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Safra de incertezas e lamentações

Sem perspectivas de valores e com uma quebra estimada entre 20% e 30% em relação à última produção nos pomares de Flores da Cunha e Nova Pádua, a safra de uva deste ano se transformou em dúvidas e lamentações.

Sem perspectivas de valores e com uma quebra estimada entre 20% e 30% em relação à última produção nos pomares de Flores da Cunha e Nova Pádua, a safra de uva deste ano se transformou em dúvidas e lamentações. De um lado, o produtor não sabe quanto e quando irá receber pela fruta, e outras vinícolas esperam poder reduzir o preço mínimo de R$ 0,46 o quilo, estabelecido pelo governo. Mesmo assim, os vinicultores se esforçam para receber a produção, apesar da qualidade de algumas variedades estar aquém da expectativa, o que pode comprometer a produção de vinho. Em algumas propriedades de Flores da Cunha a perda chega a 50%. Segundo o agricultor Olinto Smiderle, de Nova Pádua, em sua propriedade a quebra deverá representar cerca de 20%. De acordo com estimativas do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), a safra de uva no Estado deverá ser até 20% menor em relação a 2008, quando foram entregues às vinícolas gaúchas 634 milhões de quilos de uvas. Em 2009 esse número deve ficar em torno dos 500 milhões. Essa redução foi causada pelo clima, que gerou grandes perdas nas uvas de ciclo precoce. A queda na produção não deixa de ser uma vantagem para os produtores de vinho, que sofrem com excesso de estoque do produto. De acordo com o presidente da Câmara Setorial da Viticultura, Hermes Zanetti, as vinícolas do Estado possuem cerca de 300 milhões de litros, volume pouco menor que a produção de todo o ano de 2008, que foi de 330 milhões. Diante destas dificuldades, a compra da safra de 2009 está causando apreensão entre as vinícolas, que esperavam diminuir o preço mínimo pago pela uva industrial para R$ 0,35 por quilo. No entanto, o Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu no dia 29 de janeiro a manutenção do preço em R$ 0,46. Já os produtores de uvas defendem que a quantia seja de R$ 0,55 por quilo. A posição das vinícolas é de processar o maior volume possível de uvas no momento, mas postergar a definição do preço, a fim de esperar o desenvolvimento do mercado. Conforme o presidente da Cooperativa Santo Antônio, Celso Chiarani, como o preço ainda está indefinido, a empresa está recebendo a uva e tirando nota de depósito da fruta. O mesmo ocorre na Cooperativa São Pedro, que espera receber 3,7 milhões de quilos, contra 4,5 milhões da última safra. “O preço ainda é uma incógnita”, destaca o presidente Itacir Pelizzer. Na Santo Antônio, que ano passado industrializou 8,5 milhões de quilos da fruta, este ano deverá receber pouco mais de 7 milhões. Além da qualidade da uva, a chuva em excesso também contribuiu para diminuir a graduação, que está sendo de dois graus a menos que a safra passada.
Recebimento deverá se estender por mais duas semanas. - Na Hora / Antonio Coloda
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