Geral

Há cinco décadas a família Mascarello vem produzindo vinhos, uma tradição que foi passada de geração para geração. Trabalho esse que iniciou com a produção para consumo próprio e, com o tempo, acabou se expandindo e dando vida à Adega Mascarello, hoje comandada pelos irmãos Jamur, Everton e Jackson, e pela mãe, Adelina.
As atividades da família, no ramo da viticultura, iniciaram ainda com o bisavô de Jamur, Bôrtolo – o primeiro da família nascido no Brasil –, e foram seguidas pelo avô e pelo pai, Dario Mascarello (in memoriam) e, agora, pelos filho. Foi o amor pelo trabalho que fez com que as gerações continuassem essa produção, que teve início em 1967 com a venda a granel da bebida, e se fortaleceu em 2005, com o lançamento da marca própria.
Com nove hectares de parreiras das variedades de uvas de mesa Niágara, Isabel, Bordô e Couderc Tinto, e de uvas europeias, Cabernet Sauvignon, Merlot e Moscato Giallo, todo o produto da  vinícola é derivado de uvas próprias. E as últimas safras, com uma fruta de qualidade, proporcionaram aos apaixonados pela bebida de Baco, experiências únicas e um vinho com qualidade superior, como conta o proprietário e também enólogo da adega, Jamur Mascarello, de 41 anos. “Apesar das intempéries climáticas que vem ocorrendo nos últimos anos, foi possível ter duas ótimas safras e essa (2022) melhor ainda. A seca é uma coisa que acontece, prejudica alguns e outros, mas não temos o que fazer”, relata Mascarello, ao mesmo tempo que explica que os vinhos dessa safra possuem acidez e maturação melhor, além de um maior teor de açúcar. “O teor de açúcar aumentou um pouco a graduação alcoólica, resultando em vinhos de linhas mais altas, principalmente os tintos de uvas europeias, que dá para envelhecer”, revela.
O enólogo também informa que, futuramente, os vinhos dessa safra serão muito bons e que irão durar muito nas prateleiras, inclusive as linhas mais jovens, por estarem sem tanta acidez e por serem vinhos mais leves e macios, com uma estrutura de taninos bons.
Já em relação a produção da próxima safra, Mascarello diz não prever, ainda, o resultado, uma vez que, neste ano não tivemos um inverno de muito frio e, com isso, as parreiras iniciaram sua brotação. “Depende muito do que acontecer nesse frio, porque, muitas vezes, o frio não vem acompanhado de geada, então não é tão prejudicial. O grande problema é se acontecer a geada tardia, depois que as parreiras brotarem, principalmente, porque ainda é muito cedo para ter essa brotação toda, esse calor todo”, explica o responsável técnico da vinícola.

Enoturismo
Além do cultivo das uvas e da produção de vinhos, a Adega Mascarello também abriu as portas para o turismo, que vem ganhando cada vez mais destaque. Desde 2011, o espaço passou a fazer parte do Roteiro Compassos da Mérica Mérica.
Desde então, o local vem recebendo visitas de diversas cidades do Rio Grande do Sul e estados. Segundo Mascarello, com a chegada da pandemia, em 2020, as excursões diminuíram, porém o turismo de famílias cresceu. “Nós percebemos que na pandemia diminuíram muito os grupos de ônibus, era impossível fazer viagens, mas o turismo de famílias, principalmente da grande Porto Alegre e de Santa Catarina, cresceu”, informa, completando que o número aumentou bastante agora, momento em que a pandemia está mais controlada.
Com o crescimento da procura por essa atividade, o enólogo vê como importante ter uma variedade nas opções de destinos, mesmo que sejam mais vinícolas, para que os turistas voltem outras vezes. E para melhorar o atendimento do público que por lá passa, a vinícola, que trabalha com vários tipos de vinhos, sejam eles de mesa ou finos, possui um projeto de expansão. Mascarello conta que, no próximo ano, investirá em um projeto para a reformulação do varejo, ampliando o serviço dentro da propriedade e dando uma cara nova para o empreendimento. O espaço receberá investimentos, principalmente na parte da produção e do engarrafamento, além da criação de um ambiente agradável com petiscos.