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Semana Farroupilha: Tradicionalismo no sangue

Com apenas 19 anos, Gabriela Maurina já perdeu as contas de quantos troféus ganhou em competições com cavalos

Uma paixão que vem de família. Gabriela Maurina, estudante de veterinária, aos 19 anos, precisou escolher, e o amor pelo tradicionalismo e por cavalos falou mais alto.  “Eu trabalhei quase cinco anos no meu primeiro emprego, na livraria Almanaque Cultural. Eu gostava muito das meninas e do trabalho, mas chegou um ponto que eu trabalhava em turno integral na livraria, estudava veterinária à noite e fazia meu trabalho com os cavalos no final de semana. Eu tive que fazer uma escolha e, com certeza, foi a escolha mais difícil que já tomei. Desde julho passei a me dedicar somente aos cavalos e à faculdade”, conta a jovem que trabalha com correção de comportamento equino.
“Eu sempre fui muito tradicionalista, tive muita influência da família por parte de pai e de mãe. Desde pequena montava a cavalo, participava de rodeios, cavalgadas, corria provas, ia pilchada para a escola na Semana Farroupilha e sempre amei tudo que tivesse a ver com a nossa tradição”, conta empolgada. Para Gabriela, a tradição é história. “Nossa tradição representa liberdade, a luta de muitos por um estado melhor”.
Desde pequenina, Gabriela sempre gostou da lida e teve por perto os cavalos – hoje a família Maurina possui uma pequena criação de cavalos campeiros. “Eu ajudo na cabanha com os nossos animais. Apesar de domar, a base do meu trabalho é a reabilitação dos cavalos. Clientes me procuram quando seu animal possui algum trauma, medo ou problema comportamental”, explica.
Ser mulher e jovem é um desafio conquistado dia a dia por Gabriela. “Ser mulher sempre foi difícil, não importa o meio em que está. Infelizmente, pra quem lida com cavalos, isso tende a ser pior”, revela. Para a estudante de veterinária, o começo foi muito difícil. “Hoje me sinto muito grata, por ser mulher e por fazer esse trabalho. Não tenho medo de correr atrás do que eu quero. Nunca tive medo de conquistar meu espaço”.
E por falar em conquistas, Gabriela é campeã em diversas provas – tambor, baliza, campeonato de cavalos árabes, apartação, rédeas –, e até já perdeu as contas de quantos troféus possui. “A maioria dos troféus que eu tenho são de “Campeã de Prova de Rédeas”. Hoje eu não corro mais tanto quanto antes, o trabalho e a faculdade me tomam muito tempo, mas com certeza a última prova que eu corri me marcou demais”, relembra. 
A égua de Gabriela acabou se machucando dois meses antes do Rodeio Crioulo Nacional de Flores da Cunha. “Ela acabou cortando uma pata com arame e eu não treinei nem montei até o dia da prova. Eu corri a prova sem preparo nenhum e acabei tirando o primeiro lugar. Me lembro de estar nervosa, pois faziam dois meses que não montava minha égua, mas assim que montei senti a calma dela e isso me trouxe confiança”, finaliza.
E ao ver Gabriela esbanjando paixão pela cultura tradicionalista, o tio Luis Natal Maurina mostra pelas expressões o orgulho que tem da sobrinha. “Fico muito feliz por ver a continuidade da nossa família. É muito gratificante. Meu pai, Henrique Antônio Maurina, foi um dos pioneiros em Flores da Cunha e. junto com outras pessoas, criou o CTG Galpão Serrano. Ele deixou um legado gigante no tradicionalismo”, fala emocionado.

A jovem Gabriela acompanhada de sua égua Pai do Fogo Labareda. - Gabriela Fiorio
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