Rua John Kennedy: a rua da primeira ervanária florense
Há mais de 30 anos, Vida e Saúde está localizada no endereço
A primeira ervanária de Flores da Cunha abriu suas portas no ano de 1988. De propriedade de Dolores Maria Soldatelli, o espaço conhecido pelo nome Vida e Saúde se instalou na Rua Jonh Kennedy, próximo à Praça da Bandeira, onde permanece até os dias de hoje.
Na época, eram poucos os estabelecimentos existentes nessa área. Em geral, os comércios presentes na cidade eram os ‘secos e molhados’, os quais vendiam um pouco de tudo, desde objetos e roupas, até comida, e; as tradicionais farmácias. Até aquele momento não existia loja específica para a comercialização de produtos naturais. Foi então que, ao deixar a direção da Escola São Rafael, a professora florense, hoje com 87 anos, decidiu abrir um comércio voltado para artigos naturais.
“Logo que deixei a escola eu queria fazer alguma coisa e eu tinha aquelas revistas Vida e Saúde, as quais eu e toda a minha família líamos muito a respeito dos alimentos naturais, e, por meio dela, surgiu a ideia: porque não abrir uma loja para vender esses produtos?”, relata a aposentada, ao mesmo tempo em que revela que o nome de sua loja surgiu, também, inspirado na revista.
Mas, a forte ligação pelo comércio vem muito antes de abrir o seu próprio estabelecimento, uma vez que seus pais eram comerciantes e seus irmãos também optaram por seguir esse caminho. “Nós tínhamos a loja em frente ao Supermercado Vermelhão – o secos e molhados Soldatelli. Meu pai gostava de conversar, fazia negócios com os agricultores, comprava aveia, tranças, entre outros, era uma loja que tinha de tudo”, explica a ex-professora e empresária, lembrando que o estabelecimento vendia desde pneus até alfinetes, além de diversos alimentos.
Em meio às experiências já vividas pela família, é que Dolores decidiu inaugurar, no dia 20 de maio de 1987, a ervanária. Para diminuir as despesas geradas, o local escolhido para ser a sede de seu estabelecimento foi a sua própria residência. De acordo com a florense, nesses mais de 30 anos de empreendimento houve inúmeras transformações e melhoramentos em seu comércio, desde o aumento de espaço, a troca de pisos e prateleiras, incremento de produtos para venda e, inclusive, a mudança do andar inferior para o superior. “No início, a loja vendia iogurte, chás e todas essas cápsulas que são consideradas alimentos – não são remédios porque não podemos vender remédios”, explica, acrescentando: “Quando nos mudamos para o andar superior, foi ampliada a gama dos encapsulados à venda, depois entrou as velas, os incensos e a parte religiosa, como terços, medalhas, santos”, informa, reforçando que hoje o local possui artigos de várias religiões.
Outra mudança que ocorreu, com o passar do tempo, foi na forma de adquirir os produtos. “Antigamente vinham as pessoas aqui fornecer coisas, hoje é tudo através da internet”, conta Dolores, que revela que atualmente se desloca até a importadora para escolher os produtos pessoalmente e, não somente, por uma tela colorida. Sua preocupação não está apenas em poder ver a qualidade visual da mercadoria, mas também na qualidade para o consumo, no caso dos encapsulados.
Seu empreendimento, além de ser um espaço de artigos religiosos e de produtos naturais, também preza pelo carinho humano. De acordo com Dolores, desde o início, muitos de seus clientes, além de realizar suas compras, aproveitam para conversar. Pensando nisso foi que, ao longo dos anos, a loja passou a contar com um banco, para que, assim, as pessoas pudessem ficar mais à vontade.
Dedicação essa que vem sendo cultivada há 35 anos por Dolores. “Eu sempre gostei de estar no meio das pessoas, e hoje, para mim, essa loja é uma terapia ocupacional”, revela a empreendedora que lembra da Rua John Kennedy ainda sem calçamento: “A via se chamava Rua Antão de Farias. Depois, quando morreu o John Kennedy, em 1963, é que inventaram essa moda de trocar os nomes. Mas era um pó, não tinha asfalto, não tinha nada, era estrada de chão”, finaliza, relembrando momentos vividos por ela.
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