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Rua Bento Gonçalves: a rua do Mosteiro Nossa Senhora do Brasil

Em dezembro, o local completa 40 anos de fundação

Ao mencionarmos a Rua Bento Gonçalves, não podemos deixar de falar do Mosteiro Nossa Senhora do Brasil, que foi inaugurado no dia 8 de dezembro de 1982 – prestes a completar 40 anos. Mas, sua história inicia bem antes dessa data.
Em 1979, o Ministro Geral da Ordem dos Capuchinhos, Frei Pascoal Rywalski, visitou o Capítulo das Esteiras no Rio Grande do Sul e, ao constatar que a Província Capuchinha era florescente e rica em atividades, sugeriu a presença de irmãs contemplativas, orantes por vocação. Diante da ideia, o Ministro Provincial, Don Ângelo Salvador, logo pediu à Federação Italiana auxílio, que na época enviou cinco irmãs. 
Irmã Maria Giacinta Grigoletto, Irmã Maria Bernarda Cursano, Irmã Maria Luísa Verzim, Irmã Maria Benvenuta Gandini e Irmã Maria Guiseppina Carone chegaram no país em 21 de janeiro de 1979. No ano seguinte, iniciaram as obras do mosteiro em Flores da Cunha, que só foram finalizadas dois anos depois, com a inauguração em 1982.
Irmã Clara explica que, inicialmente, era para o mosteiro se instalar no bairro Santa Fé, em Caxias do Sul, mas, devido a construção da Rota do Sol, optaram por erguê-lo na esquina da Rua Bento Gonçalves com a Severo Ravizzoni, onde hoje ele está localizado. “A escolha deste local se deu porque lá no bairro Santa Fé ia ter muito barulho e como os freis tinham este terreno disponível, foi escolhido aqui”, relata Clara.
Em 1982, as atividades foram iniciadas pelas cinco irmãs vindas da Itália, juntamente com uma irmã brasileira, Irmã Maria Gliceria da Cruz, que desde o início atenderam à comunidade florense. “O mosteiro era aberto ao público, só que menos horas, porque as irmãs eram em menos do que hoje”, lembra Irmã Clara, ao mesmo tempo em que conta que as pessoas procuram bastante por elas. “Nós sempre fomos procuradas para oração e aconselhamento, mas, naquela época, as pessoas também tinham muita curiosidade, pois ninguém conhecia o que era um mosteiro, viver em clausura, fechadas”, relata a irmã, complementando que por ser o primeiro da Ordem das Clarissas Capuchinhas fundado no Brasil, chamou muito a atenção dos moradores de Flores da Cunha.
A principal atividade desenvolvida pelas irmãs sempre foi, e sempre será, a oração, mas elas também realizam outros trabalhos: confeccionam velas, imagens, Círios Pascais, alfaias para altar, pães, além de vários objetos utilizados na liturgia. “Todas nós temos os trabalhinhos além dos nossos trabalhos, a portaria, a horta, a cozinha, esses trabalhinhos do dia a dia”, explica Clara.
A capela, que está localizada junto ao local, também foi construída em 1980, porém sua conclusão ocorreu após a finalização do mosteiro. Com o tempo, o espaço passou por uma reforma, uma vez que o endereço não estava em condições para ser um lugar de orações. “Parecia mais com um salão”, informa Irmã Clara.
Atualmente, as missas realizadas junto à igreja do mosteiro ocorrem todas as manhãs, às 7h. Já o terço, que era rezado à noite pela rádio Mãe de Deus, acabou deixando de ser transmitido com a chegada da pandemia, em 2020, e ainda não retornou.
O Mosteiro Nossa Senhora do Brasil conta com oito irmãs e está aberto à comunidade de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h. “Ele permanece aberto aos finais de semana com o intuito de favorecer às pessoas, porque muitas delas às vezes trabalham ou vem do interior no sábado e no domingo e já aproveitam para passar aqui”, conclui a irmã, ao mesmo tempo em que convida os fiéis a participarem das celebrações realizadas no local.

 - Valdinéia Tosetto
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