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Saldo da balança comercial florense é de US$ 16,5 milhões

Em 2015, exportações superaram as importações com o maior superávit dos últimos sete anos

A desvalorização cambial e a retração da economia nacional contribuíram para que Flores da Cunha registrasse em 2015 um saldo positivo de US$ 16,5 milhões nas suas operações de comércio exterior. Esse foi o maior saldo desde 2007, quando as exportações superaram as importações em US$ 29,7 milhões, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic). O município apresentou ainda um desempenho superior ao do Rio Grande do Sul. Enquanto que o Estado registrou uma queda em 100%, o município superou essa marca. As exportações estaduais caíram 6,3% e as de Flores da Cunha subiram 14,9%. As importações estaduais recuaram 32,9%, enquanto que o município retraiu em 37,2%. Em 2013, Flores havia apresentado o pior déficit com –US$ 263,2 mil.

O saldo positivo foi alcançado porque as importações tiveram uma queda superior a das exportações no período. O valor total movimentado pelo município no comércio exterior foi um dos melhores dos últimos anos, só não superando o período entre 2005 a 2007.
O dólar mais caro e a retração da economia brasileira contribuíram para reduzir a média diária de importações em 37,2% em relação a 2014, quando o índice foi de apenas 5,07%. O município consumiu US$ 18,3 milhões em produtos de outros países, menor volume desde 2011. Houve queda na importação de produtos semimanufaturados e industrializados, como itens de ferro e aço, assentos transformáveis em camas, barras e perfis de alumínio e máquinas e ferramentas para madeira.

Leia aqui a íntegra da reportagem

As exportações municipais aumentaram numa média de 14,9% na comparação com 2014. As vendas em 2015 somaram US$ 34,9 milhões, sendo o maior valor dos últimos sete anos. Móveis, aguardente e licores, motores e máquinas motrizes e, principalmente, painéis de madeira para construção foram os principais produtos que foram vendidos fora do país no último ano.

Conforme o diretor-presidente da Keko Acessórios e diretor do Centro Empresarial de Flores da Cunha, Leandro Mantovani, o comércio exterior tem se mostrando um mercado promissor. A Keko, segunda maior exportadora do município, já elenca estratégias de marketing para este ano direcionadas ao mercado externo. “Se contarmos em dólares caímos um pouco em 2015, mas se avaliáramos em reais crescemos. Começamos a exportar no início dos anos de 2000 e é um trabalho contínuo que em alguns momentos você tem um mercado deficitário, quando o dólar está retraído e que pode acabar absorvendo até prejuízo, mas como é uma visão de longo prazo, um ano como 2015 acaba tendo retorno positivo. Nossa estratégia de 2016 temos mais foco na exportação e desenvolvimento de catálogos específicos para crescermos nesse segmento”, aposta Mantovani, que diminuiu consideravelmente as importações nos dois últimos anos. “Praticamente não estamos importando nada, o que é bom para o mercado interno, que está retraído. Não sabemos o quanto essa retração vai afundar a economia, mas acreditamos que o segundo semestre ocorra uma reação, até mesmo no mercado automotivo”, acrescenta.

Em termos de quantidade, apesar das exportações terem crescido, houve uma queda nos preços. Segundo a Fundação de Economia e Estatística (FEE-RS) do Rio Grande do Sul, houve uma retração de 17,1% no preço dos produtos em 2015. O volume embarcado foi recorde (23,5 milhões de toneladas), com aumento de 13,1%. Os principais destinos de exportação dos produtos florenses foram Reino Unido, Argentina, Cuba e Paraguai; e de importações, China, Itália, Argentina e Áustria.


 - Carlos Ben/Movergs/Divulgação
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