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Sempre é tempo de estender uma ‘Mão Amiga’

Projeto florense aposta no poder da Educação Infantil para transformar vidas e conta com o apoio da comunidade para garantir a continuidade das ações

Foi com o objetivo de colorir os sonhos das crianças de zero a quatro anos, bem como de sensibilizar a família e a comunidade acerca da importância de fortalecer as bases do desenvolvimento infantil, e tendo como norte o potencial transformador da educação que, há seis anos, o Projeto Mão Amiga foi semeado em Flores da Cunha.
De 2015 para cá a entidade contribui com vagas na Educação Infantil, destinadas aos pequenos que não foram contemplados pela rede pública de ensino: “Nós trabalhamos em conjunto com a prefeitura, então os casos que eles não conseguem atender são encaminhados para o projeto. Os pais ficam bem agradecidos, porque são quatro anos que as crianças estão recebendo o auxílio e as famílias acabam sendo apoiadas também”, destaca a voluntária que acompanha o Mão Amiga de Flores da Cunha desde sua criação, Nair Picolli Curra, 60 anos. 
De acordo com Nair, que dedicou sua vida à educação, o que mais motivou para contribuir com a entidade foi justamente o segmento a ser trabalhado: a infância. “Eu vi que ainda poderia atuar nessa área, ajudando as famílias a se organizarem no início da vida escolar da criança”, empolga-se, acrescentando que o projeto atende os casos em que os responsáveis estejam no mercado de trabalho e consigam custear metade do valor da mensalidade das escolinhas, enquanto a outra porcentagem fica a encargo do Mão Amiga. 
“A gente recebe as fichas da prefeitura e faz todo um estudo e uma entrevista com os pais. Muitas vezes são famílias com uma boa renda, mas, que tem que pagar aluguel, tem algum caso de doença, ou, mais de um filho, por exemplo. Então nós podemos ouvir essas pessoas e ajudar no que elas precisam”, esclarece a voluntária, sobre a triagem.
Essa etapa é apenas uma das realizadas pelo Mão Amiga de Flores da Cunha que, para se concretizar como uma rede de apoio, procura acompanhar de perto todas as famílias assistidas. “Eu acho esse projeto muito importante, essencial, e é por isso que visto a camiseta e estou aqui todas as segundas-feiras trabalhando. Acredito que se a criança e a família forem amparadas agora, no início, vai ser bem mais fácil, porque vai ter uma estrutura bem melhor para ela se desenvolver. Eu acredito muito nesse projeto e que ajudar faz mais bem para a gente do que para quem é ajudado, por isso, eu sinto que aqui a gente faz a diferença”, emociona-se Nair, ao mesmo tempo em que revela que, muitas vezes, o grupo orienta os responsáveis a buscar outras formas de ajuda aos pequenos, além das oferecidas pela entidade, como um acompanhamento neurológico, por exemplo, em situações nas quais as crianças podem apresentar déficits de desenvolvimento. 
Trabalho e pessoas a serem ajudadas pela entidade florense é o que não faltam, prova disso é que, de 2015 para cá, já foram atendidas 519 crianças e investidos cerca de R$ 1 milhão em compra de vagas. “Hoje nós temos 154 padrinhos ativos (que doam mensalmente), e nossas despesas mensais com vagas para as escolas – hoje são nove que fazem parte do projeto – giram em torno de R$ 20, R$ 22 mil. Então por que é interessante e importante a doação? Porque nós só pegamos a criança se temos a capacidade de pagar até o final do ano a escolinha, porque se chegar na metade do ano e não tiver mais dinheiro para essa vaga eu vou ter que tirar ela da escola. Por isso a gente trabalha com fluxo de caixa projetado”, esclarece o presidente do Mão Amiga florense, Marcio Costa. 
Conforme Costa, 37 anos, que é presidente da entidade pela segunda gestão, é importante diferenciar o trabalho realizado em Flores da Cunha e em Caxias do Sul, uma vez que a filosofia adotada é a mesma da criada pelo Frei Jaime Bettega: “Por mais que o nome seja o mesmo, Caxias atende diversos projetos, entre eles a Casa de Apoio Viva Rachel e o Recanto da Compaixão Frei Salvador (voltados para a violência contra a mulher e o acolhimento de idosos, respectivamente) mas, tem inúmeros outros. Nós, aqui em Flores, atendemos somente o projeto voltado para crianças de zero a três anos e doze meses. O projeto leva o mesmo nome, mas, anda separado de Caxias, nós temos as nossas doações, os nossos padrinhos, as nossas despesas e conforme vamos arrecadando, vamos conseguindo colocar os pequenos nas escolas”, pontua, acrescentando que, atualmente, a entidade conta com 15 voluntários e auxilia 55 crianças. 
Contudo, para continuar suprindo essa crescente demanda, é preciso angariar fundos e fortalecer ainda mais o trabalho do Mão Amiga: “Todo o dinheiro, para nós, é bem-vindo, então quanto mais valor nós conseguirmos arrecadar de padrinhos, de empresas e da sociedade, mais crianças a gente vai conseguir atender. Eu me sinto bem feliz integrando esse projeto, é bem gratificante e gostaria de fazer um pedido, para quem quiser ajudar, nós estamos de portas abertas e à disposição para tirar dúvidas”, ressalta.
A vice-presidente da entidade florense, Camila Baggio Bedin, 31 anos, que ocupa o cargo há dois, revela que se encantou ‘de cara’ pelo Mão Amiga, se dispondo a auxiliar no que fosse necessário:  “A gente acredita muito no poder transformador da educação, em como isso faz a diferença na idade em que as crianças estão no desenvolvimento delas. Então o estímulo de uma escola, de um aprendizado, de uma estrutura da família, consegue se fortificar por meio desse acompanhamento que o projeto faz”, enfatiza.
Camila, que atua desde 2015 como voluntária, levanta outro ponto importante a ser abordado: o foco do Mão Amiga de Flores da Cunha. “A gente recebe muitos contatos de pessoas que querem auxiliar por meio da doação de cestas básicas e agasalhos, sabemos que tudo é muito válido, que as pessoas realmente precisam desses itens, porém, buscamos focar o máximo no recolhimento de valores, afinal, é dessa forma que conseguimos comprar vagas e colocar mais crianças para fazer parte do projeto. A gente sempre brinca que vamos colorindo os sonhos das crianças por meio desses padrinhos e madrinhas”, revela a vice-presidente, ao mesmo tempo em que lembra que as pequenas ações fazem a diferença.  
“Esses dias uma voluntária trouxe sua turma de catequese, crianças de 10, 12 anos que recolheram suas mesadas e doaram um valor muito significativo, justamente pela intenção delas. Então sempre falamos para as empresas que querem nos ajudar, que podem fazer uma vaquinha e recolher um pouquinho cada um, e que já direcionem essa doação em valores, porque assim  a gente consegue colocar mais crianças nas escolas e também garante que consigamos pagar essas vagas por mais tempo”, conclui Camila. 

Como ajudar 
Você pode optar por contribuir com doações anuais, por meio de boletos mensais, ou pelo PIX 23.311.124/0001-93 (chave CNPJ), com a frequência desejada. Em eventos, confraternizações ou ações em que o objetivo seja auxiliar o Mão Amiga florense, é importante que isso ocorra como uma ‘vaquinha’, pois somente com valores os voluntários conseguem manter viva a entidade e oportunizar novas vagas.  E por falar em voluntários, também é possível auxiliar sendo um deles, basta entrar em contato, afinal, toda a ajuda é bem-vinda. 
Mais informações contate pelo telefone/WhatsApp (54) 9.9645.4734 ou pelo @maoamigaflores no Instagram. A sede da entidade está localizada no Centro Comercial Lourenço D. Castellan, junto à Avenida 25 de Julho, nº 1.470, sala 31 (2º andar), no Centro de Flores da Cunha. Os atendimentos presenciais ocorrem nas segundas e sextas-feiras à tarde.

Camila Baggio Bedin e Marcio Costa ladeiam a voluntária do Mão Amiga, Nair Picolli Curra. - Karine Bergozza
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