. Até o quinto mês estava tudo bem, quando minha pressão começou a subir muito”, recorda a funcionária da Fante Indústria de Bebidas.

Para concretizar seu sonho ela “passou” por 12 médicos. “Fiz vários tratamentos, em Porto Alegre, em Caxias do Sul e São Leopoldo. Foi um doutor de Flores que me recomendou um tratamento hormonal e, em dois meses, engravidei”, conta, com felicidade. Aos seis meses e meio ela precisou ser internada no Hospital Fátima para que os médicos controlassem sua pressão arterial. Era o dia 18 de setembro de 2000. Quatro dias depois Mateus veio ao mundo. “Era uma sexta-feira. Foi às 5h. Depois da cesárea ele foi direto para a UTI do Pompéia, em Caxias, onde ficou durante 24 dias. Em Flores, ficou mais 13 dias no Fátima. Ele era tão pequenininho em minhas mãos”, lembra a mãe.

Mateus nasceu com 1,2 quilo, mas chegou a ter pouco menos de 1 quilo durante os dias na UTI. “Os médicos tinham me avisado que o pior poderia acontecer. Rezei muito e ele melhorou. Fui vê-lo mesmo três dias após do parto. Depois dos problemas, hoje posso dizer que é bom demais ser mãe. Nossa, foi uma realização”, conta Diva. Por mais que tentem, Cátia e Diva jamais conseguirão relatar todo o amor que sentem por seus filhos. Os pais não devem ficar com ciúmes, mas só sendo mãe para saber essas coisas.

Antes de ir para a escola, no início da tarde, Mateus não dispensa um carinhoso beijo na mãe Diva.

Atenções de Cátia Tonello são voltadas para os gêmeos Yago e Yuri e a pequena Brenda. - Fabiano Provin
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