Geral

Seis moradores de Flores morrem em acidentes em apenas 15 dias

Em apenas duas semanas três acidentes de trânsito ceifaram a vida de seis moradores de Flores da Cunha.

Em apenas duas semanas três acidentes de trânsito ceifaram a vida de seis moradores de Flores da Cunha. Os casos mais recentes ocorreram no último domingo, dia 26, quando mãe e filho morreram no km 71 da RS-122, em Caxias do Sul, numa colisão entre dois veículos. Ainda no domingo, dois adolescentes foram atropelados por um carro no prolongamento da Avenida 25 de Julho, em Flores da Cunha.

Dois adolescentes mortos e uma hospitalizada

O atropelamento no prolongamento da Avenida 25 de Julho, em frente à fábrica de Móveis Florense, por volta das 21h do último domingo, dia 26, vitimou Mairin Mocelin Machado, 15 anos, e Gionei do Amaral, 16, além de deixar ferida Bruna Mocelin Machado, 13. Os três caminhavam pela calçada quando foram atingidos pelo Passat placas IDA-3493, conduzido por Maicon Antônio Pinheiro de Castilhos, 21 anos. Os adolescentes estariam indo para a casa das garotas, no loteamento Pérola. Mairin e Gionei morreram na hora. Bruna passou por cirurgia e se encontra em recuperação no Hospital Pompéia. Seu estado de saúde é estável. A delegada titular de São Marcos e que responde interinamente pela DP de Flores da Cunha, Marinês Trevisan, aguarda a recuperação da menina para buscar informações que possam esclarecer o acidente. A delegada explica que o acidente do último domingo aconteceu no instante em que o condutor do Passat, que trafegava em direção a Caxias do Sul, teria tentado ultrapassar o Escort placas ICT-9265, dirigido por João Paulo Guerra, 27 anos, em local proibido e acima da velocidade permitida, que é de 50km/h no trecho. De acordo com Marinês, outro veículo vinha em direção contrária e na tentativa de desviar deste carro o Passat acabou colidindo no Escort. Desgovernado, o Passat saiu da pista, rodopiou várias vezes e atingiu os três adolescentes que estavam na calçada. Castilhos e o caroneiro do Passat, Ademir Verdi, 29 anos, sofreram ferimentos leves, enquanto o condutor do Escort nada sofreu. Embora não tenha sido responsável direto pelo atropelamento, Guerra responderá em liberdade por embriaguez ao volante, uma vez que o teste de bafômetro apontou 0,45mg de álcool por litro de ar expelido pelos pulmões. Acima de 0,30mg a legislação considera crime. Conforme a delegada, apesar do teste de bafômetro feito em Maicon ter apontado teor alcoólico de 0,25mg/l, não significa que ele não tenha ingerido bebida alcoólica que represente índice maior, uma vez que o teste de bafômetro foi feito horas depois do acidente. Apaixonado por futebol Gionei do Amaral, o jovem atropelado no final de semana no prolongamento da Avenida 25 de Julho, juntamente com a namorada e a irmã dela, adorava futebol. Ele integrava o time do EC Bangu de Sete de Setembro e no domingo tinha participado do primeiro jogo do Campeonato Municipal de Juniores, contra o Rosário de Nova Roma. De acordo com o presidente do clube, Valcir Mascarello, desde criança Gionei, conhecido entre os colegas como “Pitchi”, participava das atividades da escolinha de futebol da comunidade. No domingo ele havia buscado a namorada Bruna e a irmã dela, Mairin, para acompanhar a partida, mas, devido a uma dor no tornozelo, permaneceu no banco. “Ele pediu para sair um pouco antes do final do jogo porque tinha compromisso”, conta Mascarello. Gionei namorava Bruna havia cerca de dois meses. A família da adolescente, que cursava a 8ª série na Escola Estadual Frei Caneca, trocou Lages (SC) por Flores da Cunha havia seis meses. Já a família de Gionei, natural de Palmitos (SC), reside no Travessão Sete de Setembro há mais de 12 anos. As duas vítimas foram sepultadas segunda-feira à tarde. O corpo de Gionei foi sepultado às 15h30min, no cemitério de Sete de Setembro, e o de Mairin às 17h no Cemitério Parque de Caxias do Sul. Motorista é preso acusado de duplo homicídio Na segunda-feira, após ter alta do Hospital Pompéia de Caxias do Sul, o motorista do Passat, Maicon Antônio Pinheiro Castilhos, foi ouvido pela delegada Marinês Trevisan. Conforme a policial, o rapaz nega que estivesse fazendo racha e não lembra do momento do acidente. “Não sei se ele está mentindo ou se não lembra das coisas por causa do acidente”, declara. Ele disse que pouco antes do fato havia estado numa festa e bebido uma lata de cerveja. Marinês disse que foram encontradas cinco latas da bebida, uma no carro de Castilhos e quatro no Escort de João Paulo Guerra, outro envolvido na ocorrência. Horas antes do acidente, os dois condutores, que trabalham juntos num supermercado da cidade, teriam participado de uma festa de aniversário. Autuado por homicídio doloso (quando a pessoa não tem intenção, mas assume o risco), Castilhos teve o flagrante aceito pela justiça florense, que o encaminhou à Penitenciária Industrial de Caxias do Sul (PICS), onde até ontem, quinta, permanecia detido. Trecho não registrava acidentes fatais havia cinco anos Palco de inúmeros acidentes com morte, especialmente em 2003 e 2004, o trecho de dois quilômetros no prolongamento da Avenida 25 de Julho não registrava acidentes com mortes havia quase cinco anos, desde que entraram em funcionamento os controladores de velocidade (lombadas eletrônicas). Os equipamentos foram instalados próximo a entrada para o Loteamento Residencial Parque dos Pinheiros e próximo à Fábrica de Móveis Florense, e começaram a funcionar em definitivo dia 15 de setembro de 2004. A última vítima fatal em decorrência do trânsito havia sido registrada a 1h20min do dia 6 de setembro 2004, na capotagem de um caminhão Ford Cargo, logo adiante da lombada eletrônica, que resultou na morte de Maria Helena de Lima, 37 anos, grávida de cinco meses. Ela era caroneira do caminhão conduzido por Valdir Rodrigues, 28, irmão de seu marido, Edson Rodrigues, 32. Antes disso, no dia 28 daquele ano, próximo a Vidraçaria Otobelli, Milton César Naibo, 26 anos, e Luiz Vilmar Inglês, 44, perderam a vida na colisão frontal entre o Santana tripulado por eles, e a Saveiro dirigida Marta Luciane Pelizzer, 28, e no dia 6 de agosto, Lulea Spindola da Silva Boscatto, 22, morreu no choque entre uma motocicleta e um carro. Ela era caroneira da moto pilotada por seu esposo, Luciano Boscatto, 34, que colidiu na lateral de um Escort, conduzido por Militiano João Zilli.
Condutor do Passat teria tentado ultrapassar o Escort em local proibido. - Caco Jachetti / Agência RSCOM / Divulgação
Compartilhe esta notícia:

Outras Notícias:

0 Comentários

Deixe o Seu Comentário