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Sem prejuízos no ano letivo

Em formato de aulas síncronas, alunos estudam um dia na escola e no outro em casa

Desde o dia 19 de julho até 1º de agosto, os alunos das escolas municipais de Flores da Cunha estão em recesso escolar. As chamadas férias de inverno estavam programadas desde o início do ano, já que conforme o secretário da Educação, Itamar Brusamarello, o ano letivo de 2021 não está comprometido. “As aulas foram iniciadas em 15 de fevereiro e retomadas presencialmente em formato de revezamento diário de alunos no dia 29 de abril. Esse é um modelo que está dando certo diante da situação que estamos vivendo e está dando resultados”, analisa Brusamarello que enfatiza que os alunos estão tendo aprendizagem através da plataforma Google Classroom. “Nosso calendário escolar tá sendo cumprido rigorosamente. Quando houve o período de fechamento das escolas, as aulas continuaram em formato online. Não paramos em nenhum momento e não temos prejuízos. Nenhuma aula precisa ser compensada para concluir os 200 dias letivos até o fim do ano”, destaca. 
As aulas se dão de forma síncrona, onde os alunos tem uma rotina de horários e assistem às aulas no momento em que acontecem – não são gravadas. “Os alunos interagem. Os que estão em casa interagem com os que estão em sala de aula no mesmo momento”. Outro fator importante é que são priorizados os mesmos grupos presenciais para que não haja a transmissão do Covid-19, além de todos os cuidados sanitários, como medição de temperatura, álcool em gel, tapetes sanitizantes e a limpeza total da escola diariamente. 
Dentro desta nova modalidade de ensino, o gestor da pasta revela que não houve casos de abandono escolar. “Existem alunos que não fazem as atividades, mas a escola fica em constante busca ativa para entender cada situação. Também tem aqueles que não possuem acesso à internet e, nesse caso, são disponibilizadas as atividades em papel que devem ser retiradas na instituição e entregues posteriormente”, relata.
Conforme Brusamarello, alunos, pais e professores já estão 100% familiarizados com as novas plataformas, que, na visão do secretário, devem permanecer mesmo sem pandemia. “A plataforma veio para facilitar. O ensino teve um avanço muito grande, principalmente na área da tecnologia e essas ferramentas não vão sair de cena. Elas vão continuar, talvez de uma forma diferente”, prospecta. 
Mas, entre todos os desafios que foram driblados, a pandemia trouxe um lado positivo: a valorização do professor. “Tivemos uma conquista muito grande para o professor, dele se sentir pertencente desta transformação e dele ser o agente da transformação. Conseguimos provar por A + B que o professor tem um papel muito importante. A pandemia provou que o professor é insubstituível”, finaliza o secretário. 

A espera de um monitor militar
Flores da Cunha foi o primeiro município da Serra gaúcha a implantar a Escola Cívico-Militar na Tancredo de Almeida Neves. O projeto foi lançado no dia 27 de novembro de 2020 e um monitor ficou na instituição algumas semanas para realizar um teste. Desde então, a escola que tem um novo uniforme ainda aguarda a vinda de um novo militar para por em prática os objetivos da Cívico-Militar. “O Estado já fez a seleção dos militares e eles estão passando por um treinamento. Acredito que, pelas informações que obtivemos, n este segundo semestre já comece com um monitor no município”, relata o secretário Itamar Brusamarello. 
De acordo com o projeto, o monitor não interfere na questão pedagógica, mas sim fora da sala de aula, atuando de maneira preventiva na identificação de problemas. “Estamos em contato com uma experiência. Vejo que elas exercem um papel muito importante, mas elas têm que funcionar. E ainda estamos aguardando o monitor”, avalia o secretário que enaltece o resgate das atitudes e valores e a relação dos direitos e deveres de cada um. 

Mostra Científica Cultural
O aluno ser protagonista do seu próprio conhecimento, este é o objetivo do projeto Mostra Cientifica Cultural, implantado neste ano nas escolas de Flores da Cunha. “A partir de um problema os alunos vão começar a estudar e identificar o porquê deste problema e buscar soluções. O professor passa a ser um orientador do conhecimento”, revela Brusamarello, que declara que o projeto desperta o conhecimento e é embasado em metodologias cientificas.  
Atualmente, 383 projetos de pesquisa estão em andamento no município, os quais já abriram portas para Mostras Científicas regionais e estaduais, como a MostraTec (Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia) e MostraSeg (Mostra Científica e Tecnológica das Escolas de Ensino Médio da Serra Gaúcha). De acordo com o secretário, nos próximos meses os trabalhos serão avaliados e premiados. “No decorrer dos anos vamos ter um banco de dados de projetos de pesquisas”, garante.

Os desafios das formaturas na pandemia
Falando de graduação, o vírus colocou água no chopp de muitos estudantes que sonhavam com suas festas de formatura. Um caso curioso é o da florense Bianca Mascarello Giotti, 25 anos, que esperava concluir o curso de História no dia 27 de fevereiro, na Universidade de Caxias do Sul, mas foi frustrada pela adoção dos protocolos da bandeira preta.
O canudo só foi conquistado no último sábado, dia 17, em cerimônia simbólica, restrita a um número menor de convidados. Com isso, Bianca teve o privilégio de ter duas formaturas na faculdade, pois já havia recebido o diploma em um encontro online. “Foi estranho porque já me sentia formada. Não foi um sentimento de conclusão, mas de reencontro”, diz a historiadora, que antes mesmo de vestir a toga já era aluna de um curso de pós-graduação.
Uma peculiaridade foi que a estudante teve de devolver a láurea acadêmica conquistada no primeiro encontro para recebê-la de novo pessoalmente. “Estragou a surpresa, mas foi legal ter recebido das mãos da professora”, conta Bianca, que planejava uma comemoração ao ar livre com os amigos, cancelada devido ao clima frio de julho.
Colega de Bianca no Ensino Médio, a também florense Larissa Peruzzo, 25, vive uma angústia ainda mais antiga. Desde antes de entrar na faculdade, ela sonha com uma grande festa de formatura, marcada para o dia 6 de março de 2021. “Um ano e meio antes, eu já tinha visto tudo: locação, chef, vestido, cardápio, garçons”, conta a ex-acadêmica de Direito da FSG. 
Mas em 2020 veio a pandemia. “Até março, eu pensei que tudo estaria tranquilo, que todo mundo estaria vacinado. Imagina: faltava um ano”, conta Larissa. A confiança durou até fevereiro deste ano, quando Larissa se obrigou a remarcar a festa para setembro. Quatro meses depois, mais um adiamento: desta vez para março do ano que vem, um ano após a data original.
“Por um lado, eu fiquei mal. Mas pensei na minha avó, no meu pai, na minha mãe, na família dos meus amigos. Foi para o bem de todos. Muita gente disse que só ia na formatura se estivesse com as duas vacinas feitas”, revela Larissa. Ela conta que recebeu o diploma ainda em março das mãos de uma funcionária da faculdade – sem cerimônia, reitor ou paraninfo – e desde então cursa uma pós-graduação em Direito Médico e da Saúde. Só nesta sexta-feira, dia 23, é que Larissa participará de uma entrega presencial na faculdade. 
Para celebrar com os amigos, no entanto, ela terá de aguardar mais um pouquinho. Nos cerca de dois anos e meio que planeja a festa, Larissa, que enquanto estudante adiou cadeiras para se formar no verão, viu sua lista de convidados saltar de 120 para 150 pessoas: “Melhor assim. Serão mais pessoas para comemorar. Eu só quero fazer a minha festa de formatura, nem que a gente precise fazer duas, três vacinas por ano”, brinca a formanda.  

 - Arquivo O Florense
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